Resumo: Este simpsio tem por objetivo central reunir pesquisadores/as e professores/as que pensem suas temticas a partir da luz terica e metodolgica do tempo presente. Dessa maneira, enquadram-se trabalhos que debatam desde as novas problemticas surgidas no nosso tempo presente, como as mdias digitais e o mtodo histrico necessrio para sua leitura, at a inovao de abordagens e fontes na leitura de velhos problemas. Enquadram-se ainda, as discusses historiogrficas sobre as disputas, dentro de uma historiografia conservadora, para o estabelecimento do tempo presente como uma alternativa terica dentro do campo historiogrfico.
AMADO, Janana; FERREIRA, Marieta de Moraes. Usos & abusos da Histria oral. 8 Edio. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
BARROS, Jos DAssuno. Contribuio para o estudo dos campos disciplinares. Revista ALPHA. Patos de Minas: UNIPAM, (11): 205-216, ago. 2010.
DOSSE, Franois. Histria do Tempo Presente e historiografia. Tempo e Argumento: Revista do Programa de Ps-graduao em Histria. Florianpolis, v. 4, n. 1, p. 5 22, jan/jun. 2012.
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DUMOULIN, Olivier. O papel social do historiador da Ctedra ao tribunal. Traduo de Fernando Scheibe. -1. ed. Belo Horizonte: Autntica Editora, 2017.
FERREIRA, Marieta de Moraes. Notas iniciais sobre a histria do tempo presente e a historiografia no Brasil. Tempo e Argumento, Florianpolis, v. 10, n. 23, p. 80 ‐ 108, jan./mar. 2018.
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MAYNARD, Dilton C. S. Histria em horas extremas: anotaes sobre o tempo presente. In: MAYNARD, Andreza S. C; MAYNARD, Dilton C. S. Vises do Mundo Contemporneo. Vol. 2. So Paulo: LP-Books, 2013.
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ROUSSO, Henry. A ltima catstrofe: a histria, o presente, o contemporneo. Rio de Janeiro: FGV, 2016.
SCHURSTER, Karl. A Histria do Tempo Presente, o mtodo comparativo e o debate sobre os fascismos. Aedos: Revista do corpo discente do PPG-Histria da UFRGS. Porto Alegre, v. 7, n. 16, p. 423-440, julho de 2015.
ST 29 - Sesso 1 - Sala 29 - Dia 16/09/2020 das 14:00 s 18:00 l332o
Local: Sala 29
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Jlia Bolognini Klassmann (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Ps-memria e transmisso multigeracional do trauma no testemunho de descendentes de vtimas polticas da ditadura civil-militar brasileira
Resumo:Submeto como proposta de comunicao algumas consi...
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Resumo:Submeto como proposta de comunicao algumas consideraes sobre minha pesquisa de mestrado, a qual procura analisar a articulao narrativa das memrias familiares de filhos e netos de vtimas da represso poltica da ditadura civil-militar brasileira atravs da realizao de entrevistas de histrias de vida com estes descendentes, visando identificar transformaes nos marcos interpretativos sobre o ado ditatorial recente a partir dos relatos de geraes posteriores aos acontecimentos originais. Assim, parto de reflexes sobre o conceito de ps-memria, cunhado pela crtica literria Marianne Hirsch (1992, 2008, 2012, 2019) para descrever uma estrutura de transmisso inter e transgeracional da experincia traumtica (2008, p. 106) da gerao de sobreviventes do Shoah para aquelas nascidas aps Segunda Guerra. Tendo em vista o deslocamento do termo na caracterizao do trabalho memorial de geraes nascidas aps catstrofes-histricas (Seligmann-Silva, 2018) outras do sculo XX, como as ditaduras militares no Cone Sul, tenho como hiptese que a experincia do terrorismo de Estado brasileiro configuraria um trauma de transmisso multigeracional.
Considerando, ainda, a notvel interao entre experincias individuais, transmisso intergeracional do ado e foras externas, que contnua e multidirecional (Levey, 2014, p. 29), e atentando que nuevos procesos histricos, nuevas coyunturas y escenarios sociales y polticos [...] no pueden dejar de producir modificaciones en los marcos interpretativos para la comprensin de la experiencia pasada y para construir expectativas (Jeln, 2017, p. 14), faz-se necessrio, tambm, historicizar tais relatos pessoais em relao a conjuntura poltica de sua coleta.
Busco, assim, compreender as reformulaes da fronteira entre o dizvel e o indizvel (Pollak, 1989, p. 8) sobre a ditadura a partir de sua gesto pelas novas geraes, elementos de um mosaico de diferentes vises e representaes do ado por parte de uma diversa coleo de atores (Levey, 2014, p. 31). Neste sentido, a presente investigao projetada sobre o entendimento de que polissmicas relaes com o ado podem erigir dos testemunhos destes descendentes, ainda que estes componham as mesmas geraes e/ou compartilhem vivncias semelhantes.
Por fim, procuro que a historicizao destas memrias familiares traumticas colabore para a superao do legado autoritrio brasileiro, atuando no sentido de diversificar as narrativas sobre o ado traumtico a partir de uma noo tica, emptica e epistmica de que os transtornos enfocados no so apenas sofridos, mas que somos responsveis por eles, como pontua Paul Ricoeur (2017).
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Karlla Karina Pereira Felix (Universidade Federal Rural de Pernambuco)
Vitria aps a derrota? Uma anlise sobre as disputas narrativas em torno da memria da Ditadura Civil-Militar brasileira.
Resumo:Ancorado no campo disciplinar da Histria do Tempo...
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Resumo:Ancorado no campo disciplinar da Histria do Tempo Presente, este trabalho tem como objetivo central desenvolver uma anlise sobre as mltiplas narrativas construdas em torno da Ditadura Civil-Militar brasileira (1964-1985). As narrativas em torno dos eventos histricos so construdas a partir de batalhas discursivas. Esses elementos esto permeados por uma relao de poder, possuindo uma ligao estreita em torno da noo de autoridade. O reconhecimento da autoridade circunda dois campos de interesse, sendo esses: a escrita, responsvel por construir materialmente a memria; e o tempo, que se encarrega de ser um critrio de julgamento por ter uma relao continua com a autoridade (FOUCAULT, 2007, p. 8). neste sentido que as modificaes de quem se configura enquanto autoridade possibilitam uma (re)escrita sobre os eventos histricos, formulando narrativa verdadeira frente s batalhas discursivas. A batalha discursiva sobre a Ditadura brasileira se estabeleceu desde a sua instaurao. Autoridades do Regime desenvolveram durante o perodo uma escrita sobre o tema com uma cotao positiva a partir da perspectiva dos agentes militares. Posteriormente, cunhou-se entre parte dos historiadores e outras parcelas da sociedade civil anlises que o processo de redemocratizao no Brasil, por volta do final da dcada de 1980, traria em meio s batalhas discursivas que circundam os eventos histricos, uma construo narrativa de reparao para com as vtimas que sofreram as aes do Estado durante a Ditadura Civil-Militar brasileira, ou seja, que seria uma vitria no campo das letras. Pairou um otimismo de que a formulao desse processo narrativo de reparao s vtimas estruturaria pilares slidos com a memria e assim desenvolveria bases slidas para evitar que o acontecimento ressurgisse (re)estruturados nas caractersticas do seu tempo, sob nova forma. No entanto, a eleio presidencial de 2018 e pesquisas de opinio sobre a comemorao da Ditadura evidenciaram um outro cenrio: o instituto de opinio DataFolha apontou que em 2019 cerca de 36% dos brasileiros eram favorveis a comemorao do dia 31 de maro. A partir da anlise desses elementos que esse trabalho busca construir um estudo acerca das batalhas discursivas em torno da Ditadura.
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Juliano Cabral Pereira (UDESC - Fundao Universidade do Estado de Santa Catarina)
Velhos dilemas, novos paradigmas: os impactos da digitalizao de documentos em pesquisas sobre a ditadura militar brasileira
Resumo:Trabalhar com documentos referentes ditadura mil...
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Resumo:Trabalhar com documentos referentes ditadura militar brasileira nunca uma tarefa simples. Queimas de arquivo, apropriao de fontes pelas famlias de militares e de vtimas da represso, materiais de um mesmo conjunto espalhados por diferentes acervos, legislao que limita o o a determinados documentos, registros fragmentrios e incompletos, entre outros fatores, so algumas das dificuldades enfrentadas por historiadores e historiadoras envolvidos em pesquisas dentro da temtica alm ainda das questes ticas comuns Histria do Tempo Presente e ao trato com memrias sensveis. Este cenrio j conhecido desperta novos paradigmas quando inserido dentro da atual realidade das mdias digitais, com as alteraes no armazenamento e compartilhamento de arquivos em decorrncia do crescente nmero de acervos digitalizados que vm surgindo nos ltimos anos, sejam aqueles iniciados pelas prprias instituies arquivsticas dentro de suas instalaes, quanto outros disponibilizados em sites da internet. Assim, o objetivo deste artigo averiguar como a digitalizao de documentos pode impactar nos velhos desafios do trabalho dos historiadores e historiadoras que pesquisam a ditadura militar brasileira iniciada em 1964. Possveis solues e novos dilemas sero debatidos, como a facilidade de o e de circulao de materiais, a exposio dos indivduos citados na documentao, os limites ticos do compartilhamento de documentos, sobre quem recai a responsabilidade de gesto no caso dos arquivos online, etc. Para tanto, ter como fontes base os documentos digitalizados dos acervos da Comisso de Anistia de Santa Catarina e da antiga Secretaria de Segurana e Informaes de SC, utilizados na corrente pesquisa de mestrado do autor, cujo tema a represso no estado catarinense ao longo do perodo ditatorial militar.
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Tsso Arajo Brito (UFC)
A gesto do luto na Lei dos Mortos e Desaparecidos Polticos
Resumo:A Lei dos Desaparecidos Polticos, n 9.140/95, se...
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Resumo:A Lei dos Desaparecidos Polticos, n 9.140/95, se constitui uma vitria dos familiares que nunca receberam os restos mortais de seus entes queridos que foram mortos e tiveram seus corpos ocultados pelos agentes estatais que praticaram terrorismo estatal durante a vigncia da Ditadura Militar-Civil. Tal lei foi uma proposta do poder executivo no primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, um exilado e perseguido pelo regime, que atuou em grupos de presso pelo fim da ditadura. Os desaparecidos aram a ser considerados mortos oficialmente, mesmo sendo vetado investigar quem cometeu o crime. O Estado brasileiro assumia a culpa pelos traumas do ado. Mas, quando o projeto tramitou na Cmara de Deputados houve uma disputa na qual se tentava estabelecer uma poltica do luto. O projeto de lei abria espao para estabelecer quem era e quem no era vtima da ditadura, deputados de vrios espectros polticos aram a tentar estabelecer quais os corpos deveriam ser considerados enlutveis, no sentido de determinar investigaes do crime e reparaes aos familiares. Alguns deputados chegaram a propor emendas ao projeto para que militares mortos em aes armadas recebessem o mesmo tratamento que aqueles que foram mortos pelo terrorismo estatal, enquanto outros desejavam expandir a lei para abarcar um nmero maior de pessoas que tiveram sua vida ceifada pelo terrorismo estatal. O presente trabalho tem como objetivo analisar as tanto as propostas do projeto de lei quanto as dos deputados, os discursos na Cmara, assim como o prprio resultado desses embates. Dessa forma, pretendo entender a relao do enquadramento da construo das vtimas da Ditadura, assim como compreender o papel da figura vtima nas polticas estatais de reparao que se seguiram ao estabelecimento da Lei dos Desaparecidos Polticos.
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Victor Hugo Bento da Costa Traldi
Histria do Tempo Presente, Histria Oral e militares no Brasil: consideraes iniciais de uma pesquisa
Resumo:Em sua obra, Franois Hartog trabalha com a hipte...
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Resumo:Em sua obra, Franois Hartog trabalha com a hiptese de que vivemos em um regime de historicidade presentista, no qual o ado j no ilumina mais o presente e o futuro se fecha e se apresenta somente como uma perspectiva de catstrofe. Nessa forma de relao da sociedade com o tempo, o presente se torna onipresente e um fim em si mesmo o que leva Hartog a entender o interesse pela Histria do Tempo Presente como um sintoma do presentismo. J Henry Rousso faz o diagnstico oposto e afirma que a Histria do Tempo Presente , na verdade, uma reao a tal regime de historicidade. Tendo essa discusso como pano de fundo, primeiramente levantarei reflexes acerca de algumas das principais premissas e especificidades do campo da Histria do Tempo Presente. O estudo do ado recente se caracteriza pelo seu carter provisrio e incompleto; ademais, est permeado em alguma medida pela subjetividade do pesquisador e condicionado pelas tenses inerentes ao tempo em que o historiador vive e escreve. Alis, a prpria discusso acerca da funo social do historiador uma questo recorrente nas pesquisas desse campo. Portanto, buscarei ressaltar a importncia da Histria do Tempo Presente no mbito da historiografia.
Visando contribuir para o debate, elucidarei algumas possibilidades e dificuldades do estudo da Histria do Tempo Presente no Brasil, partindo de consideraes iniciais da pesquisa que desenvolvo junto ao Programa de Ps-Graduao em Histria da Universidade Federal Fluminense. A pesquisa se trata de um trabalho de Histria Oral com coronis e generais da reserva do Exrcito Brasileiro, cujo objetivo principal analisar as memrias militares acerca de 1964, da ditadura militar e das medidas de justia de transio implementadas pelo Estado brasileiro. Sero apresentadas algumas hipteses da investigao e os principais problemas enfrentados para a realizao do estudo: as dificuldades impostas realizao de entrevistas durante a pandemia da Covid-19, as relaes estabelecidas com os militares entrevistados e as questes ticas a serem consideradas, e, principalmente, as implicaes de se fazer um trabalho dessa natureza em um momento de grande polarizao poltica.
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Selma Martins Duarte (UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paran)
Redemocratizao, luta pelos Direitos Humanos e Anistia Poltica luz da justia de transio
Resumo:O objetivo deste trabalho expor uma anlise feit...
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Resumo:O objetivo deste trabalho expor uma anlise feita a partir dos resultados de pesquisa de mestrado realizada em meados da dcada de 2000, com uma nova leitura amparada no conceito de justia de transio, construdo nas dcadas de 1980 e 1990, mas que teve alcance maior no Brasil a partir dos debates que envolveram a criao e os trabalhos da Comisso da Verdade. Na pesquisa de mestrado se problematizou o processo de redemocratizao no Brasil, especialmente o projeto de distenso do general ditador Ernesto Geisel projeto que pretendia ser lento, gradual e seguro. As fontes analisadas foram editoriais e matrias da Revista Isto , em sua primeira fase, em que esteve sob a direo do jornalista Mino Carta (1976 a 1981). Observou-se as opes da linha editorial em destacar na pauta de Isto matrias sobre a rearticulao dos movimentos sociais, no processo de abertura poltica, permeado pelas tenses, tanto dentro do governo, na sociedade, quanto entre governo e sociedade. Neste sentido foi central na anlise a luta pelos Direitos Humanos e Anistia Poltica no Brasil. Diante dessas questes considerei pertinente retomar os resultados da pesquisa fazendo um exerccio de reflexo terico-metodolgica com base no campo terico e prtico da justia de transio, buscando verificar como as reformas institucionais foram propostas na redemocratizao a partir dos discursos de Isto , e se a revista apontou para o problema da responsabilizao dos agentes violadores dos Direitos Humanos nas discusses que permearam os movimentos de luta pela Anistia. Tambm sero problematizados os limites do campo da justia de transio no Brasil, diante dos imes criados tanto pelos militares, polticos, pela justia (em especial o julgamento, em abril de 2010, no Supremo Tribunal Federal da Arguio de Descumprimento de Preceito Fundamental ADPF 153), quanto pela mdia.
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Antonio Jeferson de Sousa (UFPI - Universidade Federal do Piau)
O Jornal A Luta e a modernizao da cidade de Campo Maior durante a dcada de 1970
Resumo:O presente artigo tem como objetivo analisar a mod...
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Resumo:O presente artigo tem como objetivo analisar a modernizao da cidade de Campo Maior a partir do jornal A Luta. Fundado por Raimundo Antunes Ribeiro em 1967, o jornal manteve-se em circulao at 1979. Durante a dcada de 1970, a ideia de modernizao estava relacionada as construes e reformas no espao urbano. Na cidade de Campo Maior, a construo do Mercado Municipal, Terminal Rodovirio, Biblioteca Municipal, Hospital Regional, Palcio das Carnabas (sede da prefeitura) e asfaltamento de ruas e avenidas tornaram-se smbolos da modernizao. O jornal A Luta acompanhava essas transformaes na cidade, mostrando nas primeiras pginas reportagens e entrevistas, muitas vezes como manchetes. Isso nos mostra como jornal buscava adequar-se linguagem jornalstica vigente no perodo analisado, que ava a privilegiar uma linguagem objetiva. (ABREU, 2008), (GUIMARES, 2012). Apesar da euforia da construo do Terminal Rodovirio e do asfaltamento, encontramos reportagens sobre os acidentes causados pelos nibus. O ritmo de uma cidade que estava recebendo melhoramentos causava diversas sensaes. As pginas publicitrias tambm alertava os perigos da alta velocidade. Metodologicamente, analisamos reportagens e propagandas do jornal A Luta, dados estatsticos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) e o livro Gerao Campo Maior publicado em 1995. Como aporte terico, o estudo dialoga com Bresciani (1998; 2008), Pesavento (1995; 2007), que analisam a historiografia sobre as cidades. Sobre a relao da imprensa dialogamos com Abreu (2008), Guimares (2012), Cruz e Peixoto (2007), Luca (2005) e Capelato (2015). E sobre o conceito de modernizao dialogamos com Rezende (2016), Fontineles (2015), Castilho (2008) e Le Goff (2013) e sobre a modernizao da cidade de Campo Maior Jesus (2018), Pereira (2015) e Chaves (2014).
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Marcos Maurcio Costa Freitas (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco)
O homem novo portugus: um olhar sobre a poltica cultural educativa salazarista na primeira metade do sculo XX
Resumo:O homem novo portugus, para alm de ser um term...
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Resumo:O homem novo portugus, para alm de ser um termo cunhado pelo salazarismo na primeira metade do sculo XX em Portugal, traduziu-se numa reelaborao do currculo escolar, no estabelecimento de novas prticas polticas e sociais. Ao menos isto o que podemos inferir com a leitura das fontes historiogrficas digitalizadas e dos autores que versam sobre o assunto em destaque. O Estado Novo salazarista foi o regime autoritrio implementado anos aps o golpe militar de 28 de maio de 1926, e foi formado por seguimentos conservadores, monarquistas e de extrema-direita portuguesa, que entendiam que o pas deveria ser resgatado culturalmente e reordenado politicamente, uma vez que acreditavam que os republicanos tinham deixado um cenrio catico no pas. Muitos fatores incomodavam este grupo, desde a derrubada da monarquia at a laicizao do Estado por meio de leis como a Lei da Separao do Estado e das Igrejas, aprovada em 20 de abril de 1911. A partir do 28 de Maio, estes grupos estiveram sob a direo do general Carmona, Presidente da Repblica, mas foi sob a tutela de Antnio de Oliveira Salazar que deram seguimento s suas agendas polticas e culturais. Portugal, neste momento, vivia um cenrio de crise econmica e de recesso, e foi esta a janela encontrada por Salazar para ascender ao poder. Ele enxergava a economia como pilar importante no desenvolvimento de polticas pblicas profundas, visto que as medidas tomadas pelo Governo precisavam de investimentos, e desenvolveu um trabalho que o trouxe reconhecimento. Com a Constituio de 1933 foi implementado o Estado Novo portugus, onde Salazar foi elevado a Presidente do Conselho de Ministros, de onde pde tomar de decises mais austeras em prol do modelo de Nao que aglutinava os interesses conservadores. A Constituio estabeleceu regras, medidas, encaminhamentos poltico-ideolgicos que deram seguimento Revoluo Nacional ou, como tambm foi chamada, renascena portuguesa. Criou vrios braos para atuar neste sentido, todavia entendemos que o principal artifcio utilizado foi a Educao. Nesta esteira, foi criado o Ministrio da Educao Nacional que agiu em duas principais frentes: a reformulao e implementao de um novo projeto educacional e na criao da Mocidade Portuguesa. Ambos na inteno de formar este homem novo portugus, que seria criado em moldes poltico e socialmente aceitveis, contribuindo para o advento de uma nova sociedade. Todo este projeto foi fundado a partir da ideologia do regime, que tinha bases conservadoras, militares e catlicas. E isto pode ser visto a partir do currculo escolar, no material didtico utilizado, na estrutura das escolas e salas de aula, no fardamento, nas prticas. E a observao deste modelo de educao que consiste este trabalho.
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Anderson Fernando Rodrigues Mendes (Professor)
O PODER POLTICO NA MIRA DAS INSTITUIES RELIGIOSAS: eleies e as fronteiras da laicidade no Brasil e em Pernambuco
Resumo: Este trabalho tem por finalidade analisar,...
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Resumo: Este trabalho tem por finalidade analisar, a partir do paradigma da histria do tempo presente, questes sobre liberdade de religio, laicidade, identidades de crenas e aparelhamento poltico por certos agentes sociais ligados s instituies religiosas dominantes no ado e no presente. Para isso, retornaremos ao perodo da Era Vargas, propondo uma ida, mas tambm uma vinda no tempo, para enfim compreender como na atualidade pode apresentar caractersticas histricas que mais parecem ressignificaes do que j ocorreu, como reflexos das rupturas e permanncias do efeito do tempo.
As regras lanadas no jogo decisrio envolvem tanto as instituies e quanto os indivduos. No apenas os agentes polticos que se lanam na vida pblica com o objetivo de representar as aspiraes de tantos mais, sendo eleitos a partir de agendas polticas muitas vezes claras e bem definidas, mas principalmente da grande massa que teoricamente tem nas mos o poder de deciso. A cincia poltica tem debatido bastante nos ltimos setenta anos se o poder de deciso de fato enviesado por decises e opinies individuais que formam grande blocos com vertentes morais, polticas e sociais em atritos, promovendo amplos debates e divises at se chegar nos resultados dos sufrgios populares. Ou se a deciso parte antes pelas instituies dotadas de um corpo de regras normativas que indicam o caminho a ser trilhado por seus pares mediante a explorao simblica de identidade, tica e moral dos grupos. Nesse sentido, o debate poltico se estende para o resultado das ltimas eleies aos parlamentos em nveis federal, estadual e municipal, visto que a presena de setores religiosos conservadores vem engessando a agenda poltica de grupos parlamentares Brasil a fora.
Em primeiro momento analisar-se-o algumas relaes entre os termos de laicidade, laicismo e secularizao; em segunda sesso, apresentar-se- como a Igreja Catlica e o Estado Novo uniram esforos para pacificar os brasileiros e a estreitar a filiao religiosa unicamente com a Igreja romana, esmagadora maioria entre a populao; e, por ltimo, abordar-se- a presena dos representantes de diferentes instituies evanglicas na vida poltica parlamentar de Pernambuco e do Brasil, como um espelhamento do crescimento formidvel de adeses de novos adeptos pentecostais e neopentecostais, de acordo com o Censo Religioso do IBGE de 2010, e suas possveis consequncias nos resultados das eleies de 2018.
PALAVRAS-CHAVES: Laicidade; Religio; Poltica.
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ST 29 - Sesso 2 - Sala 29 - Dia 17/09/2020 das 14:00 s 18:00 526t2h
Local: Sala 29
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Antnio Barros de Aguiar (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco)
Cinema Negro brasileiro em debate
Resumo:H poucas reflexes acadmicas acerca do processo ...
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Resumo:H poucas reflexes acadmicas acerca do processo de racializao do cinema brasileiro contemporneo. Com as mudanas da estrutura produtiva e das tendncias estilsticas desse cinema nos ltimos anos, apontaremos alguns avanos na cinematografia negra e discutiremos sua proposta esttica, poltica e narrativa. O objetivo de nosso estudo apresentar os debates em torno do Cinema Negro ou Cinema Diasprico (BAMBA, 2012), entendido como um campo de lutas pela representao (BOURDIEU, 2003) e como uma categoria das demandas histricas, sociais e culturais, na qual os cineastas negros sugerem uma adjetivao de pertencimento e reconhecimento de suas identidades (SANTOS; BERARDO, 2013).
Diante disso, cabe-nos estabelecer um debate em torno da questo racial no Brasil e da atuao de atores negros e atrizes negras no cenrio cinematogrfico atual, j que desde os primrdios de nosso cinema foram relegados a papis estereotipados e colocados no plano de fundo das cenas pela cultura hegemnica. A busca por espao de representatividade pelos cineastas negros no cinema brasileiro, requer que se fale das diferenas do povo negro no tempo e no espao. Nesse sentido, o "Cinema Negro" a expresso de diversas negritudes em curtas e longas-metragens.
Cineastas negras e negros vm se posicionando politicamente e propondo novas questes para debater as representaes, os papis sociais dos negros e o racismo no cinema nacional, bem como buscando aumentar a produo de longas-metragens frente as polticas governamentais de apoio a seus projetos e as suas iniciativas. Dessa forma, a prpria atuao de negras e negros na produo de audiovisual, um ato poltico, j que a realizao e a distribuio de filmes requer alto investimento e interlocuo com o Estado. Algo que no fcil no Brasil.
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Ismael Sousa de Jesus (SEDUC-PI), Marcelo de Sousa Neto (Univ. Estadual do Piau)
Tecendo a cidade (in) desejada: a trajetria dos migrantes na ocupao do bairro Piarra em Teresina (1945-1970)
Resumo:Resumo expandido
Introduo
A presente pesqu...
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Resumo:Resumo expandido
Introduo
A presente pesquisa analisa as ocupaes de migrantes no bairro Piarra, localizado na zona sul da cidade de Teresina, e discute a contribuio destes para a sua expanso urbana. Nesse sentido, fez-se necessrio focalizar em um espao especfico, o bairro Piarra, que mesmo formado dcadas antes do perodo analisado, constituiu-se uma regio marcada por inmeras transformaes urbanas e como espao de acolhimento de um expressivo nmero de migrantes rurais.
Metodologia
Para construo da pesquisa, buscamos nas fontes hemerogrficas, nos principais jornais de circulao da poca do perodo estudado, que se encontram disponveis no Arquivo Pblico do Estado do Piau Casa -Ansio Brito, localizado em Teresina. Alm desses, empregamos a metodologia da Histria oral para construir uma narrativa a partir dos relatos orais dos migrantes rurais.
Fundamentao Terica
A discusso dos temas desenvolve-se em como com a literatura dedicada aos estudos sobre cidade e sobre Teresina, dentre as quais podem ser citadas a obra de Nascimento (2015), que contm um estudo sobre a modernizao da cidade de Teresina na dcada de 1940. Somam-se ainda as contribuies de Certeau (2008), Mayol (2013). Algumas concepes profcuas sobre a memria subsidiam-se na produo de Bosi (1994), Halbwachs (2003).
Discusso e Resultados
A pesquisa aponta que as ocupaes irregulares coincidiam com as reas de promiscuidades, assim classificadas poca, e o bairro Piarra era alvo de intensa discriminao. Todavia, observou-se que a vida dos migrantes, mesmo com suas divergncias nesses espaos perifricos, manteve-se presente na memria coletiva da cidade.
Consideraes Finais
Entende-se que o bairro Piarra foi afetado por uma reorganizao espacial que a cidade de Teresina vinha sofrendo nas dcadas de 1940, 1950 e 1960, concatenadas com o crescimento populacional, a expanso urbana e os rearranjos no tecido urbano. Todavia observamos que suas vidas mesmo com suas divergncias representava a memria coletiva das pessoas desse espao urbano, mesmo vindo de lugares diferentes do interior do Piau estes aram a formar um espao de memria coletiva.
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Alicy de Oliveira Simas (UDESC - Fundao Universidade do Estado de Santa Catarina)
O que fazem historiadoras e historiadores em um suplemento cultural de jornal?: abordagem possvel a partir dos pressupostos da Histria do Tempo Presente.
Resumo:Este trabalho objetiva refletir sobre resultados o...
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Resumo:Este trabalho objetiva refletir sobre resultados obtidos na dissertao de mestrado da autora, produzida junto ao Programa de Ps-Graduao em Histria da Universidade do Estado de Santa Catarina que tem como rea de concentrao a Histria do Tempo Presente. A dissertao teve como problema de pesquisa investigar a presena de historiadoras e historiadores no suplemento Cultura do jornal O Estado de S. Paulo entre 1980 e 1991, que colaboravam para o suplemento com resenhas, artigos e entrevistas sobre histria. Nesse sentido, no presente trabalho busca-se apresentar uma possibilidade de pesquisa para o campo da histria, sendo esta a utilizao de um suplemento cultural de jornal como fonte, e as historiadoras e historiadores enquanto objetos de investigao. Para tanto, tem como orientao terico-metodolgica os pressupostos da Histria do Tempo Presente, uma vez que essa perspectiva ofereceu ferramentas adequadas para estabelecer dilogos profcuos com outros campos da histria, como a histria da imprensa e a histria da historiografia, bem como com outras reas do conhecimento, em especial nesse caso, a rea de Comunicao. Alm disso, permitiu dimensionar problemas como condies de produo e circulao do conhecimento histrico, temporalidades e demandas sociais de um determinado presente. Em vista disso, cabe destacar que as narrativas de historiadores e historiadoras no Cultura se inserem em contexto de profundas transformaes, sobretudo devido experincia ditatorial. Capelato (2016) afirma que a experincia da represso da ditadura, a criao de novos movimentos sociais de base, suscitados a partir da abertura poltica e do processo de redemocratizao, bem como a ateno aos debates internacionais sobre as renovaes nas cincias sociais e na historiografia, inseriram os pesquisadores e pesquisadoras brasileiras no debate sobre as revises das interpretaes da realidade poltica e social brasileira, alm das revises historiogrficas sobre o ado. Considerando que o perodo de transio democrtica na dcada de 1980, no Brasil, foi de um tempo de crise da temporalidade moderna (KOSELLECK, 2006), na medida em que o ado recente ou no irrompe sobre o presente, e este, por sua vez, no consegue mais orientar-se para um futuro previsvel, se tornando dessa maneira um presente hipertrofiado (HARTOG, 1996), as possibilidades de produo de narrativas sobre o ado e de projees para o futuro brasileiro se multiplicaram. Dessa forma, entende-se que a demanda social por histria no Brasil nesse perodo que no caso do Cultura se expressava pelo mercado editorial acolhida pelos profissionais de histria que por sua vez, se inserem no debate pblico, evidenciando preocupaes do campo historiogrfico para aquele presente.
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Dayane Cristina Guarnieri (UEL)
Peridico como fonte histrica.
Resumo:O artigo parte da indagao da utilizao da fonte...
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Resumo:O artigo parte da indagao da utilizao da fonte peridica, utilizada luz da Anlise de Discurso Crtica. A proposta investiga as potencialidade e restries da fonte para analisar o pensamento social de um perodo em que os principais meios informativos eram os peridicos e revistas.
Assim compreende-se que o peridico est atrelado a identidade ideolgica do grupo que representa e a maneira como informa est atrelada ao seus patrocinadores, pois tambm uma empresa. Sua influncia e poder est interligada com a poltica e a ideologia, ambos de acordo com Anlise de Discurso Crtica de Fairclough (2001) so inseparveis.
O autor ressalta que processo discursivo, possui trs dimenses: o texto, a prtica discursiva e a prtica social. Partindo dessa ideia ao considerar as fontes peridicas almejando entender o seu discurso, o pesquisador precisa explorar as dimenses por meio da descrio do texto, da interpretao e da explicao da prtica social. Para isso, o pesquisador deve fazer o recorde de um perodo de um evento com o objetivo de aplicar o mtodo da Anlise de Discurso Crtica de Fairclough.
Especificamente sobre a mdia o autor aponta que a mudana na prtica discursiva um reflexo da mudana da sociedade. Dessa forma, no possvel focar apenas no texto sem considerar o momento histrico e os poderes envolvidos no instante em que a fonte foi escrita.
Compartilhando do pensamento de Bourdieu (1983) o discurso uma formao de compromisso e as relaes de comunicao so sempre relaes de poder que necessitam do poder simblico acumulado pelos agentes/instituies.
A imprensa ao longo da histria acumulou um poder simblico, ao ressaltar o seu compromisso com a informao, a verdade e a liberdade, assim, a prtica sistemtica desse discurso de si, lhe conferiu um poder simblico que garante sua autoridade para falar. Em alguns momentos esse autoridade se transforma em instrumento que atua em prol da legitimao de ideias e prticas que objetivam impor sobre a sociedade. Mas a mdia possui como se afirmou, compromissos e interesses que sero refletidos em seus textos.
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Francisca Maria da Conceio de Souza Lima (UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte)
Histria, preservao e pesquisa a partir do jornal Tribuna do Vale do Au
Resumo:Este trabalho trata do processo de catalogao, di...
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Resumo:Este trabalho trata do processo de catalogao, digitalizao e preservao do peridico Tribuna do Vale do Au. Esse jornal circulou na microrregio do Vale do A, no Estado do Rio Grande do Norte, atravs de publicaes semanais, entre 1988 a 2013 e essa comunicao tem por objetivo apresentar as aes e tcnicas mobilizadas para a preparao dessa fonte peridica com vistas a sua disponibilizao pesquisa no mbito do Laboratrio de Documentao e Pesquisa Histrica do Vale do Au LaDAH. Nossos dilogos terico-bibliogrficos tm se dado com autores como Maria Helena Rolim Capelato (1988) e Tnia Regina de Luca (2005) no sentido de pensarmos os usos e potencialidades das fontes peridicas, em especial do citado jornal, na pesquisa histrica, mas tambm, sobre os cuidados que envolvem sua identificao, higienizao, catalogao, digitalizao e a preservao dos nmeros originais. Em termos metodolgicos, o trabalho de pesquisa foi inicializado pela realizao de leituras, fichamentos e discusso da bibliografia bsica referente ao tema, seguido da elaborao de uma Ficha Catalogrfica para identificao, coleta de dados e catalogao do jornal. No que concerne aos resultados preliminares, apontamos que a utilizao da referida Ficha tem sido um sucesso, ela tem servido estrutura da fonte e uma parte significativa do acervo j se encontra catalogada. Alm disso, a necessidade da continuidade do trabalho de pesquisa sinaliza para a concluso dessa fase e para o incio do processo de digitalizao, quando poderemos alcanar outros objetivos e apresentar novas concluses e resultados do trabalho.
Palavras chaves: Fontes peridicas - Jornal Tribuna do Vale do Au Pesquisa Histrica Catalogao Digitalizao
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Caroline Cardoso da Silva (Universidade Federal de Pelotas)
Reflexes sobre o uso da Histria Oral para uma pesquisa sobre terceirizao e mulheres trabalhadoras na Pelotas atual
Resumo:A presente proposta de comunicao tem como finali...
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Resumo:A presente proposta de comunicao tem como finalidade a reflexo de algumas leituras tericas, bem como a realizao de entrevistas de histria oral, entrevistas estas que compunham minha pesquisa principal de Mestrado, que tem como objetivo o estudo das mulheres trabalhadoras do setor de limpeza de prestao de servios terceirizados, pensando que terceirizao precarizao do trabalho. A pesquisa busca refletir sobre o setor de terceirizao na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, no tempo presente. O texto ter como objetivo o enfoque em questes preliminares sobre o projeto de pesquisa de Mestrado em andamento que tem como ttulo Precarizao, feminizao do trabalho e terceirizao: noes para o entendimento de trajetrias de vida de trabalhadoras terceirizadas na Pelotas atual.
Na minha pesquisa coloco em perspectiva histrica o processo de terceirizao do trabalho nas universidades federais, mais especificamente na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), onde estudo desde minha graduao em Licenciatura em Histria, iniciada em 2014. Meu objetivo com isso pensar na abertura do setor pblico para o privado, considerando o processo histrico da histria do tempo presente tido como abertura neoliberal. O modelo de terceirizao amplamente estudado pelos tericos da atualidade e consiste na flexibilizao do processo produtivo, onde as empresas eliminam setores produtivos, istrativos ou de servios, considerados complementares s suas atividades fins e transferem sua realizao para outras empresas, concentrando-se no produto principal (LIMA, 2010, p. 17).
A mesma caracterstica mgica que faz com o que os historiadores se apaixonem pela pesquisa usando a Metodologia de Histria Oral, a caracterstica que faz com que os mesmos historiadores tenham muitas dores de cabea. Lidar com pessoas um desafio por si s. Quando, ns historiadores e pesquisadores, entramos em contato com alguma pessoa e possvel narradora ou depoente estando nessa posio de pesquisador, automaticamente ocupamos um papel que tende a nos distanciar e nos diferenciar. H uma carga em se identificar como pesquisador, pois sendo assim, ocupamos um lugar de poder e de status social que, em alguns momentos, podem nos ajudar, mas, na minha opinio, penso que mais atrapalha. Na presente comunicao, irei trazer mais reflexes e resultados de pontos que foram maturando desde os primrdios da pesquisa em 2018, at os dias atuais, e a principal fonte analisada aqui a entrevista de histria oral realizada em maro de 2020 tendo como narradora com uma ex trabalhadora terceirizada da UFPel.
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Jairo Fernandes da Silva Jnior (Professor)
O Dirio de Anne Frank e o Ensino de Histria da Shoah no Tempo Presente: Um estudo da proposta pedaggica na Argentina
Resumo:Este trabalho tem por objetivo de compreender o Di...
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Resumo:Este trabalho tem por objetivo de compreender o Dirio de Anne Frank como fonte de leitura e anlise de velhos problemas, a exemplo dos regimes autoritrios e ditos fascistas, categorizados como eventos traumticos no sculo XX, que parecem retornar no nosso tempo assolando a Europa e Amrica Latina. Dentro do grande campo de estudos sobre ensino de Histria dos eventos traumticos, discutiremos o papel do instituto de salvaguarda da memria, na Argentina, o qual est estruturado para reflexes sobre o ado na Europa no sculo XX relacionando com a realidade do pas no mesmo perodo, direcionando s problemticas contemporneas locais, pautados na pedagogia da memria, a qual d e relao entre ado e presente, sobretudo, no que Pierre Nora chamou do retorno do fato, permitindo o dilogo entre eventos limites, a exemplo da Shoah. A ampla discusso sobre polticas de memria, fomentada por Andreas Huyssen, foi o fio que conduziu o estudo, com finalidade de observar como esto dispostas as representaes do dirio em diversos aspectos, desde a viso da casa com relao ao escrito e a histria da Segunda Guerra Mundial, at nos materiais didticos e as devidas funes para o ensino do processo na Provncia de Buenos Aires. Sob a luz terico-metodolgica da Histria do Tempo Presente, partimos do estranhamento do crescimento de princpios fascistas na sociedade contempornea. Perseguio aos grupos em estado de vulnerabilidade, alm do retorno de casos xenofbicos no cenrio nacional e internacional so fatores que o Dirio se torna necessrio para leitura dos processos e na luta por uma sociedade democrtica, baseada nos Direitos Humanos. Alm disso, enxergar a efetivao dos trabalhos realizados com o Dirio de Anne Frank que parte do auxlio no combate aos princpios violentos e a banalizao do mal no sculo XXI.
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Anderson Bezerra de Jesus (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco)
O Impacto das Cartas Patrimoniais na Legislao Patrimonial Brasileira.
Resumo:Entendemos que a presente pesquisa tem por objetiv...
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Resumo:Entendemos que a presente pesquisa tem por objetivo problematizar o impacto do conjunto de orientaes da Organizao das Naes Unidas para Educao, Cincia e Cultura Unesco, do Conselho Internacional dos Monumentos e Stios ICOMOS, dentre outras instituies, em suas Cartas Patrimoniais nas legislaes nacionais para proteo do patrimnio cultural. Utilizamos o recorte histrico das dcadas de 1960 e 1980 a fim de observar as demandas internacionais sugeridas. No que se diz respeito proteo do patrimnio histrico e cultural e como e de que forma tais diretrizes foram incorporadas na legislao patrimonial nacional. Tendo por objetivo de perceber como as orientaes gerais sobre a preservao patrimonial descritas nas Cartas Patrimoniais se manifesta na legislao federal sobre o patrimnio material e sua valorao simblica no perodo entre 1962 e 1989. Desta forma, foi realizada a coleta das chamadas Cartas Patrimoniais, juntamente com a legislao nacional atravs das leis nacionais nas Constituies Federais para uma correlao e entendimento da evoluo das leis que amparam o patrimnio no pas, atravs de leis e decretos vigentes at os dias atuais. A partir de leituras sobre: patrimnio cultural, e bem cultural, dividimos o estudo, em trs partes recorrentes no perodo estudado: a definio e o debate acerca do bem cultural; a retomada do debate da questo urbanstica; e, a definio do patrimnio histrico visto de forma integrada atravs das discusses sobre: conjunto histrico, cidade-regio, e cidade histrica. Observamos que apesar da relevncia da discusso patrimonial de forma integrada na legislao nacional no ocorreu influencia das diretrizes mundiais, tendo em vista que as normativas brasileiras nesta tica trabalharam de forma paralela. Entendemos que o Patrimnio Mundial da Humanidade reverberou diretamente na legislao nacional. E que atravs do cruzamento dos dados das Cartas Patrimoniais com a legislao nacional, conclumos que as recomendaes internacionais interferiram diretamente na criao das leis relacionadas ao patrimnio histrico no Brasil.
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ST 29 - Sesso 3 - Sala 29 - Dia 18/09/2020 das 14:00 s 18:00 5s5a2t
Local: Sala 29
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Adsio Gen de Freitas Jnior (UNICAP - Universidade Catlica de Pernambuco)
O Abolicionismo e o Cdigo Criminal do Imprio do Brasil
Resumo:O abolicionista pernambucano Joaquim Nabuco foi um...
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Resumo:O abolicionista pernambucano Joaquim Nabuco foi um grande combatente contra os escravistas no sculo XIX. A necessidade do Brasil imperial se encaixar no rol de pases que renegaram a escravido para se adaptar ao capitalismo, o advento dos iderios iluministas trazidos da Europa sobretudo no campo jurdico, fez com que o Direito Criminal fosse a principal ferramenta para estruturar todo o alicerce legal no Brasil com o consequente acmodo social com o fim do Antigo Regime, conforme se deu tambm na Frana e Prssia. O consequente desuso das Ordenaes Portuguesas e as inspiraes iluministas da proteo ao ser humano impulsionaram a elevao do escravo condio de ser humano sujeito de direitos e no mais "coisa, conforme as normas civis do referido perodo. O Estado com essa positivao e codificao no direito criminal avocou para si o direito de punir retirando dos civis, principalmente dos senhores de engenho, a punio privada. Com isso, os primeiros os legais foram dados no caminho do abolicionismo de forma gradual e tendo menos penas severas que o cdigo criminal francs. Porm a construo do cdigo criminal foi fruto de inmeros embates jurdicos entre favorveis manuteno da escravido como o Bispo Pernambucano e senhor de engenho Jos Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho e os abolicionistas Joaquim Nabuco e Jos Bonifcio. A presente pesquisa de natureza documental com reviso de literatura do tipo bibliogrfica onde pretendo discorrer de forma breve as causas iluministas que contriburam para uma codificao indita na norma penal brasileira, as repercusses na vida do escravo, os embates jurdicos pelos atores pernambucanos que enriqueceram a construo de um dos cdigos criminais mais modernos do mundo para a poca acarretando assim a pavimentao para o Abolicionismo.
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Max Rodolfo Roque da Silva (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)
Trabalhadores e trabalhadoras em educao da rede pblica estadual de Pernambuco: experincias e lutas
Resumo:A segunda metade da dcada de 1980 foi bastante ri...
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Resumo:A segunda metade da dcada de 1980 foi bastante rica para o movimento organizativo dos professores e professoras do ensino oficial do estado de Pernambuco, no que diz respeito a adoo de estratgias de luta de carter mais combativo no sentido de terem atendidas suas reivindicaes por melhores condies de vida e trabalho. O que houvera iniciado no ano de 1979, quando da ecloso da primeira greve geral da categoria, tendo declinado nos primeiros anos da dcada em questo, retorna com bastante fora e vivacidade, constituindo-se como trao marcante de uma categoria que estava por vias de efetivar sua ao coletiva sob a batuta da Associao dos Professores do Ensino Oficial de Pernambuco (APENOPE).
Mediante o exposto, o objetivo deste texto discutir sobre as experincias e lutas dos professores e das professoras da Rede Pblica Estadual de Pernambuco no perodo em questo. Nosso recorte se justifica por ser este um perodo no qual professores e professoras realizaram movimentos bastante expressivos de enfrentamento ao Estado, pautando reivindicaes e debates de carter econmico (reajustes salariais), poltico (redemocratizao do pas), e poltico-educacional (defesa de uma escola pblica de qualidade). Assim, realizaram encontros e congressos estaduais, eatas e greves estas que constituram-se como importantes momentos de radicalizao da luta da categoria. Para tanto, nos embasamos na compreenso do historiador ingls Edward P. Thompson de que a classe social se constitui como uma formao histrica que os sujeitos elaboram a partir de suas experincias de luta.
Destarte, com base na anlise das fontes documentais e orais a que tivemos o, realizaremos trs movimentos distintos e complementares, quais sejam: inicialmente discutiremos sobre alguns dos principais encontros e congressos organizados pela APENOPE; em seguida abordaremos algumas das greves realizadas pelo magistrio pblico estadual no perodo, destacando suas principais reivindicaes; e, por fim, discorreremos sobre o Congresso de Unificao, do qual resultou a formao do Sindicato dos Trabalhadores em Educao de Pernambuco (SINTEPE).
Com a recente consolidao da Histria Social do Trabalho, foram elencados novos temas e problemticas de pesquisa, novas fontes e abordagens relacionadas aos mundos do trabalho, e, por isso mesmo, novos sujeitos vm recebendo gradativamente mais ateno. Neste sentido, torna-se relevante uma reflexo sobre os trabalhadores e trabalhadoras da educao no sentido de superar as discusses historiogrficas tradicionais a respeito da temtica do associativismo e sindicalismo, restritas, por muito tempo, ao operariado industrial reconhecendo-os enquanto sujeitos acometidos pelas muitas vicissitudes geradas pela economia capitalista.
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Joo Victor da Mota Uzer Lima (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
ALTERNATIVAS S UNIVERSIDADES? Think tanks nos Estados Unidos e no Brasil de ontem e de hoje
Resumo:Think tanks so tradicionalmente instituies no ...
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Resumo:Think tanks so tradicionalmente instituies no governamentais, ligadas a iniciativa privada, que procuram desenvolver pesquisas e influenciar o debate pblico. Alegando imparcialidade e apartidarismo, algumas destas instituies so responsveis por elaborar ideias que so disseminadas na sociedade e, por vezes, apropriadas por istraes presidenciais, influenciando medidas econmicas e mesmo a deflagrao de guerras. Os think tanks representam uma convergncia entre acadmia, indstria e poltica deslocado do governo, e tem sido cada vez mais ferramentas de divulgao de ideias e formao de consensos, atuando muitas vezes como potenciais produtores de conhecimento por demanda. Originais do sculo XIX, estas instituies aram por diversas mudanas, cresceram em influncia no decorrer do sculo XX e desenvolveram novas estratgias ao longo da segunda metade do sculo. Com o ar dos anos, mais do que produtores de conhecimento, aram a ser reconhecidos atores polticos, com a emergncia dos chamados Advocacy think tanks. Estas so as instituies que atuam promovendo um ponto de vista, cuja anlise tem uma postura partidria. So caracterizadas como tendo uma misso definida por uma ideologia, moral ou partidria. No Brasil o nmero de think tanks mais que duplicou nos ltimos dez anos. So dezenas de novas instituies divulgando suas pesquisas e influenciado o debate pblico. No entanto, tanto a literatura brasileira quanto as prprias instituies apenas recentemente adotaram o termo original. A Fundao Getlio Vargas, por exemplo, s se autodenominou como think tank em 2008, embora exista e atue como tal desde 1944. Ademais, a maioria dos estudos referentes aos think tanks estudam instituies estrangeiras. Este trabalho busca discutir as aes e dinmicas que definem um think tank, e suas perspectivas histricas, para contribuir nos estudos sobre estas instituies no Brasil. Alm, procura chamar ateno para estes novos atores polticos, em especial ao Advocacy think tanks, no senrio brasileiro que j exercem poderes na histria recente do pas.
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Pmela Cristina de Lima (Colgio Universos)
Dos pontos de parecena ao casco antropolgico sul-rio-grandense: contrastes entre o Rio Grande e o Prata em Capitania dEl Rey
Resumo:O livro Capitania dEl Rey, publicado pelo histori...
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Resumo:O livro Capitania dEl Rey, publicado pelo historiador Moyss Vellinho no ano de 1964, traz captulos que interpretam a histria do Rio Grande do Sul, com nfase luso-brasilidade. No quinto captulo da obra, o autor trata sobre O Rio Grande e o Prata: contrastes. Tomando por objeto o captulo mencionado, analisaremos como o autor concebeu e justificou as diferenas entre o tipo social do gacho platino e do gacho brasileiro, bem como questes que tangem ao caudilhismo, ao drama de fronteira e vocao para a unidade, temas que Vellinho desenvolve no decorrer do captulo.
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Guilherme Luiz Pereira Costa (UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte)
Nosso Lutador: atuao de Mrio Juruna na poltica brasileira apresentada pelo Programa Globo Reprter (1984)
Resumo:Buscamos nos ater anlise de uma produo audiov...
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Resumo:Buscamos nos ater anlise de uma produo audiovisual a respeito da trajetria de um lder indgena que adentra poltica do homem branco e consegue ser eleito deputado federal (1983-1987) no estado do Rio de Janeiro, mesmo em meio ao conflito com a Fundao Nacional do ndio (Funai) e outros representantes polticos.Trata-se de uma entrevista cedida pelo indgena xavante Mrio Juruna ao programa Globo Reprter, em 29 de maro de 1984. A edio do programa dedicado ao cotidiano de Mrio Juruna, fruto de um ms de acompanhamento dos reprteres Mnica Labarthe e Ernesto Paglia. Os jornalistas viveram na reserva indgena de So Marcos, no Mato Grosso, durante um ms observando o dia a dia de um lder indgena. O referido vdeo, que se encontra no site Memria Globo, pode nos possibilitar uma reflexo acerca do cotidiano e da luta de um cacique em favor de seu povo, principalmente considerando o perodo em questo: efervescncia do movimento indgena brasileiro e a abertura democrtica, saindo de uma Ditadura Militar. Mrio Juruna, nascido e criado na selva, sabia como acontecia e entendia sua importncia enquanto porta-voz de seu povo. Lutava em defesa do indgena. Dessa forma, quando questionado acerca da sua ambio pelo posto poltico, Juruna confessa que nunca pensou, no ado, em ser deputado, mas sua eleio no mundo do branco se tornou realidade. Antes, para a comunidade sua natal, Juruna era um lutador; ps-eleio, um representante indgena no Congresso Nacional. A atuao e vida de Mrio Juruna intrigante, uma vez que, desde jovem, desempenhava um papel importante dentro de sua comunidade, mas no se imaginava um dia conduzindo milhares de pessoas. Portanto, cabe investigar como isso acontece. No mais, a partir do programa Global como fonte, se torna interessante pensar como Mrio Juruna se enxergava na poltica.
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Paulo Vincius da Silva (Escola Novo Milnio)
Lendas e Mistrios da Amaznia: o Norte Brasileiro da Portela (1970)
Resumo:O presente texto um exerccio terico-metodolgi...
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Resumo:O presente texto um exerccio terico-metodolgico inserido na pesquisa de mestrado intitulada "Vou invadir o Nordeste, seu cabra da peste": representaes sobre o Nordeste nas escolas de samba do Rio de Janeiro (1970 1979), a partir das leituras feitas nas disciplinas cursadas no primeiro semestre do mestrado (2020.1). A pesquisa objetiva compreender as narrativas e representaes das escolas de samba do Rio de Janeiro sobre o Nordeste brasileiro entre 1970 e 1979. Esse recorte temporal foi escolhido pois na dcada de 70 que as agremiaes cariocas mais abordaram a regio em seus enredos.
Durante o primeiro semestre do curso, foram lidos textos de Michel de Certeau, Michel Foucault, Gilles Deleuze, Judith Butler, Paul Ricoeur, Reinhart Koselleck e outros autores. Este texto buscar compreender o desfile Lendas e Mistrios da Amaznia apresentado pela Portela em 1970 a partir de alguns dos autores mencionados. A obra portelense considerada um dos maiores desfiles do carnaval carioca pode ser compreendida como a primeira grande tentativa de sintetizar e apresentar uma regio brasileira dentro do recorte temporal utilizado (1970-79).
Utilizou-se como documentao matrias dos peridicos cariocas Jornal do Brasil, Correio da Manh e O Jornal, encontradas na Hemeroteca Digital. A sinopse e o samba-enredo do desfile da agremiao encontrados no site Galeria do Samba. Na primeira parte do texto objetiva-se pensar a apropriao de conhecimentos produzidos em outras reas do conhecimento pelos historiadores bem como a utilizao de depoimentos encontrados em peridicos. Na segunda parte do texto foram utilizados conceitos de Foucault, Deleuze e Judith Butler para afirmar a necessidade de se compreender os elementos constitutivos dos discursos e narrativas sobre o Nordeste nos desfiles. Na terceira parte objetiva-se compreender o desfile apresentado pela agremiao.
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Vvia Nascimento Fonseca (UFPA - Universidade Federal do Par)
ACERVOS E HISTRIA: um olhar sobre os impactos sociais da implementao de obras faranicas na Amaznia na dcada de 1970: o caso da Zona Franca de Manaus
Resumo:Desde sua implementao de maneira definitiva em 1...
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Resumo:Desde sua implementao de maneira definitiva em 1967, a Zona Franca de Manaus (ZFM) tem sido palco de distintas discusses seja no cenrio cientfico-acadmico ou nas memrias das pessoas atingidas com o exposto empreendimento sobre as inmeras controvrsias que circundam a sua construo, como a questo dos impactos socioambientais, a eficcia do seu modelo econmico a partir dos seus benefcios fiscais, a gerao de emprego e as transformaes sociais causadas a partir da sua criao, que marcaram o itinerrio das grandes empreitadas da engenharia nacional ao longo da histria. Destarte, reacende-se o debate sobre as questes referentes ao seu desdobramento histrico, a fim de permitir, a partir de um dilogo com fontes histricas, discutir diferentes pontos de vista sobre os impactos sociais causados pela ZFM, cujos efeitos vo desde o deslocamento de povos tradicionais de seus territrios, gerao de capital a partir de mo-de-obra barata, imposio aos modelos de desenvolvimento do exterior, at a violncia fsica e simblica sentidas pelos sujeitos envolvidos nessa empreitada governamental. Nessa lgica, o presente trabalho, tem por objetivo abordar as diferentes tecituras histricas envolvendo a construo da ZFM e os seus impactos sociais a partir do mecanismo governamental no cenrio do conjunto de projetos constitudos dentro da chamada Operao Amaznia, programa idealizado e executado pelo Governo Ditador Militar Brasileiro (1964 a 1985), tendo por fito refletir sobre a seguinte problemtica: de que maneira os constantes processos de migrao para a regio da ZFM afetaram a dinmica socioeconmica do territrio de Manaus e quais as consequncias deste processo nos dias atuais? Para tanto, dada a importncia em gerar visibilidade as questes sociais referentes ao cenrio sociopoltico brasileiro da dcada de 1970, moldou-se um percurso histrico acerca do desdobramento da Zona Franca de Manaus. Metodologicamente, o trabalho parte uma pesquisa bibliogrfica e documental, com base nas contribuies tericas de Martins de Souza (2018), Carvalho (2009), Serfico; Serfico (2005), dentre outros. Tomou-se como base, documentos oficiais relacionados construo da ZFM, como a Lei n 3173/57 e o Decreto-Lei n 288/67, por meio de uma abordagem qualitativa de pesquisa. Concluiu-se que o desdobramento histrico da Zona Franca de Manaus, desde sua implementao, revestiu-se de constantes modificaes em suas polticas de ao e aplicao, trazendo inmeros impactos sociais sob o manto do desenvolvimento, como os alarmantes nveis de pobreza, as pssimas condies de saneamento, a ausncia de polticas pblicas assistencialistas para a populao, os desastres ambientais sentidos na regio e o o desigual ao mercado de trabalho.
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Cyro Porto Martins (Uiversidade Federal de Santa Maria)
Disputas internas: O Federalismo e a contestao do poder centralizado no contexto Histrico e na Pandemia de Covid-19 no Brasil.
Resumo:A formao dos Estados nacionais na Amrica Platin...
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Resumo:A formao dos Estados nacionais na Amrica Platina (Argentina, Bolvia, Brasil, Paraguai e Uruguai) foi marcado por diversos conflitos e disputas que atravessaram o sculo XIX. Disputas essas que foram influenciadas por diferentes vises acerca da conformao do Estado e dos interesses de diferentes grupos que compunham esses territrios. Nesse contexto, as disputas sobre o Federalismo e sua anttese, o Unitarismo/Centralismo, foram determinantes nos conflitos que se deram na formao do Estado brasileiro desde da sua independncia em 1822, chegando tambm at ao incio da Repblica nos anos finais do sculo XIX. No obstante, atualmente com a Pandemia que assola o planeta, as disputas entre o governo central e as unidades federativas se mostram latentes. Nesse sentido, o presente trabalho busca fazer um paralelo entre as disputas pelas bandeiras do Federalismo e Unitarismo/Centralismo ao longo do sculo XIX, com o atual desavena entre o governo central do Brasil e suas Unidades Federativas. Esse trabalho est vinculado com o projeto Amrica Platina: processos histrico de estruturao e consolidao das sociedades e dos estados nacionais no sculo XIX e primeira metade do sculo XX, bem como as relaes em um mundo global, pelo qual esto subvencionados com bolsa Probic/Fapergs/UFSM.
Palavras Chave: Federalismo, Unitarismo, Disputas.
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