ST 28 - Sesso 1 - Sala 28 - Dia 16/09/2020 das 14:00 s 18:00 6q2u1i
Local: Sala 28
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Gilmara Cruz de Araujo
REGIME DE HISTORICIDADE RITUAL Prticas rituais indgenas no Gro-Par do sculo XVIII
Resumo:Este trabalho tem o objetivo de esmiuar e refleti...
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Resumo:Este trabalho tem o objetivo de esmiuar e refletir sobre as Prticas Rituais dos ndios na regio do Gro-Par setecentista. Visa uma anlise mais aprofundada sobre as prticas mgicas de cura - consideradas pela Inquisio como feitiaria - e a formao de uma cultura muitas vezes negada e demonizada pela viso europeia. As mulheres e homens considerados feiticeiros foram alvos de perseguies e personagens ativos na Histria do Gro-Par (Brasil) no Perodo Colonial, o que contribuiu para a formao de uma nova identidade cultural na colnia, e que atesta que os ndios foram sujeitos ativos na Histria do Brasil. Para tal, a anlise ser realizada atravs do processo Inquisitorial de Ludovina Ferreira, que foi acusada pela Inquisio por cometer crimes de feitiaria, realizando rituais de curas na companhia de dois ndios. Esse documento relativo Visitao do Santo Ofcio da Inquisio ao local entre os anos 1763-1769. Esses processos inquisitoriais esto sob a guarda do Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT), em Lisboa (Portugal), mas foram digitalizados e esto disponveis no site da Instituio. A anlise toma flego atravs dos novos debates que envolvem o conceito de tempo, a crise da concepo universalista, linear e progressista, e a perspectiva de anlise cruzada, o que nos oferecer uma nova reflexo sobre o tema de pesquisa e a problematizao da viso eurocntrica sobre os costumes indgenas e sobre os registros histricos, que contriburam para que uma viso demonizada das prticas rituais indgenas chegasse at ns. A concepo moderna da Histria Europeia, considerada universal, humana e progressista entrou em crise e novos debates esto surgindo para problematizar a questo da linearidade do tempo histrico e dos povos colonizados. Essas novas problemticas partiram de autores como: Koselleck, Hartog, Viveiro de Castro, Federico Navarrete, entre outros. E ser a partir de conceitos e reflexes produzidos por eles que nosso trabalho ir partir.
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Joo Paulo Peixoto Costa (Instituto Federal do Piau)
O fim do estatuto de vila de ndios em Monte-mor Novo (Cear, 1828-1831)
Resumo:As transformaes jurdicas e istrativas com ...
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Resumo:As transformaes jurdicas e istrativas com a formao do Estado nacional brasileiro foram funestas para os povos indgenas no Brasil. A condio de cidadania que aram a exercer foi utilizada pelas elites polticas nacionais e provinciais como argumento para a extino de antigas garantias oriundas do Antigo Regime. Foram suprimidos o estatuto de vila de ndios das povoaes que ainda estavam sob a vigncia do Diretrio e, consequentemente, os cargos nas respectivas cmaras municipais reservados s lideranas indgenas. Este artigo estuda o caso da vila de Monte-mor Novo, no Cear, que ou gradativamente a ter uma maioria de no ndios como moradores e membros do conselho municipal. Analisa-se como os extranaturais articularam a expulso dos indgenas e, contrapelo, de que maneira os ndios possivelmente agiram para retornar vila, ainda que despossudos de suas antigas garantias. Com a destruio das matas do macio de Baturit, a chegada de mais extranaturais e a seca mortfera de 1825, avanou a gradual converso de Monte-mor Novo de uma vila de ndios para uma vila com ndios, que j eram poucos. O mesmo se deu com sua cmara municipal: de espao de atuao poltica indgena, transformou-se em instituio anti-indigenista. Por meio dela, e interessados nas terras dos ndios, os extranaturais articularam a extino do estatuto de vila de ndios de Monte-mor Novo, a usurpao das posies istrativas dos habitantes originrios e sua expulso da povoao. Tudo isso se deu durante um contexto de destruio das bases ideolgicas do Antigo Regime e da concepo corporativa da sociedade. Em contrapartida, por meio de um liberalismo postio, as elites polticas buscaram gestar uma nao de cidados supostamente iguais, mas no aceitaram a possibilidade de participao poltica das camadas populares. Nessa comunicao, analisaremos como se deu esse processo em uma das vilas do Cear o que pode ter sido semelhante ao que ocorreu em outras provncias e, contrapelo e a partir das fontes produzidas pelas elites, a ao indgena diante de perdas irreparveis.
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Victor Hugo Abril (Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)), Taylor Ucha Cavalcanti (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco)
A servio de el rei e de seus povos: um estudo sobre o cargo de governador dos ndios em Pernambuco (c. 1675-c.1700)
Resumo:Partindo das discusses do grupo de pesquisa PAAC ...
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Resumo:Partindo das discusses do grupo de pesquisa PAAC (Poder e istrao na Amrica Colonial) esta pesquisa almeja expor acerca do governador dos ndios e sua carga simblica
como elo entre a cidade e o Serto ou, aos olhos lusitanos, entre civilizao e barbrie, enfim,
como se deu sua atuao no mbito da istrao colonial.
Dentre os objetos de estudo pertencentes ao mundo colonial, o Serto leva consigo uma vasta carga de significados que se alteraram ao longo do tempo, tresando contemporaneidade, embora com sentido diferenciado do que sculos atrs. Tais significados se unem mstica criada atravs da tradio oral e histrias escritas a respeito do que no se conhecia profundamente e que despertava medos e anseios nas populaes estabelecidas aqui ao longo das eras.
certo que o termo Serto ou Certo, como era utilizado no tem sua origem
definida. Provavelmente, a palavra se originou do latim clssico sertanum, desertum ou
desertanum que significam traado, desertor e lugar desconhecido para onde foi o desertor,
respectivamente. A unidade istrativa conhecida como Serto no perodo colonial
aparece como algo importantssimo de se entender; ainda hoje, pouco se sabe das relaes que
l se estabeleceram.
Convm destacar que a Restaurao Pernambucana deixou ecos na hierarquia social do mundo colonial portugus; os povos indgenas aldeados se destacaram por garantir a soberania portuguesa perante estrangeiros e/ou ndios hostis, a exemplo da famlia Camaro. Uma vez apreendido os costumes europeus como organizao do tempo, o cristianismo e a importncia dos documentos, os Camaro souberam usufruir da influncia que exerciam entre outros grupos indgenas tanto quanto entre os portugueses. A pesquisa ainda est em fase inicial, contudo, pequenas fissuras deixadas pela bibliografia explorada motivaram a pergunta: o governador dos ndios seria um dos poderosos do Serto"?
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Bruno Rafael Machado Nascimento (Governo do Estado do Amap)
Jesutas e indgenas no Cabo do Norte (Amap) na segunda metade do sculo XVII
Resumo:Esta comunicao objetiva trazer baila a experi...
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Resumo:Esta comunicao objetiva trazer baila a experincia da Companhia de Jesus no Cabo do Norte nos anos finais do sculo XVII em sua relao com os indgenas. Busca-se captar as tticas de sobrevivncia desses povos frente violncia da colonizao e da cristianizao. No tarefa fcil, visto que as fontes foram escritas por outros agentes coloniais e no pelos nativos. Contudo, a partir da leitura nas entrelinhas proposta por Maria Celestino de Almeida (2012) possvel lanar o olhar histrico-antropolgico em que se intenta entender os significados das aes dos sujeitos dentro da noo de cultura entendida como prtica flexvel e no esttica, ademais os amerndios so compreendidos como protagonistas que tiveram possibilidades de ao e no como sujeitos ivos. Assim essa perspectiva no desconsidera o etnocentrismo e os preconceitos presentes nos discursos, mas procura ar o universo cultural nativo por meio dos vestgios, pistas e sinais presentes nas fontes (GINZBURG, 2001).
Obra fundamental para a elaborao desta reflexo foi a Crnica dos padres da Companhia de Jesus (1990) escrita pelo jesuta Joo Felipe Bettendorff no final do sculo XVII. Seu trabalho foi um pedido dos seus superiores com a finalidade de edificao, ou seja, elevar a memria da ordem e realizar a defesa dos padres exaltando os que foram mortos como verdadeiros mrtires (TORRES-LONDOO, 2000). Tambm se utilizou documentos do Arquivo Histrico Ultramarino consultados por meio da internet no Projeto Resgate Baro do Rio Branco. Obra bibliogrfica importante para feitura deste texto e que apresenta transcries de vrios documentos foi a Histria da Companhia de Jesus (2004, t. II, III e IV) do padre Serafim Leite que ainda hoje indispensvel para o estudo da ordem no Brasil.
Experincias semelhantes ocorreram no extremo norte da Amrica portuguesa, franciscanos e jesutas foram enviados para ajudar no processo de colonizao destas terras, sobretudo, na tentativa de controle das populaes indgenas que constantemente foram assediadas pelos vizinhos ses.
Este espao foi conquistado pelos portugueses paulatinamente e a custa de conflitos contra ingleses, holandeses, irlandeses e ses. Os ingleses e holandeses, mesmo antes dos lusitanos, construram fortificaes que serviam principalmente como feitorias para o comrcio com os indgenas. Chegaram a plantar tabaco, levaram madeiras, urucum, peixe-boi para a Europa. Neste processo de combates, os amerndios aliados foram decisivos, pois eles foram os flecheiros, guias, usaram suas tcnicas de guerra e sua fora de trabalho foi utilizada na devastao e construes de fortes.
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Carlos Fernando dos Santos Jnior (Secretaria de Educao do Estado de Pernambuco)
Nem brbaros, nemrebeldes e muito menos cidados sem terras, mas sujeitos com histrias: experincias histricas e territorialidades dos ndios do Serto de Pernambuco no sculo XIX.
Resumo:A Constituio de 1824 concedia a cidadania brasil...
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Resumo:A Constituio de 1824 concedia a cidadania brasileira a todo aquele que nasceu em solo brasileiro e aos estrangeiros naturalizados. Quanto ao exerccio da cidadania, a mesma constituio em seu Captulo VI, Art. 92 alnea V, estavam excludos das eleies aqueles que no possussem renda lquida anual de cem mil ris por bens de raiz (terras), indstria, comrcio ou empregos (pblicos). Destarte, os pobres que no possussem uma propriedade ou uma fonte de renda considervel no poderiam ser eleitores no Imprio. A populao indgena no Brasil Imprio estava inclusa no estrato social da populao pobre do pas. Sem direitos polticos assegurados, apenas reconhecida sua naturalidade e confundidos com a massa da populao, segundo o relatrio do presidente da Provncia do Cear no ano de 1863.
A conjuntura poltica e social do Brasil em meados sculo XIX favoreceu no s a invisibilizao dos ndios do Nordeste, no cenrio nacional, mais tambm o processo de espoliao de suas terras e territrios tanto por vias legais e ilegais. Caracterizada pela intruso de no ndios nas terras pertencente as antigas vilas de ndios da poca do Diretrio Pombalino (sculo XVIII). No podemos pensar que a reao dos ndios a estes acontecimentos oscilasse entre a ividade e a resistncia armada. Ao contrrio, houve um conjunto de aes coletivas ou individuais, nas quais ocorriam negociaes e disputas de cunho pessoal ou na justia. Compreendendo isso, temos que deixar de lado uma viso bipolar sobre os indgenas construda pelos intelectuais do sculo XIX, e percebe-los enquanto agentes histricos, que refinaram suas estratgias sociopolticas de negociao e confronto, embasadas em seus acervos de experincias historicamente construdos.
Entre o final do sculo XVIII e ao longo do sculo XIX, os ndios das Vilas de Assuno e Santa Maria localizadas nas ilhas do Rio So Francisco na Provncia de Pernambuco vivenciaram experincias historicamente datadas acerca das transformaes que seus territrios sofreram nos sculos anteriores. E tambm a invisibilizao das suas das identidades, por meio de classificaes para suavizar quaisquer sinais da cultura indgena.
O artigo aborda alguns relatos de experincias de conflitos e negociao dos ndios das Vilas de Assuno e Santa Maria, e os outros territrios indgenas na Bacia do Submdio Rio So Francisco, na primeira metade do sculo XIX. O objetivo entender como os povos indgenas dessa regio elaboraram suas estratgias sociopolticas de negociao, conflitos e alianas. E como as experincias adquiridas em pocas anteriores contribuem para um aprendizado, tanto sobre as formas de impor limites as invases de seus territrios quanto a percebe-los como os protagonistas das suas histrias.
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Wesley de Oliveira Silva (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco)
A participao do Tero de Camaro na Guerra dos Palmares (1660-1695)
Resumo:Muito j foi produzido acerca do quilombo dos Palm...
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Resumo:Muito j foi produzido acerca do quilombo dos Palmares e os vrios mocambos que o constitua, especialmente no que se refere a todo processo de guerra ou as expedies organizadas durante a istrao de vrios governadores da capitania de Pernambuco. No entanto, ainda muitas perguntas seguem sem respostas satisfatrias, e neste ponto inserimos a proposta deste trabalho. A participao indgena foi constante durante todo o conflito, sendo muitas das expedies compostas em sua maioria por esses guerreiros (comumente chamados de flecheiros na documentao), algo ainda muito pouco trabalhado. Muitos dos indgenas que eram arregimentados para lutar nos Palmares saam de aldeamentos prximos regio ou foram, justamente com seus aldeamentos, deslocados de outras capitanias vizinhas (Paraba, Bahia, entre outas). Fora isso, alguns comandantes de expedies (como foi o caso de Domingos Jorge Velho) pediram especificamente contingentes de indgenas do Tero de Camaro, que tambm participaram do conflito. Alm de conhecerem de saberem lutar a guerra de guerrilha, os indgenas conheciam relativamente bem as florestas do interior das capitanias, e o emprego da mo de obra blica indgena foi recorrente durante todo o conflito, seja em tropas que marchavam para o local (comandadas por capites das expedies) ou atravs dos aldeamentos que defendiam as reas que sofriam mais com os ataques dos Palmaristas, na qual aldeamentos foram estrategicamente enviados para servir, principalmente, de barreira aos ataques dos Palmaristas. Isto posto, o presente trabalho busca analisar a participao do Tero de ndios de Pernambuco (tambm chamado de Tropa de Camaro) durante a Guerra dos Palmares, entre 1660-1695. Para tal, usaremos como fontes documentaes encontradas no Arquivo Histrico Ultramarino (AHU) e nos Documentos Histricos da Biblioteca Nacional (DHBN), bem como textos de cronistas que escreveram sobre o conflito, como a Relao das Guerras Feitas aos Palmares de Pernambuco no Tempo do Governador D. Pedro de Almeida: de 1675 a 1678.
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Fernanda Carolina Pereira dos Santos (UFS - Universidade Federal de Sergipe), Lucas Oliveira de Jesus (Universidade Federal de Sergipe (UFS))
Nos limites da misso: conflito e apossamento das terras da Aldeia da gua Azeda, So Cristvo (SE), 1822-1860
Resumo:A presente pesquisa debrua-se em um momento de pr...
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Resumo:A presente pesquisa debrua-se em um momento de profundas transformaes polticas, econmicas e sociais que influenciaram no trato entre indgenas e a elite fundiria oitocentista. As balizas cronolgicas situam-se num perodo de ausncia de legislao para a aquisio de terras, em que a prtica do apossamento foi uma das formas encontradas para expanso das propriedades rurais. Com o cessar da distribuio das sesmarias, o Imprio brasileiro s teve um regulamento fundirio com a aprovao da Lei de Terras em 1850 e sua regulamentao em 1854. Nessa dinmica, os apotentados elaboravam uma srie de estratgias visando usurpar os territrios indgenas fronteirios e aumentar os seus domnios. de se notar que foi no sculo XIX que a atividade canavieira em Sergipe, mais se desenvolveu, o que contribuiu para a ampliao das propriedades e a procura por novos pastos. A partir dessa problemtica, objetiva-se elucidar os conflitos fundirios entre os abastados proprietrios rurais so-cristovenses, em sua maioria, senhores de engenho, e a Misso de Nossa Senhora da F da Aldeia da gua Azeda, no termo da cidade de So Cristvo, antiga capital da provncia de Sergipe del Rey. Para tanto, procede-se a perscrutao dos inventrios post-mortem, registros paroquias de terras, correspondncias, alm de outras fontes impressas, como os peridicos e os relatrios dos presidentes de provncia, que permitem discutir como a noo de propriedade era enraizada nas relaes sociais de produo e nas dinmicas agrrias costumeiras da sociedade oitocentista sergipana. Para auxiliar essa anlise, tambm houve a leitura da bibliografia referente legislao indigenista e conflitos por terra durante o Imprio Brasileiro. Ademais, espera-se demonstrar a ligao entre a elite econmica e os cargos camarrios, tecidos como uma das principais estratgias para expanso do limite de suas propriedades e discursos contra a populao indgena.
Palavras-chave: Conflitos fundirios. ndios. Proprietrios rurais. Sergipe.
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Vernica Arajo Mendes
O Brasil dos viajantes: Representaes do feminino indgena no sculo XVI
Resumo:Resumo: O Brasil do sculo XVI recebeu diversos vi...
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Resumo:Resumo: O Brasil do sculo XVI recebeu diversos viajantes que se dedicaram a deixar por escrito suas impresses sobre o Novo Mundo. A contribuio deles a nvel historiogrfico tamanha que sculos se aram e seus escritos continuam sendo (re)visitados. Este artigo tem, justamente, a inteno de analisar criticamente algumas destas fontes: A Carta de Achamento do Brasil, de Pero Vaz de Caminha (2019), Dirio da Navegao da Armada que foi terra do Brasil, de Pero Lopes de Sousa (2011), Viagem terra do Brasil, de Jean de Lery (2007) e Duas Viagens ao Brasil, de Hans Staden (2008), direcionando sua ateno para o lugar que o feminino ocupa nos textos. Deste modo, acompanharemos diversos processos da vida da mulher indgena: nascimento, sexualidade, trabalho, casamento e maternidade. Ademais, o presente artigo buscou aporte terico em Roger Chartier (2002) e na sua noo de representao. importante ressaltar que os discursos produzidos pelos viajantes so frutos de suas prprias experincias, e a maneira como seus olhares recaram sobre a cultura nativa era fortemente influenciada por suas concepes prprias trazidas na bagagem do velho mundo. Sendo assim, seus relatos no constituem neutralidade, uma vez que suas representaes inserem as mulheres indgenas na esfera da marginalizao. Alm de Roger Chartier (2002), Joo Pacheco de Oliveira (2018) e Manuela Carneiro da Cunha (1990) fornecem ao trabalho subsdios tericos bastante pertinentes. Em dilogo com os autores, a unidade dos viajantes questionada, de modo que ao se analisar as obras dos viajantes diversas variveis foram levadas em considerao: sua formao intelectual, crenas, posio social, nacionalidade, perodo em que a viagem aconteceu, respeitando as diferenas e rompendo com possveis homogeneidades.
Palavras-chave: Viajantes. Representaes. Mulher Indgena.
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Alexandre Navarro (UFMA - Universidade Federal do Maranho)
A coruja dos olhos que tudo v: histria indgena no Maranho antes da Conquista e os povos das palafitas lacustres
Resumo:No esturio do Maranho do incio da era crist at...
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Resumo:No esturio do Maranho do incio da era crist at o ano 1100 d.C. viviam sociedades indgenas complexas em palafitas dentro de rios e lagos. Como construram as aldeias em cima de troncos de rvores fincados no leito desses cursos dgua (esteios), estes lugares ficaram conhecidos como estearias. A existncia de farta alimentao nesses lagos pde criar uma situao favorvel habitao sedentria destes povos na regio. Nesta comunicao apresentarei os resultados de 5 anos de pesquisa acadmica desenvolvida pelo Laboratrio de Arqueologia da Universidade Federal do Maranho (LARQ-UFMA), nos seguintes aspectos: mapeamento e anlise simblica dos artefatos. Estas aldeias so moradias permanentes, pois as madeiras que foram utilizadas para construir as aldeias so todas de lei, como o pau darco (ip), pois era necessrio que a madeira fosse de boa qualidade para durar dentro deste ambiente aqutico. Esta atividade requereu um grande esforo humano e uma hierarquia social para sua construo. O stio Boca do Rio, por exemplo, tem 1150 esteios fincados no fundo do rio numa rea de 1 hectare, o que corresponde a um campo de futebol. O mapeamento que fiz com minha equipe at agora indica que as aldeias tinham uma forma linear onde existia uma grande praa ou casa comunal dedicada aos encontros coletivos para a realizao de festas e cerimnias, e outras malocas menores, residenciais. A praa cerimonial estava ligada s malocas por uma ponte. Como os stios esto no ambiente aqutico, o material arqueolgico est bem preservado. Quanto aos artefatos coletados chamam ateno as estatuetas (pequenas esttuas de argila queimada representando seres humanos e animais) todas femininas e com a genitlia mostra, o que pode indicar seu uso em rituais de fertilidade ou de iniciao da puberdade. Alguns exemplares tm a cabea decapitada, uma prtica comum no somente na Amaznia pr-histrica, mas entre os povos pr-colombianos da Amrica Central como os maias, por exemplo. O objetivo era matar o objeto utilizado no ritual a fim de espantar os maus espritos ou maus agouros. Com relao iconografia, a observao dos desenhos so, em geral, representaes da pele de alguns animais, especialmente a da anaconda. Estes animais, segundo a etnografia amaznica, esto associados ao xamanismo. Mencionarei o artefato mais raro encontrado: um muiraquit, um amuleto feito de jade, que no existe no Brasil e que indica contato com grupos indgenas do Caribe. Por fim, discutirei um dos maiores problemas da pesquisa: uma vez que estes povos j no existiam poca da invaso europeia no sculo XVI, quem eram esses grupos indgenas e por que colapsaram?
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Karen Cristina Costa da Conceio (UFMA - Universidade Federal do Maranho)
As alianas matrimoniais intertnicas como ttica feminina indgena frente ao projeto Frana Equinocial (1612-1615)
Resumo: As duas narrativas intituladas Histria da Misso...
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Resumo: As duas narrativas intituladas Histria da Misso dos Padres Capuchinhos na Ilha do Maranho e Terras Circunvizinhas, produzida pelo padre Claude D'Abbeville e Continuao da Histria das coisas mais memorveis ocorridas no Maranho nos anos de 1613 e 1614, escrita pelo padre Yves D' vreux, contam a experincia sa de colonizao na fronteira norte da Amrica do Sul. Nessa localidade vrios grupos indgenas procuraram os ses em busca de negociao, comrcio, melhores condies de sobrevivncia, muitos destes nativos haviam fugido das reas com presena portuguesa e aram a conviver com as instituies de fronteira (reunies polticas, comrcio e a misso) adotadas pelos normandos nas terras maranhenses. A documentao consultada demonstra que foram vrias as tticas utilizadas pelos indgenas para sobreviver ao empreendimento colonial, entre as formas de resistncia encontramos casos de mulheres ndias que instrumentalizaram alianas matrimoniais com os adventcios ses para resistirem imposio civilizatria empreendida pelo projeto Frana Equinocial. A presena dessas relaes matrimoniais intertnicas entre as ndias e os adventcios ses tem contribudo para o entendimento de uma viso da fronteira norte contrria ao cenrio de "guerra" ou da "natureza intocada" compreendido pela historiografia, e, ainda, para a evidenciar as tticas desenvolvidas pelas mulheres indgenas frente ao processo de colonizao que se desenvolveu na regio em questo com o intuito de romper com as vises presentes em alguns estudos historiogrficos acerca da mestiagem biolgica, sendo elas: da promiscuidade das mulheres indgenas e a ideia de que esses enlaces matrimoniais faziam parte da poltica de integrao do territrio e de seus habitantes aos domnios europeus na efetivao da conquista.
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ST 28 - Sesso 2 - Sala 28 - Dia 17/09/2020 das 14:00 s 18:00 2i6q37
Local: Sala 28
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Cristiane Maria Marcelo (Universidade Estadual do Piau)
A centralidade da disputa por rios nas negociaes fronteirias entre o Imprio do Brasil e a Repblica da Venezuela (sculo XIX)
Resumo:A comunicao almeja explorar a importncia da dom...
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Resumo:A comunicao almeja explorar a importncia da domnio dos rios nas negociaes fronteirias entre o Imprio do Brasil e a Repblica da Venezuela na segunda metade do sculo XIX. nosso interesse analisar as estratgias argumentativas utilizadas pelos negociadores para defenderem o direito sobre determinados trechos ou afluentes do Rio Negro que ficava fronteira entre os dois pases. Buscaremos ainda relacionar tais estratgias com os projetos dos respectivos pases para incentivar o desenvolvimento econmico, o aprimoramento das redes de comunicao, a proteo e o povoamento dos territrios fronteirios parcamente ocupados.
Dentro desta perspectiva, nosso objetivo ainda compreender o protagonismo assumido pelos grupos indgenas, que eram essenciais tanto na investigao das potencialidades de navegao dos rios quanto na ocupao estratgica de territrios contestados. Tal anlise ser feita luz das reflexes tericas elaboradas por Maria Regina Celestino de Almeida (2011, 2003), Joo Pacheco de Oliveira (2016) e Mrcio Couto Henrique (2008), que defendem a existncia de interesses prprios nos acordos e alianas estabelecidas entre os ndios e as autoridades locais e que podem ser percebidas nas entrelinhas da documentao oficial.
O estudo ser feito com base na anlise crtica de uma variedade de fontes que buscaro dar conta da complexidade de questes que iremos problematizar. Nosso ponto de partida ser o conjunto documental de ofcios, despachos, pareceres elaborados no mbito da Misso Especial s Repblicas da Venezuela, Nova Granada e Equador (1852-1855), encabeada pelo diplomata Miguel Maria Lisboa, quando foi assinada uma segunda tentativa de tratado. Relatrios dos presidentes de Provncia do Amazonas, documentos sobre a condio da fronteira entre os dois pases, relatos de viajantes estrangeiros e de religiosos. Os dois ltimos conjuntos documentais sero essenciais para nos desvencilhar do carter oficial dos debates.
Entendemos, como sustentam Jos Augusto Pdua e Rafael Chambouleyron (2019, p.15-24), que, os sistemas fluviais so parte fundamental da formao histrica do Brasil, especialmente se considerarmos a complexa rede de milhares de rios que atravessam e integram o territrio do pas. Os rios do dinamicidade e impactam a vida cultural, social e econmica dos grupos humanos que, por sua vez, interagem das mais diversas formas como esse movimento incessante das guas. De outro modo, tambm preciso considerar que as guas dos rios so elementos de disputa, esto no centro de conflitos armados, especialmente pela importncia no domnio poltico regional (ARRUDA, 2006, p. 16-44).
Na segunda metade do sculo XIX, contexto de afirmao dos Estados Nacionais no continente americano, as disputas de soberania por terras e guas ganham uma dimenso ainda maior, no apenas pelas potencialidades econmicas que elas podiam guardar, mas tambm pela posio estratgica que ocupavam nos quadros da geopoltica continental. nesse contexto que se percebe o empenho do Imprio do Brasil em tratados bilaterais para resguardar a navegao do rio Amazonas somente aos povos ribeirinhos - apesar da presso dos Estados Unidos corroborado com alguns pases vizinhos - em troca de concesses territoriais. As negociaes com a Venezuela, que buscaremos analisar, tambm se inserem neste contexto. As disputas agora estavam relacionadas a trechos dos rios Negro e alguns de seus afluentes, igualmente importantes na legitimao do projeto de Estado-Nao em curso.
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Paulo Jos de Melo Lima
Cabanos e Aldeados: O papel da experincia cabana no processo de estabelecimento da aldeia do Riacho do Mato (1860-1878)
Resumo:Autor: Paulo Jos de Melo Lima. Graduando em Hist...
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Resumo:Autor: Paulo Jos de Melo Lima. Graduando em Histria UFRPE
Orientadora: Dra. Mariana Albuquerque Dantas. DEHIST UFRPE
O presente trabalho tem como objetivo apresentar os resultados da pesquisa realizada sobre a criao do aldeia do Riacho do Mato. Buscaremos enfatizar a circulao de cabanos nas matas de fronteira entre Pernambuco e Alagoas durante a primeira metade do sculo XIX, discutindo a participao desses sujeitos na dinmica poltica local e no processo de estabelecimento de uma aldeia indgena no Riacho do Mato a partir da dcada de 1860. A regio que atualmente corresponde a Zona da Mata Sul de Pernambuco possui um histrico de circulao de rebeldes e repressores envolvidos nas revoltas do perodo regencial. Foi inclusive nessa regio que desembarcaram as tropas de represso insurreio de 1817 e confederao do Equador (Dantas, 2018. p. 210). Alm disso, foi no territrio conhecido como Riacho do Mato que o lder cabano Vicente Ferreira de Paula buscou abrigo aps sua derrota na guerra dos cabanos. Segundo Manoel Correia de Andrade, Vicente de Paula fugiu para aquelas matas e l construiu um pequeno povoado onde foi abrigada uma numerosa populao pobre. Vicente permaneceu na regio at 1843, quando ele e seus homens abandonam quelas matas e se juntam a faco dos lisos na guerra contra os cabeludos em Macei (2005, p. 217-218). Quinze anos aps a partida de Vicente de Paula, um grupo de cerca de vinte ndios liderados pelo Maioral Manoel Valentim buscou estabelecer uma aldeia na regio e reivindicar o reconhecimento legal do territrio. Eles tiveram de lidar com a resistncia de posseiros e autoridades locais. Nos relatos sobre o processo de estabelecimento dos indgenas na regio, encontramos acusaes de envolvimento com a cabanada, feitas contra Valentim e at mesmo contra os posseiros locais. Assim, buscaremos compreender qual a contribuio da cabanada para a construo das estratgias de ao poltica desenvolvida pelos indgenas da regio, frente a poltica indigenista imperial que propunha a extino dos aldeamentos em locais de ocupao colonial antiga. Como estratgias metodolgicas, utilizamos as abordagens micro-histrica (Revel, 1998. p. 20), referncias sobre o protagonismo indgena na histria do Brasil e sua participao em revoltas populares no sculo XIX. Para que assim possamos construir novas perspectivas, que reflitam a tendncia das populaes indgenas arem a ocupar um lugar de maior destaque no palco da histria (Almeida, 2010).
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Deisiane da Silva Bezerra (Escola)
As centenas de homens e mulheres que est ao nosso lado, que o papel pouco para enumer-los: entre fios, rastros e tramas dos Protagonismos Indgenas
Resumo:O presente artigo tem o objetivo de analisar os pr...
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Resumo:O presente artigo tem o objetivo de analisar os protagonismos indgenas em meio s dinmicas de contato com no-indgenas a partir do incio dos anos 1920, instituindo neste processo a figura do Padre Alfredo Pinto Dmaso como mediador. Os indgenas estabeleceram um dilogo com o Estado e suas instituies, requisitando a tutela do Servio de Proteo aos ndios-SPI, porm, no se limitaram a condio de subordinados. Essa experincia foi permeada por aes junto ao mediador, em resposta ao abuso de poder por parte dos agentes do rgo, traduzidas nas correspondncias de indgenas Fulni- (PE) e Kariri-Xoc (AL) destinadas ao religioso, bem como, em relatos orais, material de anlise para este trabalho. Metodologicamente, nos fundamentaremos no modelo micro-histrico proposto por Ginzburg (2007), analisando a documentao consultada, sistematizando-a na tentativa de compreender a tica de quem a produziu, as relaes implcitas e os rastros deixados pelo documento. O que favorecer a identificao de narrativas histricas que nem sempre so construdas sob o compromisso com as experincias e situaes vivenciadas e por isso, limitadas pela lgica totalizante, mas, que podem traar as tramas e conexes imperceptveis sob outras ticas. Bem como, no paradigma indicirio (GINZBURG, 1989), mtodo interpretativo, centrado no detalhe, que pretende identificar os resduos, pistas e dados nas fontes, muitas vezes negligenciados, mas, reveladores quando submetidos a uma anlise semitica, que pode contribuir para a construo da narrativa histrica inferindo as causas a partir dos efeitos; em Certeau (2015; 2014), utilizaremos as reflexes sobre a operao historiogrfica, que consiste no gesto de separar, reunir e transformar em documentos, o objeto que foi distribudo de outra maneira e, nos conceitos de Ttica e Estratgia, para pensar a tessitura das conexes, ao apontar para os campos onde, as prticas so articuladas, as alianas se formam e as peculiaridades e mobilizaes determinam o espao e o tempo em que ocorreram os relatos, assim, amortizam-se as dvidas das narrativas no contadas e marcam-se as especificidades das experincias; e em obras que analisaram experincias indgenas no Nordeste a partir dos processos de mobilizaes para afirmaes tnicas (OLIVEIRA, 1998; DANTAS, 2010; SILVA, 2008).
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Maria da Penha da Silva (Secretaria de Educao da Prefeitura do Recife)
Estudantes indgenas dos Institutos Federais de Pernambuco: protagonizando uma outra histria
Resumo:Os protagonismos indgenas um tema bastante reco...
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Resumo:Os protagonismos indgenas um tema bastante recorrente nos debates da chamada nova histria indgena como perspectiva historiogrfica emergente nos anos 1990. Em consequncia da efervescncia do movimento indgena naquele perodo, as pesquisas acadmica em diversas rea, a exemplo da Educao, Antropologia e Histria dentre outras, buscaram compreender aquele fenmeno. Histria coube questionar os prognsticos sobre a provvel integrao dos povos indgenas sociedade nacional e paulatinamente o desaparecimento. Esse questionamento exigia rever a Histria oficial e reescrev-la de forma desmitificar a ideia sobre a condio de incapacidade atribuda aos povos indgenas, um argumento usado como subterfujo para estabelecer a relao de tutela estatal e expropriao das terras, recursos naturais e fora de trabalho indgenas. Enquanto a antropologia via a necessidade de rever as interpretaes da Histria do Brasil baseadas em categorias coloniais que no mais serviam para as anlises cientficas sobre os povos indgenas contemporneos, assim, reunindo esforos para superar alguns paradigmas cientficos, dentre esses o evolucionismo. Para a Educao, o desafio era pensar os processos de escolarizao impostos aos povos indgenas e as estratgias de superao por meio da proposio da educao especfica e diferenciada que demandava tambm a formao de um quadro de professores/as indgenas. Nesse sentido, o presente estudo, estabelece um dilogo necessrio com essas trs reas visando compreender um fenmeno recente, a presena e atuao poltica dos estudantes indgenas na Educao Superior nos Institutos Federais de Pernambuco. Utilizaremos informaes da nossa pesquisa de campo, alm da reviso bibliogrfica pautada nas produes acadmicas recentes nas rea da Histrica, Antropolgica e Educao, a exemplo dos estudos de: Edson Silva, Mariana Dantas, Vnia Fialho, Kelly Oliveira, Eliene A. de Almeida, Gersem dos S. Luciano/Baniwa, Rita G. do Nascimento/Potiguara/CE, dentre outros autores e autoras que evidenciaram em suas pesquisas os protagonismos indgenas.
Palavras-chave: Protagonismos indgenas; Histria; Educao Superior.
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Thyara Freitas de Alcantara (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)
O sertanejo antes de tudo um ndio: Afirmaes identitrias eestratgias de resistncias entre os ndios no Nordeste
Resumo:Este trabalho tem por objetivo analisar as diversa...
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Resumo:Este trabalho tem por objetivo analisar as diversas estratgias de resistncias e as afirmaes, concepes e relaes identitrias tnicas, principalmente, entre os ndios no Nordeste. A pesquisa realizada consistiu em dois movimentos simultneos e integrados: I. a realizao de estudos bibliogrficos sobre as teorias da chamada formao da identidade nacional brasileira e identidade nordestina, onde surgiram diferentes noes sobre a contribuio indgena; II. a anlise de dados demogrficos, contextualizando as relaes socioculturais e polticas que os ndios no Nordeste vivenciam com as identidades tnicas.
A ideia de que no havia mais ndios na Regio Nordeste era consenso no somente pela opinio pblica, mas tambm no meio acadmico que aceitava a noo de assimilao cultural embutida na ideia da miscigenao como aspecto formador da sociedade nacional. A imagem cristalizada foi construda ao longo de sculos, sobretudo no sculo XIX, sobre os indgenas no Nordeste, que estes no eram ndios por no terem semelhanas com as populaes indgenas no sculo XVI. As concepes, imagens e teorias sociais sobre os povos indgenas tambm se modificaram, especificamente ao longo dos anos 1990 e 2000, com a contribuio de pesquisadores com novas abordagens. A exemplo da discusso dos ndios misturados.
Evidenciamos em nossa pesquisa o histrico de diversas estratgias de resistncias utilizadas pelos povos indgenas ao longo da Histria, a exemplo de alianas, possibilitando a desconstruo do esteretipo sobre os indgenas enquanto indivduos ivos nos processos da colonizao. Alm da anlise da participao poltica destas populaes, as reivindicaes de polticas pblicas e as buscas das garantias por direitos civis. Caracterizando os processos de envolvem a reemergncia tnica (OLIVEIRA, 1994) e o reaparecimento das populaes indgenas no Brasil, mas principalmente, os processos referentes s populaes indgenas no Nordeste, atravs dos processos da autodeclarao racial reconhecida oficialmente pelo Estado, enquanto uma estratgia de resistncia e participao poltica na garantia de direitos civis e reivindicao de polticas pblicas. Buscando compreender que as noes de identidade, autodeclarao e pertencimento tnico indgena no se tratam de conceitos estticos, e sim enquanto conceitos dinmicos na construo individual e social. Reconhecendo que no cabe ao Estado reconhecer quem ou no indgena, garantindo que sejam respeitados os processos individuais e sociais na construo de identidades tnicas.
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Ailton Robson de Oliveira Ferreira (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco)
De Escada ao Riacho do Mato: Esbulho de Terra, Identidades Indgenas e Dinmicas Locais (1860-1880)
Resumo:O presente trabalho tem como propsito apresentar ...
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Resumo:O presente trabalho tem como propsito apresentar os resultados da pesquisa realizada sobre as dinmicas locais referentes ao aldeamento do Riacho do Mato, localizada na zona da mata sul de Pernambuco, importante rea de produo aucareira.
A temtica central desse projeto analisar o processo de formao e desestruturao do aldeamento indgena na regio do Riacho do Mato, em finais do sculo XIX, levando em considerao as especificidades desse espao, tais como sua constituio enquanto fronteira entre Pernambuco e Alagoas, bem como a convergncia e as interaes entre diferentes sujeitos histricos que habitavam ou circulavam por esse territrio.
Para entender o papel do Riacho do Mato, faz-se um resgate primeira metade do sculo XIX e a sua constante presena nas revoltas ocorridas na regio, como a Guerra dos Cabanos (1832-1835), Insurreio Praieira (1848), alm de compreender que a aldeia possua, assim, significados profundos para os seus habitantes, indgenas ou no, relacionados aos diversos usos dados ao espao e real possibilidade de defend-lo como um aldeamento indgena, que ainda se constitua enquanto garantia de proteo e o a terras.
Neste contexto, encontra-se a aldeia de Escada, considerada a mais importante da provncia de Pernambuco ao longo do sculo XIX e devido a tal importncia, alvo de cobia e esbulhos de posseiros donos de engenhos, expropriando o territrio inicialmente demarcado e doado aos indgenas de Escada como recompensa pela participao na guerra dos Palmares. O que resultou em conflitos e esbulhos visveis que comprometiam a moradia dos indgenas da regio.
A partir da atuao de Manuel Valentim d-se incio ao processo de migrao para a regio do Riacho do Mato, apesar das dificuldades apontadas pelos moradores, como a resistncia liderana de Valentim, ainda que este fosse figura importante na disputa poltica local sobre as reivindicaes de indgenas sobre terras.
Por isso, importante analisar cuidadosamente a luta pelo reconhecimento tnico do Riacho do Mato enquanto um aldeamento; ou seja, uma unidade territorial que poderia garantir certa proteo e o o coletivo terra, como demonstrado por Maria Regina Celestino de Almeida (2010).
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Karina Moreira Ribeiro da Silva e Melo (Universidade Estadual de Pernambuco)
Sublevaes indgenas em reas de fronteira (1812-1813)
Resumo:Em dezembro de 1812, autoridades militares da fron...
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Resumo:Em dezembro de 1812, autoridades militares da fronteira platina se mostravam atentas com correspondncias que os indgenas recebiam e as providncias que tomavam depois de se inteirar delas. Chefes militares partidrios do governo de Buenos Aires e de Montevidu mantiveram-se em constante e titubeante comunicao a fim de elucidar o contedo de certas correspondncias e a intrigante rede de relaes dos ndios e aes paralelas praticadas por eles. A cisma pairava sobre a notcia de armamentos de indiadas sob o comando do indgena Domingo Mandur. O porte de armas pelos indgenas atemorizava os vecinos. Um deles afirmou que os sublevados possuam carruagem, fuzis, espadas e muitos chuos. Tal era o estado de agitao nos campos da fronteira platina que aos seus olhos o resultado no podia ser outro que no todas as desordens e males na campanha. Em fevereiro de 1813, iniciou-se uma srie de outras sublevaes em territrios missioneiros cujas jurisdies haviam sido alteradas em 1810. Quando Domingo Mandur e seus soldados invadiram a localidade de Mandisov, o governador interino dos povos missioneiros se achava em total desamparo, segundo suas prprias palavras. A documentao histrica demonstra que os conflitos estabelecidos naquele espao no foram apenas confrontos entre faces a favor e contra novas propostas polticas, mas tambm uma srie de embates pela adeso indgena ao poder central e aos governos locais. Se na rea rural, a no adeso de indgenas aos governos locais era motivo de desassossego generalizado, na rea urbana de Montevidu, seu apoio causa realista ou revolucionria gerava expectativas, acompanhadas, como quase sempre, do velho temor de que eles pudessem usar o contexto e sua insero poltica e militar nos acontecimentos para reaver territrios, bens materiais e imateriais perdidos naquelas e em outras ocasies. Pode-se dizer que as sublevaes ou as novas propostas polticas retomavam antigas reivindicaes sociais, econmicas e territoriais.
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Darlin Milene Sousa Oliveira (UESPI - Universidade Estadual do Piau)
Navegao a vapor e o avano sobre os territrios indgenas na fronteira do Brasil com o Peru (1851-1857)
Resumo:Navegao a vapor e o avano sobre os territrios ...
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Resumo:Navegao a vapor e o avano sobre os territrios indgenas na fronteira do Brasil com o Peru (1851-1857)
Darlin Milene Sousa Oliveira
Esta comunicao objetiva analisar a relao da criao da Companhia de Navegao e Comrcio do Amazonas com o interesse de conhecer e incorporar os territrios indgenas. O recorte temporal compreende os anos de 1851, quando foi assinado o Tratado de navegao e comrcio entre o Imprio e a Repblica do Peru, e 1857, ano em que a clusula que tornava obrigatria a fundao de Colnias Agrcolas e aldeamentos indgenas foi retirada do contrato da Companhia de Navegao e Comrcio do Amazonas.
O estudo ser feito a partir da anlise crtica de fontes variadas, como relatrios de Presidente de Provncia, jornais, ofcios de misses Diplomticas e roteiros de viagens realizadas entre o Brasil e o Peru. As fontes foram analisadas a luz das concepes terico-metodolgicas da nova histria indgena que parte do princpio epistemolgico de que os povos indgenas tm histria e que sua histria digna de ser estudada (CAVALCANTE, 2011, p. 366). Em concordncia com Manuela Carneiro da Cunha (2012) e Maria Regina Celestino de Almeida (2011) buscarei demonstrar que os indgenas tinham sua prpria perspectiva em relao aos acordos e alianas que estabeleciam com os brancos.
Defendemos que os grupos indgenas participaram de uma poltica de fronteira, na qual as interaes tnicas provocaram transformaes e permanncias nas culturas indgenas e que os conhecimentos indgenas foram utilizados na navegao dos rios. Desse modo, os conceitos de fronteiras tnicas de Fredrik Barth (2000) e de poltica indigenista de fronteira, de Marli Auxiliadora de Almeida (2014) so importantes para este trabalho.
Por meio dos resultados preliminares foi possvel perceber que o estabelecimento de aldeamentos indgenas na fronteira foi uma estratgia de manuteno/expanso territorial e que havia uma relao entre navegao e povoamento, na qual a navegao possibilitava conhecer e incorporar lugares habitados por populaes indgenas. Por outro lado, os indgenas traaram estratgias para resistir e tambm se beneficiar do processo de expanso, realizando trocas comerciais e ressignificando os espaos dos aldeamentos, frustrando, assim, os planos de civilizao do Imprio. Alm disso, os indgenas atuaram nas viagens e expedies de reconhecimento, como intermedirios entre os brancos e outras tribos indgenas.
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Benedito Emlio da Silva Ribeiro (Museu Paraense Emlio Goeldi)
Registros e representaes tutelares, agncias e (re)leituras indgenas: outros olhares e histrias atravs do acervo do SPI
Resumo:Este trabalho analisa alguns conjuntos de imagens ...
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Resumo:Este trabalho analisa alguns conjuntos de imagens (mapas, croquis, fotografias e desenhos) que compem o acervo arquivstico do Servio de Proteo aos ndios (SPI), fazendo um sobrevoo sobre as perspectivas de (re)leituras dessas fontes visuais. Assim, a pesquisa enseja contribuir com as discusses sobre Histria Indgena na Amaznia, focada na documentao microfilmada do SPI e suas importncias para o entendimento das trajetrias diversas dos povos indgenas e suas dinmicas locais/regionais ao longo do sculo XX, entre 1910 e 1967. Esse arquivo, portanto, possibilita esquadrinhar dados que sinalizem as formas de organizao indgenas no interior da lgica colonialista e disciplinadora, revelando as aes especficas apreendidas em face das relaes intertnicas. Aqui, as oralidades e memrias so muito importantes nas pesquisas sobre Histria Indgena, pois permitem preencher lacunas e contestar fatos apontados na documentao, culminando com outras leituras do ado a partir dos olhares e vozes indgenas. Isso ajuda a entender como os sujeitos indgenas, apesar da subalternidade imposta, se apropriavam dos discursos e prticas e reinventavam, com bastante criatividade, os aspectos tutelares, os quais eram submetidos as suas cosmopolticas especficas. Outras temticas, recortes e problemticas aram a fazer parte dos itinerrios de pesquisa dos campos disciplinares que se intercruzam na Histria Indgena (Antropologia, Histria, Arqueologia, Biologia, Museologia, Direito etc.), ampliando as propostas analticas e expandindo os horizontes epistemolgicos, respectivamente. Desta maneira, a coleo imagtica do SPI sinaliza outras possibilidades para a Histria Indgena, trazendo um elenco de fontes pouco explorado pela historiografia e que se conecta a um renovado corpus terico-metodolgico. Este conjunto documental abre caminhos para (re)pensar os povos indgenas, seus cotidianos e suas estratgias de luta, r-existncia e resilincia no contexto republicano do sculo XX. E permite tambm tangenciar outras realidades sobre o perodo e entender as mltiplas relaes erigidas entre os indgenas, o Estado-nao e os distintos segmentos da sociedade envolvente para alm das condies do regime tutelar imposto pelo Estado brasileiro. Logo, este trabalho prope-se a rever este conjunto de documentos arquivsticos, de carter textual e sobretudo imagtico, propondo reflexes sobre os usos histricos e etnogrficos do acervo do SPI a partir de perspectivas decoloniais e colaborativas. Na oportunidade, a comunicao tratar ainda das primeiras experincias coletivas de anlise do material imagtico do SPI junto ao povo Tenetehar-Temb da Terra Indgena Alto Rio Guam, nas aldeias Sede e Ytwau, que ocorreram antes do incio da pandemia do Covid-19.
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ST 28 - Sesso 3 - Sala 28 - Dia 18/09/2020 das 14:00 s 18:00 374z2e
Local: Sala 28
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Luiz Carlos Barbosa de S (UFPE)
Do Colonialismo Portugus aos Grileiros Locais: a Luta do Povo Pipip pela Demarcao do Territrio Usurpado no Serto de Pernambuco
Resumo:O povo indgena Pipip, localizado no municpio de...
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Resumo:O povo indgena Pipip, localizado no municpio de Floresta, no Serto de Pernambuco teve o primeiro contato com os colonizadores em 1759, houve resistncia e centenas morreram lutando contra o movimento expansionista sobre as suas terras para a criao de gado. Da surge o problema: Como acontece o processo de luta do povo Pipip pela demarcao do antigo territrio, rea historicamente pleiteada e que constitui uma das principais referncias de sua territorialidade? Nosso objetivo mostrar a luta para reaver o territrio originrio aps sofrer perseguies. O povo Pipip chegou a ser considerado extinto no sculo XIX, conforme mapa etno-histrico de Curt Nimuendaju datado de 1944. Aps o etnocdio veio a catequizao, onde assim como aconteceu com outros povos, eram submetidos a deslocamentos forados (DANTAS, 2015). Em seguida o carter assimilacionista da Reforma Pombalina abrigou a abandonarem suas prticas sociais para atender as demandas da nova ordem (MONTEIRO, 2001). Os ltimos conflitos ocorreram com grileiros. Meu pai e tios foram escravos de coronel, outros fugiam para o cangao (Paj Expedito Rozeno, 2019). Os indgenas que sobreviveram aram a fazer parte do povo Kambiw at a ciso em um processo de etnognese (BARTOLOM, 2006). Atualmente os Pipip lutam pela demarcao do territrio. Quando o Ministrio da Integrao Nacional comeou a implantar os canteiros de obra da Transposio do Rio So Francisco ficou acordado que obra andaria lado a lado com processo demarcatrio, no entanto, o canal da transposio foi concludo, mas o processo foi interrompido. Ento o Povo Pipip recorreu ao Ministrio Pblico Federal de Serra Talhada e a Funai fez o cadastramento dos posseiros. Em 2018 um relatrio antropolgico foi aprovado. Os fazendeiros alegaram em quatro contestaes que no existiam indgenas na localidade disputada e nem resqucios de luta pela terra, mas no isso que mostram as falas dos sujeitos e os documentos oficiais. Neste contexto, a construo de um currculo intercultural na educao escolar indgena surge como uma arma epistmica neste processo de luta pela demarcao do antigo territrio.
PALAVRAS-CHAVE: Luta pelo territrio, conflitos histricos, Povo Pipip.
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Andressa de Rodrigues Flores
Protagonismo indgena e indigenismo: consideraes iniciais de pesquisa (Rio Grande do Sul, 1964-1985).
Resumo:A presente comunicao tem como objetivo, trazer a...
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Resumo:A presente comunicao tem como objetivo, trazer alguns apontamentos iniciais do projeto de pesquisa que venho desenvolvendo junto ao Programa de Ps-Graduao em Histria na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (PPGH/UNISINOS). Sob o aporte terico da Nova Histria Indgena, compreendemos que h ainda muitas histrias de ndios para se escrever e contar e h, principalmente, muito o que repensar sobre as histrias regionais e do Brasil, quando se reconhece os ndios como sujeitos dos processos nos quais se inserem (ALMEIDA, 2010, p. 160). Diante disso, a pesquisa em questo, tem como finalidade estudar as formas de articulao encontradas pelos indgenas no Rio Grande do Sul durante a ditadura militar e, entre os objetivos estabelecidos, destacamos a necessidade de investigar o papel das organizaes religiosas nos Postos Indgenas do RS nesse processo. Para isso, cotejando uma srie de fontes de cunho institucionais, jurdicas e religiosas entre outras, pretendemos nessa comunicao, trazer alguns apontamentos iniciais sobre a atuao dessas organizaes, especificamente da Igreja Evanglica de Confisso Luterana do Brasil (IECLB) e da Igreja Catlica. Sendo assim, sobre a IECLB, salientamos as atividades que foram desenvolvidas atravs da Misso Indgena de Guarita, como, por exemplo, a instalao do Centro de Treinamento Profissional Clara Camaro (CTPCC), enfatizando, desta forma, os responsveis por sua execuo e os seus objetivos. Tambm pretendemos destacar as aes da Igreja Catlica, que por sua vez, atravs do Conselho Indigenista Missionrio (CIMI), atuou diretamente nos PI do RS junto a outras organizaes indigenistas e lideranas indgenas. Alm disso, pretendemos abordar de que forma a ditadura militar acompanhava as atividades de religiosos nos PI do Rio Grande do Sul, assim como, a atuao, mobilizao e o deslocamento de lideranas indgenas.
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Tdney Moreira da Silva (Centro Universitrio de Braslia)
O canto da ndia Vanure: narrativas de pacificao e genocdio dos Kaingang no incio do sculo XX
Resumo:Prope-se a realizao de comunicao oral e de pu...
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Resumo:Prope-se a realizao de comunicao oral e de publicao nos anais do XIII Encontro Estadual de Histria sobre pesquisa realizada acerca do contato intertnico travado entre agentes do antigo Servio de Proteo aos ndios - SPI e os indgenas Kaingang, no incio do sculo XX, durante a chamada Marcha para o Oeste, como o fato que marcou a empreitada indigenista assimilacionista, especialmente em So Paulo. Tem-se por foco o protagonismo desempenhado pela "ndia Vanure", indgena kaingang provavelmente nascida e trazida do Paran, e sua apropriao narrativa por indigenistas do perodo, que a consideravam figura emblemtica da defesa do sucesso da poltica assimilacionista de Rondon. Por meio da construo narrativa fabulosa de sua histria, o SPI pretendeu reafirmar-se como instncia civilizatria (segundo preceitos de um positivismo comteano entusiasta no Brasil desde fins do sculo XIX), bem como encobrir a violncia da expulso e extermnio dos Kaingang, iderios sustentados por Hermann von Ihering, ento diretor do Museu Paulista, posteriormente criticados por Silvio de Almeida, em carta aberta publicada na primeira pgina do jornal O Estado de S. Paulo, em 1908. A pesquisa intenta retomar esta e outras narrativas construdas em torno dos Kaingang e, em especial, da ndia Vanuire, destacando e, secundariamente, depurando os elementos poticos e mticos que encobrem sua atuao na intermediao de conflitos decorrentes do forado contato intertnico. Visa, tambm, a revelar como a manipulao e produo da histria vincula-se s funcionalidades de instncias de poder, valendo-nos de uma abordagem metodolgica desenhada por Michel-Rolph Trouillot quanto aos atos de silenciamento do ado. Para sua produo final, resgatam-se os relatrios produzidos pelo SPI, bem como os escritos de cunho antropolgico que descrevem a trajetria dos Kaingang e sua insero na chamada comunho nacional.
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Flavio Joselino Benites (Professor)
Xico e o processo de retomadas das terras pelos Xukuru do Ororub
Resumo:Nosso objetivo problematizar como o povo indgen...
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Resumo:Nosso objetivo problematizar como o povo indgena Xukuru do Ororub, a partir do cacicado, se mobilizou para a retomada do territrio invadido por fazendeiros. Na dcada de 1950 o Servio de Proteo aos ndios SPI introduziu a funo do cacique como "chefe" poltico. Este modelo de fixar caciques como liderana na organizao dos indgenas foi utilizado indiscriminadamente pelo SPI para os povos indgenas em todo Brasil, sem considerar as organizaes tradicionais de cada povo. O Posto Indgena PI Xukuru foi instalado em 1954, assim, istrativamente ou existir da figura do Cacique (tinha a funo de distribuir alimentos, sementes, remdios etc.), e o rgo indigenista em suas aes, inicialmente, alm promover uma assistncia precria tinha como objetivo controlar os indgenas, sobretudo contra os movimentos da Liga Camponesa, e a figura de um Cacique oficializado seria bastante importante. As nossas fontes de pesquisas so estudos acadmicos, relatos dos indgenas e jornais do perodo. Abordamos o processo de territorializao evidenciando como o posto do Cacique enquanto liderana indgena foi apropriado para as mobilizaes dos indgenas e a firmao da identidade entre os indgenas, na perspectiva de uma memria coletiva sendo o Tor o smbolo unificador. Os Xukuru do Ororub se organizaram sociopoliticamente de modo gradativo at e escolha de Francisco de Assis de Arajo, Xico inicialmente como Vice Cacique no contexto na segunda metade da dcada de 1980. Os Xukuru do Ororub foram se articulando com ndios no Nordeste, e com os povos indgenas no Brasil, e com o apoio do Conselho Indigenista Missionrio Regional Nordeste/CIMI-NE participaram e reivindicaram direitos na Assembleia Nacional Constituinte em Braslia/DN entre 1997-1998. Com a Constituio Federal promulgada em 1998 e os direitos garantidos, Xico escolhido Cacique e a continuidade do apoio do CIMI-NE atuou decisivamente para rumos no processo de retomada do territrio. Assim, incio dos anos 1990 iniciou o processo de retomadas das terras em uma mobilizao durando mais de uma dcada at a homologao das terras em 2001. Ou seja, os Xukuru do Ororub subverteram os objetivos dos rgos indigenistas (SPI/FUNAI) evidenciando os protagonismos e xito na articulao poltica interna e externamente para a recuperao do territrio esbulhado por fazendeiros.
Palavras-Chave: ndios no Nordeste, Retomada, Territorializao, Xico, Xukuru do Ororub
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Marcos Marcial Matos Malpartida
Terra ou morte! As denncias das federaes camponesas e yanaconas contra as fazendas e o governo peruano expostas no jornal Unidad (1960-1963)
Resumo:A dcada de 1960 foi uma das dcadas com maior qua...
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Resumo:A dcada de 1960 foi uma das dcadas com maior quantidade de greves e lutas sindicais agrrias no Peru do sculo XX. No cenrio campons o principal problema foi a acumulao de terras das grandes fazendas, quase toda a terra cultivvel pertenceu a umas poucas famlias, gerando grande competncia e abusos contra o trabalhador do campo. As comunidades indgenas, os yanaconas e os camponeses; eram esses trabalhadores do campo, mas com diferenas entre elas: os primeiros trabalhavam suas terras, sem necessidade de trabalhar para uma fazenda; os yanaconas tinham um contrato com as fazendas, nestes contratos as fazendas se comprometiam em dar fertilizantes e umas hectares das suas terras para que o yanacona as cultive, mas o yanacona tinha que pagar um aluguel pela terra, este foi pago muitas vezes com arrobas da colheita ou com dinheiro, alm disso o yanacona tinha que trabalhar na fazenda sem pago por uma quantidade de dias ao ms; o terceiro foi o campons contratado pela fazenda. A estes trs grupos os conectavam o abuso das fazendas e os donos destas que os trataram como escravos e roubavam suas terras. Neste contexto, os sindicatos agrrios comearam a se organizar melhor e ter protagonismo, as duas federaes com maior organizao foram a Confederao Camponesa do Peru (C) e a Federao General de Yanaconas e Camponeses do Peru, estas ameaaram gravemente o poder das fazendas.
Terra o morte! Foi o grito de luta das federaes camponesas com a que procuraram a obteno da Reforma Agrria no Peru, o objetivo desta foi a restituio das terras aos indgenas, camponeses e yanaconas, terras que foram arrebatadas pelas fazendas e empresas mineiras. Os sindicatos agrrios foram ouvidos pela imprensa comunista e sindicalista. Unidad, foi o jornal oficial do Partido Comunista Peruano (P) e representou a voz dos camponeses, dos sindicatos agrrios e obreiros do Peru; foi durante toda a dcada de 1960 o principal defensor das classes esquecidas, em situao de abandono e foi um dos gestores da Reforma Agrria no Peru, a qual teria seu primeiro triunfo com a obteno da Reforma Agrria de 1962 nas comunidades de La Convencin y Lares em Cusco.
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Maria Jos Barboza (Secretaria Estadual de Educao e Esportes)
Poltica indigenista no sculo XIX: consequncias atuais
Resumo:A fala oficial sobre o desaparecimento dos ndios ...
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Resumo:A fala oficial sobre o desaparecimento dos ndios no sculo XIX, especificamente, a partir da legislao de terras de 1850, tinha como objetivos o controle das terras indgenas e a transformao dos ndios em trabalhadores assalariados em substituio a mo de obra escrava em vias de extino. Essa poltica negou identidades, justificou a extino dos aldeamentos e transformou ndios em trabalhadores assalariados mas que lutava e luta e prol dos seus interesses, ou seja, os ndios no foram convertidos ou civilizados nos moldes imaginado pelo Imprio. As populaes indgenas transformaram e rearticularam seus valores e tradies se adaptando as condies apresentadas pela sociedade da poca. Desafios e rearticulaes que podem ser percebidas nas entrelinhas das fontes histricas, mas, sobretudo, nas mobilizaes indgenas ao longo da histria, e, especificamente, na dcada de 1980 quando vimos uma grande mobilizao indgena pelo direito a reintegrao de posse de terras em vrias localidades do territrio brasileiro e em Pernambuco, como foi o caso do Xukuru do Ororub que habitam os municpios de Pesqueira e Poo. A fala oficial e os preconceitos sofridos por tais povos geraram um silncio social possuidor de uma riqueza histrica e cultural que preciso resgatar. Porm, graas as atuaes indgenas em busca de reconhecimentos tnicos e direitos temos a oportunidade de revisitar essa histria, considerando, entre outros aspectos, os dados do IBGE de 2010 que aponta um nmero significativo de pessoas que se auto declararam indgenas em cidades do Semirido pernambucano, a exemplo de Camocim de So Flix, Sair, Bezerros, So Joaquim do Monte e Bonito. Embora, os dados do Censo apresentem um nmero significativo de pessoas que afirmam ancestralidade indgena, observo um silncio social e histrico em tais municpios sobre o qual almejo falar. Acredito que esse silncio deva-se a poltica indigenista realizada a partir de meados do sculo XIX, aps a Lei de Terras de 1850 e sua regulamentao em 1854 que torna devolutas as terras dos antigos aldeamentos indgenas, afirmando que em Pernambuco no havia mais ndios, pois os mesmos estavam confundidos, misturados com a massa da populao.
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Ellen Joshua Alves da Silva (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco)
Os caboclos comunistas e a Liga Camponesa de Pesqueira: uma anlise atravs dos peridicos (1948-1969)
Resumo:O presente trabalho trata das anlises preliminare...
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Resumo:O presente trabalho trata das anlises preliminares realizadas na pesquisa em andamento sobre as estratgias de reivindicao agrria adotadas pelos Xukuru do Ororub frente negao de sua identidade tnica e, consequentemente, das terras de seu antigo aldeamento, com enfoque na cidade de Pesqueira entre os anos de 1948 e 1969. A problemtica a ser abordada se baseia na participao desses indgenas juntamente Liga Camponesa da zona rural de Pesqueira, inclusive na ocupao, em 1963, do stio Pedra Dgua, rea pertencente ao antigo aldeamento de Cimbres, que havia ado ao domnio da Unio. Esse processo constituiu historicamente a sua primeira retomada de terras, antes da Assembleia Nacional Constituinte de 1987 e da Constituio de 1988, geralmente reconhecidos como estopins para os processos de mobilizaes para as retomadas de terras Xukuru.
A pesquisa baseia-se, alm da tese de doutorado de Edson Hely Silva e dos trabalhos de outros historiadores que trabalham o protagonismo indgena, na anlise dos peridicos pernambucanos A Voz de Pesqueira, Dirio de Pernambuco e Gazeta de Pesqueira publicados poca. Segundo Tania Regina de Luca (2005), a imprensa peridica seleciona, ordena, estrutura e narra, de uma determinada forma, aquilo que se elegeu como digno de chegar at o pblico. Desta forma, cabe ao historiador examinar a fonte peridica de forma a analisar mais a apresentao da notcia que a notcia em si, observando no s os ditos como os interditos, sem consider-la a verdade dos fatos, e reconhecendo o seu estatuto de discurso produzido por algum inserido em uma realidade social que deve ser tambm estudada. Logo, levando em considerao o contexto histrico e social de Pesqueira naquele momento, possvel compreender por que as notcias que tratam sobre os Xukuru e suas reivindicaes raramente citam se tratarem de indgenas: reconhecer sua identidade tnica em meados do sculo XX seria itir seu direito terra.
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Maria Tereza de Melo Cavalcanti (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco)
Serto Pernambucano: a relao entre indgenas e cangaceiros na Serra do Um (1922-1938)
Resumo:O presente trabalho objetiva analisar as relaes ...
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Resumo:O presente trabalho objetiva analisar as relaes entre os cangaceiros do perodo lampinico (1922-1938), e as comunidades Atikum-Um na Serra do Um . Destarte, visa-se discorrer a respeito dos espaos de convivncia e interao entre esses dois grupos, levando em considerao a presena de indgenas nos bandos comandados por Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampio. Este estudo torna-se relevante principalmente quando observamos a escassez dos documentos que abordam esta temtica, juntamente com as lacunas a respeito da interao entre esses grupos.
No incio do sculo XX, o contato entre cangaceiros e indgenas pode ser observado na Serra do Um. Neste contexto, a dialtica de vivncia dos indgenas e dos cangaceiros se apresenta justamente quando os segundos encontram na Serra do Um um abrigo contra as foras volantes que os perseguiam. O coito voluntrio fornecido pelos indgenas do local e o contexto socioeconmico da poca estabeleciam a relao entre esses dois grupos.
A pesquisa se baseia, alm do dilogo entre antroplogos e historiadores , na anlise de peridicos pernambucanos publicados poca, Dirio Pernambucano, Jornal do Commrcio, bem como em obras de memorialistas. Levando em considerao a anlise preliminar das relaes entre indgenas e cangaceiros, se faz necessrio realizar um estudo social desses dois grupos separadamente e em conjunto para que se possa compreender o motivo de tal interao.
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Adauto Santos da Rocha (SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO E ESPORTES DE ARAPIRACA-AL)
Xukuru‐Kariri: migraes para trabalho em Alagoas e no Sudeste do pas
Resumo:Diante da escassa literatura sobre ndios no Norde...
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Resumo:Diante da escassa literatura sobre ndios no Nordeste que migraram para atividades sazonais, o texto evidenciar as mobilidades em busca de trabalhos fora dos territrios indgenas, tomando como base deslocamentos vivenciados pelos Xukuru-Kariri, habitantes em Palmeira dos ndios/AL, durante a segunda metade do sculo XX, movimentos migratrios fundamentados na busca por melhores condies de vida, pois, os territrios invadidos por fazendeiros locais, estiagens prolongadas e a ingerncia do Servio de Proteo aos ndios (SPI) na Aldeia Fazenda Canto, representado pelo Posto Indgena Irineu dos Santos, provocaram precariedade empregatcia nas aldeias e viagens compulsrias no Semirido, na Zona da Mata canavieira em Alagoas e para o Sudeste. Procuramos estabelecer dilogos entre as memrias; pesquisas documentais nos acervos do Museu do ndio/RJ; do Grupo de Pesquisas em Histria Indgena de Alagoas (GPHIAL); e em registros histricos de mobilidades vivenciadas pelos Xukuru-Kariri para trabalhos, tais como: empregadas domsticas, cortadores de cana, vaqueiros e empregos no Sudeste, sobretudo para a construo civil. Observamos que as experincias nos locais de trabalho ocorreram com moradias precrias, em condies insalubres, m remunerao e a desestruturao familiar, marcando retornos aos locais de origens, desse modo, descrevemos as diferentes etapas do trabalho sazonal: recrutamento, transportes e remuneraes. Esta pesquisa vem somar-se aquelas que trataram de migraes, experincias vivenciadas, reivindicaes de direitos institudos pelo Estado e afirmaes de expresses socioculturais, discutindo as relaes entre a micro-histria e os inmeros deslocamentos realizados pelos ndios no Nordeste. Em nossas reflexes, pretendemos contribuir com as discusses sobre os processos histricos e os protagonismos nas mobilizaes indgenas para reconquistas territoriais, possibilitando escrevermos uma Histria Social do trabalho Xukuru-Kariri.
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Joanan Marques de Mendona (UFCG - Universidade Federal de Campina Grande)
O que vocs vieram fazer aqui?
Resumo:No final da dcada de 1950, os Tiriy receberam no...
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Resumo:No final da dcada de 1950, os Tiriy receberam no seu territrio a presena de um grupo formado por missionrios e militares. O interesse do contato se fez devido necessidade de ocupao do territrio de fronteira, entre Brasil e o Suriname, que atravs de uma Misso religiosa e, consequentemente, a formao de um posto militar, garantiriam a presena brasileira na regio. As ideias de socializao introduzidas pelos agentes de contato trouxeram inmeras mudanas para o povo Tiriy, que atrelado ao projeto de centralizao dos indgenas e a sua utilizao como mo-de-obra nos servios da Misso, geraram alguns descontentamentos pela situao de fome que se seguiu, haja vista a escassez dos recursos naturais e a mudana alimentar devido a introduo de produtos processados. Entretanto, os esforos para que essas aes fossem diminudas, fez surgir por parte de alguns chefes de famlias, que preocupados com a continuidade de suas prticas tradicionais, ameaadas pela proposta dos agentes, gerasse um discurso de oposio levando-os a se afastar do convvio com os religiosos atravs da criao de novas aldeias. Todavia, a relao com os agentes na Misso lhes proporcionou ter o educao, domnio da lngua portuguesa, viajar e conhecer a luta de outros grupos tnicos em Braslia e fazer uso do cdigo jurdico em seu favor, configurando-se dessa forma, a inaugurao do protagonismo Tiriy. Assim, as dcadas de 1970 e 1980, permitiram ao grupo exigir do governo brasileiro a demarcao do seu territrio, cobrando das instituies de contato a expulso dos invasores (grileiros e garimpeiros), como tambm uma assistncia de qualidade nos servios de sade e educao nas novas aldeias, expondo os agentes diante dos seus superiores nos jornais impressos de Belm, identificando nas suas denncias os interesses que cada instituio representava.
FRIKEL, Protsio. Dez anos de aculturao Tiriy 1960-1970: mudanas e problemas. Belm: publicaes avulsas do Museu Goeldi, 1971.
MOREIRA, Vnia Maria Losada. Reiventando a autonomia. So Paulo: Humanitas, 2019.
OLIVEIRA FILHO, Joo Pacheco. O nascimento do Brasil e outros ensaios: pacificao, regime tutela e formao de alteridade. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2016.
SCOTT, James C. A dominao e a arte da resistncia: discursos ocultos. Lisboa: Letra Livre, 2013.
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Eder Augusto Gurski (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina)
A Luta a e Retomada da Terra Indgena de Rio Das Cobras no Estado do Paran (1940-1978)
Resumo:No Brasil, a implementao dos projetos de coloniz...
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Resumo:No Brasil, a implementao dos projetos de colonizao foram marcados pela imposio do poder do Estado Nacional sobre as populaes tradicionais. Os povos indgenas foram alvo de contnuas tentativas de controle e integrao, principalmente depois da criao do Servio de Proteo aos ndios (SPI) e posteriormente com a Fundao Nacional do ndio (FUNAI) que deu seguimento aos planos integracionistas. Tomando como base o caso especfico da Terra Indgena Guarani e Kaingang de Rio das Cobras, localizada prximo ao Municpio de Nova Laranjeiras interior do estado do Paran, trago para discusso o contexto de represso e controle que fora institudo pelo SPI, e como seus funcionrios se mantiveram por anos na istrao do Posto Indgena atuando de maneira autoritria, chegando a ser citados no Relatrio Figueiredo sob acusaes de torturas e trabalho escravo. Tambm, durante a istrao do SPI as terras dos Kaingang e Guarani foram tomadas por intrusos, madeireiros e agricultores pobres que tiveram sua entrada facilitada por um acordo feito entre o Governador do Estado do Paran e o SPI, conhecido como Acordo Lupion, que previa a reduo de diversas reas de terras indgenas no Paran, incluindo Rio das Cobras. Com a entrada de posseiros e madeireiras a populao indgena comea a ficar ilhada, chegando ao final de 1970 com cerca de 94% da rea totalmente tomada por intrusos. Em meio a esse contexto de represso destaca-se uma liderana Guarani de nome Valdomiro Kara Tup Pires de Lima. Essa liderana, por sua vez, destaca-se como fundamental na luta pela retomadas das terras de Rio das Cobras, liderando a retirada de mais de mais de 1500 intrusos das suas terras no ano de 1978. Foi a primeira retomada de terras ligada ao Movimento Indgena no Sul do Brasil. Depois da retomada das terras indgenas de Rio das Cobras ocorreu uma onda de retomadas por todos os Estados do Sul e que se seguiram por todo o Brasil. Para guiar as discusses compreendo as prticas de retomada como tticas de luta contra a imposio integracionista e homogeneizadora do Estado, tticas de r-existncia que se fazem presentes desde os enfrentamentos fsicos at as disputas em meio ao campo poltico das prticas indigenistas. Utilizo como fontes os relatrios de Encarregados de Posto, Jornais e peridicos, o Relatrio Figueiredo, assim como textos normativos que auxiliam a pensar as determinaes jurdicas. Busco, lanando mo desse cabedal de fontes compreender de que forma as prticas indgenas fizeram frente as imposies do Governo, dos intrusos e da sociedade envolvente realizando uma das maiores retomadas de terras indgenas ocorridas no Sul do Brasil.
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