Resumo: Os livros didticos de cada poca renem tensas discusses e conflitos em torno de sua construo, como os discursos legitimadores da disciplina de referncia, a formao profissional e intelectual do autor e suas vinculaes e aproximao com esses discursos legitimadores -, questes econmicas suscitadas pelas editoras, questes de ordem poltico-pedaggicas referenciadas nas (re)definies curriculares ou de direcionamentos de polticas educacionais. Nesse sentido, o presente simpsio temtico apresenta como objetivo reunir pesquisadores do campo do Ensino da Histria, professores de Histria da Educao Bsica e mestrandos do Mestrado profissional em Ensino de histria (PROFHistria), com o fito de compartilhar e refletir sobre estudos, pesquisas e experincias relacionadas ao currculo e aos livros didticos. Tendo como escopo a Histria escolar, sero bem vindos trabalhos que analisem ou reflitam sobre documentos e/ou prticas curriculares, produo, circulao, usos e narrativas de livros didticos, assim como resultados de pesquisas de mestrado do PROFHistria.
BIBLIOGRAFIA:
BITTENCOURT, Circe. Ensino de histria: fundamentos e mtodos. So Paulo: Cortez, 2004.
FORQUIN, Jean-Claude. Escola e cultura: as bases sociais e epistemolgicas do conhecimento escolar. Trad. Guacira Lopes Louro, Porto Alegre: Artes Mdicas, 1993.
GOODSON, Yvor. A construo social do currculo. Lisboa: Editora EDUCA, 1997.
LOPES, Alice Casimiro. O livro didtico nas polticas de currculo. In: Maria Zuleide Pereira; Arlete Pereira Moura. (Org.). Polticas e prticas curriculares - imes, tendncias e perspectivas. 1ed.Joo Pessoa: Idia, v. 1, p. 69-96, 2005.
MONTEIRO, A. M. F.C.; RALEJO, A. S. (Org.). Cartografias da pesquisa em ensino de Histria. 1. ed. Rio de Janeiro: MAUAD X, 2019.
MONTEIRO, Ana Maria et all (Org.). Pesquisa em Ensino de Histria. Entre desafios epistemolgicos e apostas polticas. 1. ed. Rio de Janeiro: MauadX FAPERJ, 2014.
MUNAKATA, Kazumi. Livro didtico como indcio da cultura escolar. Hist. Educ. (Online), Porto Alegre v. 20 n. 50 Set./dez. p. 119-138, 2016.
OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de & OLIVEIRA, Almir Flix Batista de (orgs.). Livros didticos de Histria: escolhas e utilizaes. Natal: EDUFRN, 2009.
ROCHA, Helenice Aparecida; Reznik, Luz; MAGALHES, Marcelo de Souza. (Org.). Livros Didticos De Histria - Entre Polticas e Narrativas. 1ed.Rio de Janeiro: FGV Editora, 2017.
ST 21 - Sesso 2 - Sala 21 - Dia 17/09/2020 das 14:00 s 18:00 5t2138
Local: Sala 21
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Julya Carolina Souza Vasconcelos (UFPE)
E ndio escravo, professora?": a escravizao indgena nos livros didticos de Histria para o Ensino Fundamental II
Resumo: possvel separar o ensino da temtica indgena a...
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Resumo: possvel separar o ensino da temtica indgena a partir de um marco: a Lei n 11.645/2008 que trata da obrigatoriedade do ensino nas escolas. Com isso, houve uma guinada no ensino a respeito deste contedo. Aps a conquista, o desafio consiste nos subsdios oferecidos aos docentes e discentes para o trabalho da referida temtica. O livro didtico possui lugar privilegiado no ensino das escolas no Brasil em relao aos demais materiais, porque a utilizao perdura h pelo menos dois sculos. Para ocorrer uma aprendizagem que esteja vinculada a uma abordagem atualizada dos temas, o livro didtico precisa ser problematizado. Ao tratar das representaes dos ndios no livro didtico, mesmo aps a Lei n 11.645/2008, ainda h colees que tratam com superficialidade, destacando-os apenas no ado remoto, como tradicionalmente esteve na historiografia. Porm, h colees em que o papel do indgena alinha-se com a Nova Histria Indgena, marcada pelos discursos de John Manuel Monteiro, Joo Pacheco de Oliveira, entre outros autores que prope o protagonismo indgena. A metodologia consistiu em leituras especficas sobre ospovos indgenas no Brasil, bem como a escravizao indgena e anlises de livros didticos. As colees adotadas foram: Histria Sociedade & Cidadania de Alfredo Boulos Jr. da editora FTD contemplado no PNLD de 2017, 2018, 2019; e a Vontade de Saber: Histria de Marcos Pellegrini, Adriana Dias e Keila Grinberg da editora FTD contemplado no PNLD de 2017, 2018, 2019. Foram analisados livros do 6 ao 9 ano dos anos finais do Ensino Fundamental. Teve por objetivos: identificar os discursos proferidos cerca da escravizao indgena, averiguando a forma como abordado; Analisar a construo e as narrativas do ndio pela historiografia. Notamos que as resistncias indgenas sempre foram essenciais para a sobrevivncia dos mesmos. Elas se deram por diversas formas, desde os que apelavam para violncia na tentativa de combater seu cativeiro, desde os que fugiam e tentavam se ressignificar em outros espaos, e h aqueles que utilizavam da prpria justia, baseados nas leis indigenistas, para conseguirem negociar sua condio. O livro didtico, apesar de tratar da escravizao indgena, tem um caminho muito longo a percorrer para oferecer um tratamento da temtica mais alinhado aos estudos da Nova Histria Indgena. Os relatos a respeito sobre a escravizao, so pouco vistos nas pginas do material didtico. Isso implica que h necessidade de se fazer uma reviso diante dessa questo, pois os livros didticos alm de mostrarem em sua bibliografia a presena da obra essencial para o estudo de tal temtica, Negros da Terra de John Manuel Monteiro, o instrumento didtico mais utilizado nas escolas brasileiras.
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Leide Rodrigues dos Santos (Colgio Estadual Polivalente de Gandu)
Onde esto as mulheres? A representao feminina em livros didticos de histria no ensino mdio
Resumo:O presente estudo prope discutir a representao ...
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Resumo:O presente estudo prope discutir a representao feminina ao longo dos diversos perodos histricos expostos nos livros didticos em uso no Ensino Mdio. A coleo escolhida para anlise denominada Histria Ensino Mdio aprovada pelo Programa Nacional do Livro Didtico - PNLD (2018/2019/2020), produzida pela Editora Saraiva, foi adotada em um colgio da rede pblica do municpio de Gandu-Ba, situado a 296 Km da capital do Estado. A escolha pela instituio se deu diante da importncia na formao de estudantes para toda a microrregio e tambm, pela pluralidade de indivduos que possibilita a disseminao do conhecimento por diferentes contextos. O interesse pelo tema produto da motivao pessoal em compreender as heranas histricas que marcam e perpetuam a invisibilidade na representao das mulheres, pois, tendo em vista que elas sempre estiveram presentes na histria, permanecem pouco lembradas, quando no excludas, pela historiografia tradicional latente no sculo XIX, que busca privilegiar o feito dos chamados grande homens. Portanto, torna-se necessria a abordagem do tema, uma vez que ainda comum encontrar livros didticos em que a mulher aparece como elemento secundrio para a histria. Tal identificao e anlise crtica fundamental diante das vivncias em sala de aula, que se pretende um ambiente formador, humano e cidado. Percebe-se em determinadas leituras, a mulher em um papel estereotipado, fracionado, fragmentado, desempenhando uma representao que a coloca margem do processo de construo na sociedade-mundo. Portanto, a proposta apresentada de uma reflexo a partir da pergunta (objetivo central): De que forma a mulher vem sendo representada nos livros de Histria do Ensino Mdio? Assim, utilizo como estratgia investigativa trs parmetros bsicos: a representao atravs de imagens/fotografias de homens e mulheres; o protagonismo feminino em texto (anlise de contedos); e os boxes de destaque, como elementos grficos de produo da significncia semntica e fortalecimento mnemnico. Por fim, foi produzida, como proposio criativa, uma sntese alternativa que contemple e d importncia s mulheres como seres ativos e participativos das transformaes ao longo do tempo. Pois compreendo que, para essas que tiveram seus feitos negados, necessrio no somente reconhecer sua participao, bem como, historicizar suas aes.
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Thiago Souto Maior Ferraz de Oliveira (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)
Guerra dos Mascates (1710-11): historiografias e narrativas dentro dos livros didticos
Resumo: A temtica e o referencial terico do presente p...
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Resumo: A temtica e o referencial terico do presente pster derivam de uma pesquisa ainda em andamento do graduando para o seu prprio Trabalho de Concluso de Curso. Nessa pesquisa almejamos estabelecer as relaes entre a historiografia da Guerra dos Mascates (1710-1711) e as narrativas presentes nos livros didticos da Educao Bsica. Nossa metodologia baseou-se na leitura crtica dessa historiografia, compreenso e explicao do arcabouo terico para se analisar um livro didtico e, por fim, execuo das crticas sobre os dois livros didticos escolhidos.
Como escopo historiogrfico, elencamos algumas das obras dos principais autores e pesquisadores sobre o perodo colonial brasileiro, como Franciso A. de Varnhagen, Robert Southey, Srgio B. de Holanda e Caio Prado Jr. No obstante, nos servimos da obra monogrfica de maior relevncia sobre o conflito civil em Pernambuco no alvorecer do sculo XVIII, Fronda dos Mazombos, escrito por Evaldo C. de Mello, cujos objetivos principais foram analisar os processos que o antecederam e concatenar os fatos do conflito em si.
Para guiar o que pensamos sobre o ensino-aprendizagem de histria, escolhemos trabalhar com os conceitos de Literacia Histrica e Conscincia Histrica, bastante discutidos por Peter Lee e Jorn Rsen, respectivamente. Outrossim, buscamos uma perspectiva crtica sobre o livro didtico e o colocamos enquanto artefato construdo social e historicamente (BITTENCOURT, 2008). Tambm lanamos um olhar ctico e analtico sobre suas diversas facetas, para alm das ideolgicas, inclusive nos atentando para sua alta disseminao da Histria ali presente como verdade nica (MUNAKATA, 2007).
A partir disso, fizemos consultas prvias a diversos livros didticos e verificamos que, em alguns, o acontecimento no aparece ou somente citado. Quando da ocorrncia, o texto acaba demonstrando uma escassez de diacronia e sincronia, deixando de relatar importantes nuances do conflito e de como as diferentes historiografias o trataram ao longo dos anos.
Assim, tomamos duas colees de Histria voltadas para o Ensino Mdio e aprovadas no ltimo Programa do Nacional do Livro Didtico em 2018: Histria Global, de Gilberto Cotrim; e Olhares da Histria, Brasil e mundo, de Cludio Vicentino e Bruno Vicentino. Finalmente, esperamos contribuir minimamente para uma melhor compreenso das possibilidades da construo e uso do livro didtico nas escolas brasileiras e, em especial, quando tratarem da Guerra dos Mascates, um conflito colonial geralmente subestimado.
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Pmela Pozzer Centeno Nunes (Prefeitura Municipal de Santiago)
Alm do "Era uma vez" : A construo de um livro infantil sobre a Histria da cidade de Santiago-RS para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Resumo:Este trabalho tem a proposta de criao de um mate...
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Resumo:Este trabalho tem a proposta de criao de um material didtico para ser utilizado pelos alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, como forma de auxlio em sala de aula para trabalhar sobre a Histria da cidade de Santiago.
O interesse por esse tema se d no tocante de que eu, alm de ser professora do municpio de Santiago do componente curricular Histria, tambm sou professora da referida cidade em Educao Infantil, atuando em regime de convocao suplementar durante um semestre, como docente nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e, no momento da sala de aula ou na coordenao das Escolas ser questionada sobre a origem, povoao e outros traos histricos da cidade, no saber responder.
Visto que no sou natural da cidade, no que isso seja uma requisito bsico para conhecer sobre a histria de determinada localidade, observa-se uma enorme dificuldade em encontrar materiais que do um aporte terico sobre essa questo, pois h um desencontro e desconhecimento de informaes, inclusive de personagens histricas que nomeiam os espaos pblicos, ruas e praas (GONTIJO, 2018).
O que noto que, fora uma pequena parcela da populao santiaguense, que est localizada em ambientes considerados mais eruditos como museus, escolas, memorialistas , a maior parte das pessoas no sabe sobre a sua localidade e, percebe-se que no h pesquisas atuais feitas na cidade para fechar essa lacuna.
Pensa-se por isso, no estudo da Histria Local, que surge com a Escola dos Annales, a partir da dcada de 1930, na denominada Nova Histria e nas relaes interdisciplinares entre a Geografia e a Histria, trazendo novas concepes metodolgicas (ALVES, 2018, p.48), aproxima o historiador do seu objeto de estudo.
Atravs dessa nova metodologia, a Histria se tornaria mais prxima do cotidiano do estudante, principalmente, do aluno dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e, no consegue por conta do seu prprio amadurecimento cognitivo compreender os conceitos histricos.
Segundo Caimi (2016, p.24) no artigo Por que os alunos (no) aprendem Histria?, devido ao no entendimento dos processos cognitivos que ocorre um "verbalismo vazio que permeia as aulas de Histria, resultando ora na ividade dos alunos, ora na sua resistncia ativa frente disciplina.
Soma-se isso ao despreparo dos professores que atuam nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, que em sua maioria, possuem graduao em Pedagogia, onde os conceitos especficos de cada componente curricular so apenas pincelados e, por conta das avaliaes nacionais, acabam priorizando em suas prticas pedaggicas a Lngua Portuguesa e a Matemtica.
Assim, este trabalho visa contribuir para o avano dos debates e a melhoria das prticas do profissional de Histria dentro e/ou fora da sala de aula.
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Francisco Alfredo Morais Guimares (UNEB)
As Tramas da Tradio Oral e os (Desa)Fios da Escrita de Livros Didticos de Autoria Indgena na Bahia
Resumo:Este trabalho se situa no campo temtico do ensino...
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Resumo:Este trabalho se situa no campo temtico do ensino de histria indgena, tomando como referncia a formao inicial e continuada de professores indgenas na Bahia. Pretende informar e discutir os (desa)fios da escrita de livros didticos de autoria indgena, considerando o direito dos mais de trezentos povos originrios no Brasil a uma educao escolar especfica, diferenciada, intercultural, bilngue/multilngue e comunitria, conforme define a legislao nacional que fundamenta a Educao Escolar Indgena. Para melhor situar as informaes, apresento sua conexo com o contexto nacional e suas particularidades locais, destacando a importncia das mudanas ocorridas na educao escolar indgena como forma de diminuir a distncia at ento existente entre a escola e a comunidade, relacionando o mundo da sala de aula e do livro didtico com o mundo social direto e dirio do estudante indgena, revelando o significado e o valor da cultura e da tradio oral para o desenvolvimento de um trabalho pedaggico comprometido com a identidade e a autoestima do estudante indgena. Considerando outra perspectiva de anlise, aponto para o fato dos livros didticos de autoria indgena tambm se revelaram para os professores e as comunidades indgenas como uma nova forma de comunicao e afirmao de suas identidades, atravs de uma expresso cientfica e literria definida como uma (re)apropriao do portugus, em seus projetos autorais de representao. Para finalizar, destaco a importncia do esforo colaborativo de diferentes atores que atuam no campo da educao escolar indgena na Bahia e como eles tm contribudo com o intenso processo de ressignificao da escola, tendo em vista que essa uma instituio no indgena que, ao longo de sua histria, assumiu um papel colonizador, desenvolvendo polticas pedaggicas enquadradas na negao do protagonismo e da autoria indgena.
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Davison Hugo Rocha Alves (doutorando)
O livro didtico regional da disciplina Estudos Amaznicos: Currculo e o professor(a)-pesquisador(a) no estado do Par.
Resumo:Resumo
A comunicao pretende apresentar os resul...
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Resumo:Resumo
A comunicao pretende apresentar os resultados da pesquisa desenvolvido no mestrado que teve como objetivo estudar a histria de uma disciplina escolar inventada no final dos anos 1990 no estado do Par chamada Estudos Amaznicos. O foco de investigao ser o livro didtico Histria do Par, que foi publicado pela SEDUC em 2 volumes no ano de 1998. Os professores-pesquisadores de Histria da SEDUC/PA juntamente com o pesquisador francs Gerard Prost constroem uma publicao didtica para ser usado por alunos e professores da educao bsica no Estado do Par. Havia uma crtica ao ensino de histria regional que tinha na histria do Estado e nos grandes eventos a sua narrativa escolar. Os professores-pesquisadores de Histria utilizam um variado leque de fontes histricas para construir a sua proposta curricular. Eles "do voz" ao documento histrico e a historiografia regional dentro do livro didtico "Histria do Par". A disciplina Estudos Amaznicos considera interdisciplinar, pois, ela pode ser ministrada por professores de Histria, de Geografia e de Sociologia que estejam no quadro efetivo da Secretaria de Estado de Educao do Estado do Par (SEDUC/PA). Os professores-pesquisadores de Histria que constroem o livro didtico saem do ensino de histria regional laudatrio e de memorizao de datas, fatos e eventos para a construo de um ensino regional interdisciplinar que tem nas conexes espao, tempo e sociedade o seu eixo norteador. Queremos apresentar a partir da experincia dos professores de Histria da Secretaria de Estado de Educao do Par (SEDUC), qual sua concepo de histria regional? O referencial terico-metodolgico que usaremos so os seguintes: Alan Choppin (2004), Circe Bitencourt (2009), Andr Chervel (1999), Itamar Freitas (2009) e Eric Hobsbawm (1998). Uma proposta curricular pensada pelos professores de Histria para a disciplina Estudos Amaznicos. A relao ado-presente tornou-se o conceito central para esta proposta regional no estado do Par.
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Magno Francisco de Jesus Santos (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)
To dedicado e til foi ao estudo de nossa Histria ptria: Padre Rapahel Galanti e a escrita de livros escolares de Histria
Resumo:Com a proclamao da repblica, a divulgao dos s...
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Resumo:Com a proclamao da repblica, a divulgao dos saberes histricos ptrios havia se tornado um problema nacional, no qual a histria deveria ser o cimento capaz de edificar a memria de novos mitos e heris, de sedimentar a presena dos valores republicanos no mbito do lar, enfim, de tornar a histria da nao presente na memria nacional. Era o momento de reescrita da histria e de tentativas de firmar outras leituras do ado.
Nos bancos escolares, a disciplina histria se tornou um palco privilegiado, no qual o ado da nao ava a ser visto a partir dos episdios de inspirao republicana e tambm onde deveriam desfilar os novos heris da ptria. Neste sentido, neste trabalho tenho o objetivo de analisar a escrita de livros escolares de Histria do Brasil do jesuta Raphael Galanti entre 1895 e 1911.
Raphael Maria Galanti foi professor de duas das principais instituies escolares confessionais brasileiras da poca: o Colgio So Luiz, em Itu e o Colgio Anchieta, em Friburgo. Duas instituies geridas pelos jesutas e que ficaram reconhecidas pela formao de importantes nomes da elite intelectual e poltica nacional. Entre o final do oitocentos e 1913, ele publicou inmeros livros escolares de histria universal e, principalmente, histria do Brasil, campo de pesquisa preferido do pensador da histria.
Desse modo, a contribuio historiogrfica de Raphael Galanti por meio da produo de livros escolares referenda a posio do sodalcio como uma instituio que validava a produo historiogrfica em diferentes espaos, indo das grandes interpretaes acadmicas difuso dos saberes sobre o ado nacional em mbito escolar. O necrolgio escrito por Ramiz Galvo elucidou algumas questes relevantes para a compreeso sobre as qualificaes de uma pretensa historigorafia didtica:
As premissas defendidas por Galanti revelam uma ampla polifonia institucional no processo de construo e difuso dos saberes histricos. Revela tambm uma polissemia atinente concepo de histria e de suas mltiplas funcionalidades em uma sociedade que ava por significativas transformaes polticas e sociais, com a demanda de reinveno de seu ado e de fortalecimento dos princpios republicanos. Mas, antes de tudo, expressa a intrnsica relao entre historiografia, teoria da histria, biografias e ensino de Histria. Afinal, ensinar histria demandava conhecer as particularidades dos fazeres historiogrficos, domnio da produo historiogrfica e identificao sobre o potencial da disciplina na formao da sociedade.
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Valclecia Bezerra Soares (UFPB), Rita de Cssia Melo Santos (DCS/UFPB)
A presena indgena no livro didtico de sociologia: realizaes e desafios da lei 11.645/08
Resumo:A lei n 11.645/08 inseriu no currculo da Educa...
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Resumo:A lei n 11.645/08 inseriu no currculo da Educao Bsica Nacional, publica e privada, a obrigatoriedade do Ensino da Histria e Cultura Indgena. Partindo dos desafios para aplicao da lei e considerando as possibilidades de cada disciplina escolar, o presente trabalho centra sua anlise no Ensino Mdio e tem como objetivo compreender as contribuies e limitaes da Sociologia para efetivao da lei em questo. A proposta central analisar a construo dos indgenas em trs livros didticos de Sociologia aprovados no PNLD de 2015, tendo como ponto de partida a lei n11.645/08. Buscamos nos trs exemplares do livro de Sociologia compreender as formas de representao dos povos indgenas e em que medida os contedos colaboram com a efetivao da lei 11.645/08. Os resultados nos mostram um avano na insero da temtica indgena nos livros e um esforo para apresent-los de forma positiva, no entanto, ainda possvel observar a predominncia de imagens que recorrem a esteritipos e a necessidade de ampliar a discusso sobre a diversidade tnica. comum encontrar imagens de indgenas do Centro-Oeste e uma ausncia tanto de imagens quanto contedos sobre indgenas de outras regies. Constatamos que h uma avano quanto a insero de conhecimentos sobre os povos indgenas, mas como deixamos claro durante esse trabalho, para alm da obrigatoriedade, necessrio avaliar o teor dos contedos, o que e como essas informaes so trabalhadas em sala de aula. A partir dos objetivos da Sociologia no Ensino Mdio e da contribuio das Cincias Sociais, em especial da Sociologia e da Antropologia, podemos apontar essa rea como um terreno frtil para desenvolver contedos e estimular o desenvolvimento de uma viso critica sobre a histria e a compreenso da realidade e diversidade dos povos indgenas no Brasil. Para tanto, necessrio uma reviso de contedos, de posturas e elaborao de estratgias de ensino.
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Ana Francisca de Lima Alves (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco), Maria Edilnea do Rego Vila (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco)
Livros Didticos de Histria & Recursos Multimdias: analisando seus usos atravs das atividades para os Anos Finais do Ensino Fundamental
Resumo:O presente trabalho um recorte da pesquisa desen...
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Resumo:O presente trabalho um recorte da pesquisa desenvolvida no Projeto de Iniciao Cientfica intitulado Livros Didticos de Histria e Recursos Multimdias: quando o dilogo entre textos, imagens e sons amplia o interesse dos adolescentes para a aprendizagem histrica. Produzida sob a orientao da professora Dra. Marta Margarida de Andrade Lima da Unidade Acadmica de Educao a Distncia e Tecnologia (UEADTec) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Assim, esta produo objetiva apresentar uma sntese dos dados identificados e refletidos acerca da anlise das atividades de uma coleo de Livros Didticos de Histria dos anos finais do Ensino Fundamental, aprovada na edio 2017 do Programa Nacional do Livro Didtico (PNLD), usada no trinio 2017/2018/2019, e mais escolhida pelos professores que lecionam Histria na rede pblica do Brasil. Portanto, temos a coleo didtica de Histria titulada Histria, Sociedade & Cidadania, do autor Alfredo Boulos Jnior, como objeto de problematizao e estudo. A alusiva pesquisa teve por objetivo analisar como os Livros Didticos de Histria dos Anos Finais do Ensino Fundamental incorporam os Recursos Multimdias de forma a ampliar o interesse dos estudantes para a aprendizagem histrica, considerando as relaes entre a organizao didtica da coleo e as atividades solicitadas. importante ressaltar que a coleo foi disponibilizada de forma virtual pelo Memorial do PNLD da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O caminho metodolgico seguido envolveu pesquisa bibliogrfica e documental, e a abordagem quali-quantitativa dos dados vistos, que foram dispostos em quadros, grficos e textos. Como resultado da pesquisa importante enfatizar que os Recursos Multimdias j esto inseridos nas Atividades presente nos volumes da coleo analisada, sendo possvel perceber a incorporao das seguintes ferramentas: Internet, Blog, apresentao de slides, Vdeo, udios, Redes sociais e Filme. Ainda foi perceptvel compreender que os Livros Didticos de Histria so produes ricas e que o uso que o professor faz do mecanismo educacional em sala de aula o que determinar a sua contribuio, ou no, para o ensino e a aprendizagem histrica dos estudantes. A pesquisa teve a concesso de Bolsa atravs do Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Cientfica (PIBIC), da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). O aporte terico utilizado para a anlise do material foram Bittencourt (2008), Choppin (2004), Oliveira (2010), e outros.
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Raissa Gouveia de Melo Efrem (Descomplica)
Mulheres na historiografia: uma anlise crtica dos programas disciplinares do Departamento de Histria da UFRPE
Resumo:So 4 anos e meio de curso estudando Histria dos ...
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Resumo:So 4 anos e meio de curso estudando Histria dos Homens. necessrio que haja, na UFRPE, uma disciplina optativa intitulada Histria das Mulheres para que possamos estudar esta cincia a partir de uma tica no masculina. Como se deu o o das mulheres escrita? Quando deixou de ser proibido para as mulheres ler algo que no fosse a Bblia nos conventos? Qual o papel dado a elas na formao de futuros historiadores atualmente? O presente artigo cientfico, de carter quantitativo, tem como objeto de estudo as ementas disciplinares das 27 disciplinas obrigatrias do Departamento de Histria da Universidade Federal Rural de Pernambuco com o objetivo geral de analis-las a fim de quantificar o nmero de textos de autoria feminina utilizados pelos docentes ao longo dos quatro anos e meio de graduao. E, como objetivos especficos, tem no s abordar o processo de entrada das mulheres na escola; como tambm analisar como a excluso das mulheres no campo das cincias, na poca, continua influenciando o ensino atual. A metodologia aplicada se constituiu, basicamente, na anlise de todas as ementas disciplinares do DEHIST da UFRPE no perodo de 2019.2, s quais houve o, fundamentalmente, pelo Google Drive do Diretrio Acadmico de Histria e, algumas, atravs de alunos da instituio que enviaram atravs de redes sociais. Foi contabilizado e catalogado o nmero de historiadoras e de historiadores obrigatrios para a concluso das disciplinas e as/os aconselhadas/os pelos docentes do departamento. A partir disso foram realizadas leituras acerca, principalmente, de Histria das Mulheres e de Ensino de Histria, temas centrais aqui abordados. O artigo se justifica, pessoalmente, a partir de uma preocupao que surgiu quando, ao longo da minha graduao, eu contava nos dedos o nmero de professores que avam textos escritos por mulheres em determinado perodo letivo s vezes sobravam os dez dedos; e cientificamente pelo modo inquietante como as bibliografias de autoria feminina continuam fora do cnone. Afinal de contas a Histria foi escrita fundamentalmente por homens e sobre suas atividades na esfera pblica: guerras, poltica, diplomacia e istrao. As mulheres, quando no eram excludas, eram apresentadas em papis de gnero estereotipados, como esposas, mes, filhas e amantes.
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Luciano Jos Vianna (Universidade de Pernambuco/campus Petrolina)
A crnica medieval e a crnica do sculo XVI: usos e possibilidades na formao de professores
Resumo:A partir do final do sculo XV, e a partir de uma ...
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Resumo:A partir do final do sculo XV, e a partir de uma perspectiva europeia, os diversos homens que chegaram s terras que seriam chamadas de americanas trouxeram consigo formas de pensamento que podem ser entendidas em termos medievais. Uma das primeiras materializaes historiogrficas destas formas de pensar foram as crnicas do sculo XVI, as quais representam um dos primeiros momentos de experincia entre os habitantes do mundo medieval e os habitantes do mundo americano.
As crnicas do sculo XVI apresentam uma forma especfica de escrita da Histria, onde uma longa experincia histrica do homem do final do Medievo, compositor destes objetos, coincidiu com um contexto de experincia e contato com o novo, onde, muitas vezes, este novo foi, de certa forma, adaptado e compreendido de acordo com a forma de pensamento do personagem que comps o documento. Tais objetos j obtiveram o reconhecimento a partir de um campo de pesquisa especfico (historiografia medieval) e, portanto, podem servir como referncia em uma abordagem voltada para o contedo de formao de professores. Por exemplo, uma das principais abordagens que poderia ser feita ao se utilizar tais objetos seria justamente romper com a ideia de barreira didtica que muitas das vezes se refletem em termos de materiais didticos utilizados no processo de ensino de Histria.
Nesta apresentao, discutimos algumas possibilidades sobre as crnicas do sculo XVI na formao de professores, utilizando as mesmas como objetos que contm diversas marcas do pensamento historiogrfico deste perodo histrico, uma vez que apresentam alguns aspectos de continuidade com o Medievo. Para isso, abordamos alguns aspectos, tais como, o estudo sobre o Medievo no Brasil, a especificidade do sculo XVI nos territrios americanos e a utilizao deste gnero histrico como um dos primeiros produtos culturais utilizados para textualizar a experincia europeia no territrio americano. Como e bibliogrfico (voltado para os aspectos terico, metodolgico, temtico e de formao de professores), utilizamos os trabalhos de Weckmann (1993), Weckmann (1984), Fernandes (1999), Le Goff (2004), Le Goff (2015), Segal (1991), Guimares (2012), Aurell (2013), Schmitd (2003), Bezerra (2016) e Macedo (2016).
Neste sentido, consideramos que as crnicas do sculo XVI so objetos pelos quais se pode observar concepes de mundo, formas de escrita, modificaes na percepo historiogrfica e na escrita da histria, relaes de conflito entre grupos sociais e construo de identidades e, dessa forma, podem ser utilizados na formao de professores.
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ST 21 - Sesso 3 - Sala 21 - Dia 18/09/2020 das 14:00 s 18:00 2c1s1i
Local: Sala 21
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Jerrison Patu de Melo Alves (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
Os fenmenos europeus e suas heranas sobre o Egito antigo no ensino escolar
Resumo:Nesta comunicao iremos observar os fenmenos que...
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Resumo:Nesta comunicao iremos observar os fenmenos que ocorreram no continente Europeu como o pilares para o desenvolvimento do eurocentrismo e do orientalismo, isto , aquela viso referente Europa no centro do mundo e ligada ao olhar dos pases europeus sobre o Oriente. Com isto, torna-se importante a anlise sobre a herana destes elementos, que contribuem para a formao do etnocentrismo e, evidentemente, acarretam uma construo da memria coletiva acerca dos egpcios, transformando-os, em uma sociedade anedtica. Contudo, a verificao da influncia sa no currculo escolar de suma importncia para questionar sua contribuio na europeizao do ensino e aprendizagem sobre a histria antiga no Brasil.
Desta forma, o objetivo deste trabalho compreender as narrativas eurocntricas e orientalistas que permeiam o estudo do 6 ano do ensino fundamental e, com isto, observar os principais caminhos para (des)ocidentalizao do ensino de Egito antigo e Histria antiga.
Sendo assim, este trabalho prope discutir temas referentes a antropologia, cultura e navegao martima. Na tentativa de demonstrar a rede de conexes proporcionada pelo Mediterrneo antigo e, com isto, observar a alteridade, ou seja, a qualidade do outro e a convivncia com o diferente.
Com esta ideia, sobre a observao do Mar Mediterrneo para a edificao do ado egpcio, pode nos auxiliar, no combate ao etnocentrismo no ensino escolar, ou seja, a partir integrao e interao entre as sociedade banhadas pelo Mediterrneo demonstra o caminho para a (des) ocidentalizao. Pois, desemboca nas trocas culturas, comerciais e, certamente, na importao de costumes. Portanto, o Mediterrneo pode ser o caminho para a construo de uma narrativa que contrape o etnocentrismo, o eurocentrismo e orientalismo. Pelo qual, pe em evidncia as relaes sociais do Egito antigo, possibilitando uma abordagem, no qual difere da perspectiva eurocntrica contida no currculo escolar de modelo francs.
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Francine cerqueira dos Santos (UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana)
Laura Ribeiro Lopes do invisvel para Histria da Educao ( 1953-1959)
Resumo: A proposta de Comunicao parte da pesquisa em ...
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Resumo: A proposta de Comunicao parte da pesquisa em andamento que busca analisar a contribuio de Laura Ribeiro Lopes na escrita de geografia feirense como sujeito histrico, produtora de conhecimento, no decorrer dos trs anos em que lecionou na Escola Normal de Feira de Santana. Tambm uma forma de compreender como se deu a relaes entre sua produo intelectual e sua prtica docente. A pesquisa articula-se ao campo da Histria da Educao e do Ensino em Geografia.
Normalista diplomada em 1930, na primeira turma da Escola Normal de Feira de Santana, Laura Ribeiro Lopes, foi uma das Deusas Fardadas (Sousa, 2001). Aps concluir o curso iniciou-se na profisso em Feira de Santana e arredores. Em 1950 ou a ensinar na prpria ENRFSA. Neste perodo, produziu alguns livros didticos, como o A Geografia de Feira de Santana. A geografia da Bahia. A geografia de Salvador e Estudos Sociais. A pesquisa que efetuo enquanto Bolsista de Iniciao Cientifica objetiva compreender como suas obras contriburam para Geografia feirense enquanto disciplina escolar.
Como primeira anlise perceptvel que todas as quatro produes deram nfase ao que atualmente a Geografia conceitua como lugar definido por Ralph Um lugar rene ou aglutina qualidades experincias( RALPH, 2012,p.22) ou seja ambiente onde se mantm uma relao de pertencimento. Considero que este enfoque na noo de local pode ser justificado, pelo interesse da professora Laura Ribeiro Lopes com a sociedade feirense, da qual fazia parte. Neste perodo, tanto no Brasil quanto na Europa autores comeam a preocupar-se com uma nova forma do fazer geogrfico, em consequncia disto surgem apropriao do prprio campo e seus objetos, a exemplo, da noo de lugar que surge na Europa como forma de evitar a degradao da paisagem.
A pesquisa articula-se ao grupo HISTEICE- Histria da Educao, Infncia e Cultura Escolar e se situa na primeira linha de pesquisa, Instituies Escolares e Sujeitos. Para buscar traar a contribuio da professora da professora Laura Ribeiro Lopes na escrita da geografia feirense, prticas e produes recorri ao seus textos, registros orais, artigos de jornais, livros, entre outras fontes histricas.
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Carlos Henrique Brasil Costa (secretaria da Educao ceara)
A lei de acidentes de 1919 sobre inqurito: a Legio Cearense do Trabalho investiga a Fbrica - Fortaleza (1932-1934).
Resumo:O ano da aprovao da Lei de acidentes em 1919 foi...
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Resumo:O ano da aprovao da Lei de acidentes em 1919 foi um marco para a luta
secular do movimento operrio brasileiro e internacional. Em Fortaleza, as
movimentaes que seguiram desde esse ano nos do indcios que no era suficiente
existir a norma no papel, mas seria necessrio mobilizao e luta para o seu
cumprimento. Observamos que diversos grupos de interesses se mobilizaram
em torno dos novos horizontes legislativos que estavam sendo conquistados nas
primeiras dcadas do sculo XX. Entre esses grupos analisaremos a notvel articulao
da Legio Cearense do Trabalho (LCT) e sua articulao com a ordem da lei e do corpo
doente em processo de acidente e adoecimento no trabalho.
Desse modo, esta exposio oral tem o objetivo de discutir as tenses em torno
da primeira lei de acidentes de trabalho (Decreto n 3.724 de 15 de janeiro de 1919) em
Fortaleza a partir da atuao jornalstica da Legio Cearense do Trabalho (LCT).
Nos questionamos como essa organizao, referenciada pelos ideais do
corporativismo e do anticomunismo se relacionou com a instituio das leis trabalhistas
em construo e como os corpos operrios em situao de acidente e adoecimento
foram parte do seu projeto? Ser possvel, atravs da atuao dessa expressiva
agremiao observar tambm a experincia dos patres e dos operrios frente ao
problema do acidente e adoecimento do trabalho?
Vale Salientar que essa comunicao oral parte derivada da pesquisa de
mestrado em andamento desenvolvida atravs do Programa de Ps-Graduao da
Universidade Federal do Cear. Ela est vinculada pesquisa desenvolvida pelo autor
intitulada de O ardil engenhoso do acidente de trabalho: o corpo doente na arena do
direito, medicina e justia trabalhista em Fortaleza entre os anos 1930 1950.
Como hiptese em desenvolvimento e verificao, acreditamos que a lei de
acidente de 1919 possibilitou rupturas no interior de prticas paternalistas negociadas
entre empregados e empregadores. Nesse sentido, os corpos operrios em situaes de
acidente e adoecimento sofriam presses especficas dessas prticas nas quais incidiam
diretamente no desenvolvimento ou no de cuidado mdicos, afastamentos e reparaes.
Nossas fontes, desse modo, so os peridicos o Legionrio abordados em
diversos exemplares entre os anos de 1932 e 1934. Atravs desse Semanrio Nacional-
Sindicalista, como se definiam, e da sua atuao enquanto fiscalizadora leis sociais,
acreditamos ser uma alternativa excepcional para observamos os conflitos em torno da aplicao da lei de acidentes de 1919, as reaes dos patres e operrios a essa
legislao intervencionista e no menos importante, observar como a imprensa
legionria mobilizava esse arsenal dentro do seu projeto de atuao.
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Reginaldo Ferreira da Silva Neto (UFPB - Universidade Federal da Paraba)
Cidade das Chamins: a formao citadina a partir do processo de modernizao em paulista-pe nos anos de 1904-1950.
Resumo:No presente artigo discutir o processo de moderni...
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Resumo:No presente artigo discutir o processo de modernizao do Paulista-PE na primeira metade sculo XX. observado que as modificaes dos grandes centros urbanos brasileiros, e as ideias modernizantes difundiram-se pelo pas, tornando-se ponto de referncia para vrias cidades. As grandes cidades como So Paulo, Rio de Janeiro e Recife avam a serem smbolos e modelos de civilidade e modernizao, absorvendo-se, por sua vez, modelos e caractersticas europeias. refletindo neste fenmeno de modernizao e urbanizao dos espaos, que abrangem-se os leques de pesquisa para se pensar os lugares de memrias e composio do patrimnio industrial. Sendo assim, para discutir a modernizao se faz necessrio dialogar com algumas abordagens de modernizao, no que tange a conceituao, utilizando da ideia de modernizao, mudanas de hbitos sociais, comportamento e sensibilidades, o debate do trabalho historiogrfico, provm discutir a modernizao da cidade do Paulista, como um mecanismo de definies de padres que modelaram as pessoas e a cidade no sculo XX, projetando ento a ideia de modernizao trazida pela famlia sueca Lundgren, ideia esta, no isolada do restante de outros centros citadinos, no entanto, aplicada e desenvolvida em cidades maiores, tendo assim o processo de modernizao semelhante, e em cada localidade a exemplo da cidade do Paulista-PE, conservando suas particularidades. A modernizao do espao citadino se configura como um ambiente de lutas, utopias e desejos. a partir do advento do capitalismo, com o crescimento urbano, que algumas questes emergem com maior profundidade: a reordenao dos espaos, novas formas propriedade e os tipos de relaes sociais que so estabelecidos dentro desses espaos. Paulista, localizada atualmente na regio metropolitana do Recife foi, na poca em estudo, pertencente ao distrito da Olinda at 1935, quando ocorreu a sua emancipao. Vale salientar que Paulista prosperava com o boom da grande indstria txtil instalada e ampliada no mbito rural desde do ano 1891, sendo assim, o ento distrito de Paulista e posteriormente municpio, gozava por ser um dos maiores centros exportadores de tecidos do Estado de Pernambuco, e por que no dizer do Nordeste do Brasil.
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Lucas William de Arajo Borges (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas)
A reorganizao das humanidades frente aos desafios do sculo XXI
Resumo:Esse trabalho tem por objetivo apresentar a correl...
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Resumo:Esse trabalho tem por objetivo apresentar a correlao entre as diferentes formas de gesto e de vivncias circunstncias histricas e sociais do recente sculo XXI e o lugar social das Cincias Humanas na produo de impactos na vida em sociedade, tendo como princpio o dilogo entre seus sujeitos e objetos de pesquisa como alternativas para a compreenso dos processos sociais que constituem o atual contexto. O sculo XXI, em sua breve histria recente, tem se demonstrado um sculo de constante desafios geracionais, uma vez que percebemos um enrijecimento das relaes sociais baseado num ataque a diversidade cultural e a pluralidade tnica-racial promovida por uma guinada poltica da extrema direita nas grandes democracias ao redor do mundo. A abordagem que buscar permear a discusso evidencia cada vez mais, sobretudo na concepo preconceituosa nacional de cunho velado, uma disparidade se comparado a perpetuao de reforos alienantes do discurso da branquitude que visa impor-se ainda hoje, neste momento, sobre uma identidade cultural plural. Esse esforo permeia questes sensveis politicamente falando e, que se no combatidas, acabam por enfraquecer as novas geraes no engajamento e percepo da luta por justia e reparao histrica. Assim sendo, no seria possvel abordamos o contedo de Histria da frica, por exemplo, tendo como fim uma educao para as relaes tnico-raciais sem abranger o papel dos historiadores em questes de sensibilidade histrica e combate um conhecimento ideolgico alienante existente. Logo, no possvel abordamos a questo terica dessa relao e fecharmos nossos olhos para a presena de tal sensibilidade histrica racial presentes na burocracia ou no patrimnio como formas de expresso prprias de uma sociedade em constante construo. Muito embora a histria e educao para as relaes tnico-raciais se demonstrem com afinco em organizaes sistmicas de grupos em alguns casos, em face de uma determinada conjuntura as manifestaes desses mesmos grupos tendem a ser renovada ou recriada nas escalas global e local. justamente esta resistncia presente nesses grupos que instaura sua legitimao de poder e o seu apelo sensibilidade identitria que valida seu lugar de fala. Quando nos propomos a pesquisar um assunto, este s pode partir de um olhar do presente sobre o ado. Ao discorrer sobre o objeto da histria tambm preciso reconhecer o lugar de onde se fala e o comprometimento da fala. Nesse sentido a nossa compreenso deve ar de uma viso cientfica fragmentada do fazer histria, fazer sociologia, ou seja, do fazer cientfico para o fazer humano, para nesse espectro o escrutnio metdico do ado ser capaz de gerir uma produo que une a prtica do seu discurso.
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Samuel Barros de Medeiros Albuquerque (Universidade Federal de Sergipe)
Sobre carneiros, cavalhadas, pfanos e pestes
Resumo:A Histria de Portugal, de Antnio G. Mattoso e ...
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Resumo:A Histria de Portugal, de Antnio G. Mattoso e Antonino Henriques, um livro didtico de Histria moda antiga, bastante condensado e de narrativa pouco atraente. No exemplar examinado no h indicao da edio primeva. Consta, somente, o registro que o vincula sexta edio da obra, publicada em 1970, pela Livraria Didctica, de Lisboa. No foi nossa pretenso realizar uma anlise ampla da referida obra, dialogando com o ascendente campo dos estudos voltado ao Livro Didtico de Histria. Debruamo-nos, to somente, sobre os os do texto dedicados ao medievo portugus, notadamente sobre aspectos culturais que sabemos terem sido trasladados, adaptados e preservados nos sertes das antigas capitanias do norte do Brasil (atual Semirido Nordestino, mais especificamente). Entre as pginas 73 e 78 do livro de Mattoso e Henriques, a alimentao no medievo portugus o tema. E, neste ponto, chamou-nos ateno o fato de a carne de carneiro estar entre as mais apreciadas para o consumo pela fidalguia da poca. Trata-se de um aspecto da cultura alimentar nobre que se popularizou nas zonas sertanejas do Nordeste brasileiro (que se destacam na produo e no consumo de ovinos e caprinos no pas). Entre os divertimentos no medievo portugus, mencionados no livro a partir da pgina 81, ganham relevo os torneios e o desenvolvimento da msica na vida cortes. Nesse sentido, estudamos a relao das referidas prticas culturais com as tradicionais cavalhadas e bandas de pfanos do Alto Serto Sergipano. As calamidades e supersties, bem como as aes e instituies de assistncia, que marcaram a sociedade portuguesa medieval, so abordadas entre as pginas 84 e 89 da obra. Entre as primeiras, temos a peste bubnica de 1348, a dita peste negra, que grassou no reinado de D. Afonso IV. Nestas interessantes pginas, pululam lies oportunas para os tempos do Covid-19. Eram, aqueles idos do sculo XIV, tempos de gua de beber com vinagre, de ervas aromticas (como louro, rosmaninho e alecrim) sendo queimadas e purificando o interior das casas. Mas tambm eram tempos de recluso, de orao, de jejum, de penitncia. Nada de aglomeraes, banquetes, festas... So lies atualssimas, deixadas por nossos ancestrais lusitanos do medievo.
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Valter Andre Jonathan Osvaldo Abbeg (Prefeitura Municipal de Araucria)
O regionalismo na obra "O Estado do Paran", por Luiza Pereira Dorfmund (1958)
Resumo:Esta pesquisa trata da anlise regionalista do liv...
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Resumo:Esta pesquisa trata da anlise regionalista do livro O Estado do Paran elementos de histria e Geografia de autoria da Professora Luiza Pereira Dorfmund, publicado pela Livraria e Editora Ghignone em 1958. Este foi o primeiro livro, precursor de outros livros didticos, colocando-a entre as principais autoras didticas paranaenses; sendo seus livros editados por grandes editoras nacionais como a Editora do Brasil e a FTD. Utilizamos a metodologia de anlise crtica do discurso de Fairclough, tratando da contexto discursivo prprio da autora perante um pblico especfico. Procedeu-se anlise da estrutura discursiva, interacional, interdiscursiva e semitica. Considerando as redes scio-discursivas na qual a autora se encontrava. A autora paranaense estava numa dada posio de poder para produzir e divulgar seu livro. Professora, esposa de magistrado e com diferentes correlaes pblicas. A organizao do livro em vrios subttulos apresenta a dimenso didtica, fragmentada, sem uma continuidade narrativa, perando a histria natural e dados geogrficos, econmicos e sociais do Estado. No mbito de seu trabalho, ressalta-se a perspectiva regionalista como forma preponderante, trata da questo do Contestado como forma de expanso territorial, como da Guerra do Paraguai. Evidencia narrativas que transportam um eufemismo para a relao e contribuio de outros povos e circunscries estaduais. So Paulo, principal centro econmico industrial no sculo XX, reduzido a ente federado do qual o Estado paranaense seria apenas desmembrado ainda no sculo XIX. O uso de termos, adjetivos e adjetivados, foram sistematicamente escolhidos para relevar as questes de territrio e os feitos do povo paranaense, mesmo que imigrantes e desterrados; a autora procura criar uma narrativa para construir uma dada identidade paranista. Percorrendo normativas e informaes polticas Dorfmund fundamenta seus argumentos na dimenso econmica, enaltecendo a produo estadual ao longo do tempo, obscurecendo questes e debates sobre a dependncia econmica do Estado que teve uma industrializao tardia, comparada ao vizinho paulista.
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Guilherme Vargas Pedroso (UFSM - Universidade Federal de Santa Maria), Luiz Fernando dos Santos da Silva Rodrigues (UFSM - Universidade Federal de Santa Maria)
Desigualdade social e espao urbano em Porto Alegre (1850-1880): um panorama acerca de uma pesquisa em andamento
Resumo:Neste trabalho nos propomos fazer reflexes inicia...
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Resumo:Neste trabalho nos propomos fazer reflexes iniciais sobre a sociedade porto-alegrense da segunda metade do sculo XIX, sobretudo entre as dcadas de 1850 e 1880. Este perodo marcado por grandes transformaes polticas, sociais e econmicas. Como por exemplo, a proibio do trfico atlntico de escravizados (1850), a Lei de Terras no mesmo ano, a Guerra do Paraguai (1864-1870), a Lei do Ventre Livre (1871) e, a abolio da escravido (1888) entre outras mudanas que caracterizaram o perodo. Esta pesquisa se insere no projeto Hierarquia social, trabalho e famlia na fronteira meridional do Brasil (sculo XIX) , registrado junto ao Departamento de Histria da UFSM e ao PPGH-UFSM e apoiado por bolsa PIBIC-FIPE. Tambm vinculado ao grupo de pesquisa CNPq Sociedade e hierarquias no Brasil Meridional (1750-1930) o qual visa entender a desigualdade socioeconmica e os grupos sociais em meio s grandes mudanas conjunturais aqui citadas. A fonte principal da pesquisa so os inventrios post-mortem, que fazem parte do acervo documental do Arquivo Pblico do Estado do Rio Grande do Sul (APERS). Nos inventrios podemos ar informaes variadas sobre uma parcela da populao inventariada de Porto Alegre, que possibilitam fazer um retrato de diversos aspectos daquele contexto, como a relao do espao urbano com a escravido ainda muito presente, as estratgias sucessrias e de acumulao de riquezas, a (re) construo de hierarquias sociais e anlises dos bens de consumo daquela sociedade. A metodologia do presente trabalho consiste em fazer um levantamento das fontes adquiridas pelo projeto at o momento e que j fazem parte do banco de dados da pesquisa, realizar uma discusso a respeito das possibilidades de utilizao de inventrios post-mortem na pesquisa histrica, bem como oferecer um panorama geral acerca da cidade de Porto Alegre a partir da historiografia que j se debruou sobre o tema.
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talo Barbosa de Azevedo Luz (UFBA - Universidade Federal da Bahia)
Entre Mar e Terra: um breve estudo sobre a navegao na Baa de Todos os Santos (1936 - 1974)
Resumo:Com esta pesquisa tenho por objetivo analisar e de...
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Resumo:Com esta pesquisa tenho por objetivo analisar e debater alguns reflexos do declnio do transporte martimo como principal modal de locomoo e a ascenso da rodovia na Baa de Todos os Santos. Os pontos de partida para este trabalho so as obras Mar Morto, de Jorge Amado (lanado em 1936), o lbum de Dorival Caymmi, Canes Praieiras (lanado em 1954) e a cano de Gilberto Gil gua de Meninos (a cano faz parte do lbum Louvao, lanado em 1967), alm de matrias publicadas nos jornais A Tarde (Salvador), Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), e o Correio Braziliense (Distrito Federal). A Baa de Todos os Santos (BTS) repleta de comunidades que localizam-se tanto nas diversas ilhas que compem a Baa, quanto no conhecido Recncavo Baiano. Tais comunidades so frutos de um mundo martimo historicamente construdo desde o sculo XVI e tendo como Salvador eixo central. Este mundo martimo se constituiu atravs de um sistema artesanal, popular e de livre navegao de pessoas e cargas que fomentaram todo um fluxo migratrio, econmico, social e cultural entre as diversas comunidades que formam a Baa de Todos os Santos. Os saveiros, fruto mximo do conhecimento naval popular da regio, e constantemente lembrados nas das obras de intelectuais e sendo tambm um ponto forte na memria das comunidades ribeirinhas em toda a Baa. Os saveiros ainda foram os grandes responsveis pelo escoamento da produo de todo o Recncavo para o porto de Salvador e abastecimento das feiras livres que ocorriam na regio porturia da capital baiana, sendo a feira de gua de Meninos e a do Mercado Modelo as principais at as suas respectivas destruies em 1964 e 1969. O livre trnsito dos saveiros possibilitou as conexes entre as diversas comunidades da Baa, num perodo em que as rodovias ou no existiam ou ainda estavam se desenvolvendo. O sistema rodovirio na Bahia comeou a ser desenvolvido em 1917 com o Primeiro Plano Rodovirio do Estado da Bahia, mas os esforos foram apenas pontuais, somente a partir da dcada de 1950 que o sistema rodovirio ou a ter o flego desejado. Neste local se desenvolveram cones que exerceram forte influncia na cultura e sociedade que habita no entorno da Baa como as obras de Jorge Amado, Joo Ubaldo Ribeiro, Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Pierre Verger, Caryb, dentre outros, que ao longo do sculo XX, tomaram por inspirao o cotidiano da Baa de Todos os Santos, suas perspectivas e memrias para a criao de diversas obras artsticas.
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Jos Walter Cracco Junior (UNESP - Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho)
O mal em Agostinho de Hipona. Uma vez mais
Resumo:Introduo e Discusso
Este trabalho tem dois ob...
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Resumo:Introduo e Discusso
Este trabalho tem dois objetivos: o primeiro problematizar o lugar comum das reflexes sobre as maneiras pelas quais Agostinho de Hipona entendeu e utilizou o mal; o segundo sugerir como as reflexes filosficas do bispo de Hipona acerca do mal procuraram engendrar novas vises de mundo na sociedade do Norte da frica, entre fins do sculo IV e incio do V E.C.
Como sabemos, Agostinho inculcou uma simbiose entre a abordagem neoplatnica e a bblica, a fim de fornecer coerncia lgica aos problemas de seu tempo. Por esse ngulo, em uma perspectiva coligada ao imaginrio, o mal seria tratado como no existncia, como dissidncia do Ser. No entanto, ainda que carente de uma tessitura, de um princpio ontolgico, entendemos que no discurso de Agostinho o mal tenha existido, sobretudo representado em vcios, em aparies, na anttese das condutas e da moralidade proposta tanto pela Igreja como pela Lei de Deus.
Adjacente a isso, sustentamos que o mal, enquanto representao do desprezvel e do erro, tambm foi utilizado como mecanismo discursivo basilar para efetivar um projeto de sociedade. Portanto, o mal est atrelado a relaes de poder.
No mago dessa perspectiva, aps a anlise de algumas homilias, compreendemos que o mal foi discursivamente associado a grupos religiosos rivais, s prticas das religiosidades populares, a filosofias tidas como pags, aos modos de agir e de sentir, entre outros. Em linhas gerais, buscou-se legitimar a violncia, transmutar as estruturas de uma sociedade, instituir o sentimento de culpa e medo aos sujeitos.
luz daquela sociedade, os sujeitos que rompessem com as condutas, com a moralidade proposta por Agostinho teriam consequncias punitivas no Alm. Ao nosso entender, aquele projeto ideolgico e homogneo cristo fomentou um determinado imaginrio acerca de um lugar ps vida infortnio. A investigao desses mecanismos atrelada as representaes do Alm nos permitem compreender as vicissitudes polticas e socioculturais da sociedade que o produziu e o consumiu.
Metodologia
Para investigar as problemticas colocadas acima, lanaremos mo do dilogo entre o campo terico da histria do imaginrio, explorado por autores como Hilrio Franco Jnior e Bronislaw Baczko, e a metodologia da anlise crtica de discurso sugerida por Norman Fairclough em que o foco da anlise est amparado na abordagem tridimensional (texto, prtica discursiva, prtica social) da fonte.
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Digenes Mendes Calado (Sem instituio)
Jaboato dos trabalhadores ferrovirios: cidade, cultura e memria.
Resumo:A Histria de Jaboato dos Guararapes durante muit...
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Resumo:A Histria de Jaboato dos Guararapes durante muitos anos esteve condicionada a Batalha dos Guararapes e o discurso do Aqui nasceu a ptria. O doce amargo da colnia algo que ainda prevalece quando se vai contar sobre Jaboato, a questo dos engenhos, das relaes patriarcais, dos bares, viscondes que nasceram na cidade e outros aspectos dessa tradio colonial se configura como algo cristalizado na histria da cidade.
Muito pouco tem se concebido como uma outra forma de olhar para Jaboato e perceber que a cidade tm diversas histrias e que merecem ser retratadas e discutidas, criando dessa maneira novas discusses para a construo da Histria.
Este artigo discute a influncia das oficinas da Great Western na cidade de Jaboato. Destaca-se o aspecto sociocultural vivido naquele cotidiano citadino que teve importante participao os trabalhadores das oficinas, o que levou Jaboato a ser denominada cidade ferroviria.
Jaboato no incio do sculo XX se tornou um importante centro ferrovirio do estado de Pernambuco, a cidade cresceu nos mais diversos aspectos econmico, social, cultural, e diante disso muito pouco se tem produzido de forma que uma lacuna nessa historiografia sobre a cidade deve ser estudada, existe uma memria sobre o perodo, e que ainda no se deteve ateno para analisar e discutir, nessa dimenso que este artigo torna-se um trabalho iniciante para tratar dessas questes sobre a influncia desempenhada pela Great Western em Jaboato.
Foi fundamental para a construo desse artigo entrevistas realizadas pelo projeto Um trem de histrias organizado pelo Instituto do Patrimnio Histrico Artstico Nacional, que rene entrevistas de ferrovirios que foram atuantes na cidade de Jaboato.
Os relatos de memria foram de suma importncia para o levantamento de uma possibilidade para a histria do municpio que sempre lembrada na historiografia e nos livros didticos pelo herosmo das batalhas dos Guararapes.
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Vanessa Cristina da Silva Sampaio (UFAM - Universidade Federal do Amazonas)
Experincias fabris: espaos e condies de trabalho no Distrito Industrial de Manaus na dcada de 1980.
Resumo:Os os gradativos da luta operria no Distrito ...
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Resumo:Os os gradativos da luta operria no Distrito Industrial de Manaus acompanharam o processo de renovao do movimento operrio em mbito nacional na dcada de 1980. E cada vez mais os conflitos fabris se tornavam latentes e insustentveis haja vista que o processo de precarizao do trabalho ficava mais evidentes. Diante disso, problematizar as longas jornadas de trabalho, salrios defasados, questes de assdio de todas as formas, acidentes de trabalho, rotatividade e relaes abusivas so o foco deste trabalho, tornando-se um vis para compreender a luta operaria no estado do Amazonas, relacionando-as com as fontes jornalsticas, principalmente as notcias pertinentes as denncias dos trabalhadores encontradas nos jornais A Crtica, Jornal do Comrcio e no jornal operrio, O Parafuso. Para dar e terico a estas anlises, sero utilizados prioritariamente as dissertaes de Maria Clia Santiago, Clandestinidade e Mobilizao nas Linhas de Montagem: A construo da greve dos metalrgicos de 1985, em Manaus. Milton Melo dos Reis Filho, Quem Vai Descer a Acar? Processo de Construo do Fazer-se Classe do Operariado do Parque Industrial de Manaus anos 1980. Marlene Ribeiro De Seringueiro Agricultor/pescador Operrio Metalrgico: Um estudo sobre o processo de expropriao/proletarizao/organizao dos trabalhadores amazonenses. Assim como as observaes apontadas sobre a precarizao do trabalho e a reestruturao produtiva no Distrito encontradas no livro da Izabel Valle, Globalizao e reestruturao produtiva: um estudo sobre a produo offshore em Manaus, na tese de Joo Salazar, O novo proletariado industrial de Manaus e as transformaes sociais possveis e na obra de Rosngela Dutra de Moraes e Ana Cludia Leal, Subjetividade e trabalho com automao: estudo no polo industrial de Manaus.
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