Resumo: O simpsio tem como objetivo reunir trabalhos e pesquisas dedicados aos estudos das expresses artsticas que refletem sobre a quebra dos padres de visualidades hegemnicas sobre o outro, ou seja pesquisas em torno das artes, histrias e teorias decolonais. Para isso o simpsio ir acolher pesquisas que problematizem as colonialidades dos saberes, subjetividades e visualidades em dialtica com os movimentos intelectuais e artsticos de decolonialidade esttica, fornecendo novas ferramentas para problematizar o complexo mundo das artes. O simpsio vem propor um deslocamento no campo do pensamento Ocidental sobre as artes e suas histrias que apenas identificam a produo euro norto cntrica enquanto artefato esttico vlido para a produo dos espaos ditos perifricos como: frica, Amrica e Oriente. Tais reflexes e discusses podem ser realizadas por meio de expresses artsticas (desenhos, pinturas, esculturas, fotografias, filmes, revistas ilustradas, representaes cartogrficas, entre outras), em dilogo com as teorias decoloniais, ps coloniais e epistemologia do sul. Pretende-se estimular a reflexo e o debate em torno dos diversos usos e funes das visualidades na histria das artes decoloniais: fotografia, filme, impressos, quadrinhos, pintura, escultura, etc, em seus contextos de produo cultural, circulao, consumo e agenciamento no mbito das teorias decoloniais. O simpsio abre para trabalhos, de qualquer recorte temporal, mas que tenha as visualidades e imagens decoloniais como principal objeto de estudo, ampliando ao mximo o raio de ao do debate para acolher pesquisas em torno desta temtica to mltipla e complexa. Desatacam-se as interaes entre arte e memria; arte e arquivo; arte e narrativa; arte e saberes ancestrais; arte e decolonialidades.
BIBLIOGRAFIA
DUSSEL, Enrique. El encubrimiento del otro. Hacia el origen del mito de la modernidad. Quito: AbyaYala, 1994.
MIGNOLO, Walter. Prefcio. In: PALERMO, Zulma. Arte y Esttica en la En- crucijada Decolonial. Buenos Aires: Del Signo, 2009.
QUIJANO, Anbal. Colonialidad del poder y clasificacin social. In: CASTRO-GMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramn (orgs.). El giro Decolonial. Reflexiones para una diversidad epistmicams all del capitalismo global. Bogot: Pontificia Universidad Javeriana / Siglo del Hombre, 2007.
QUINTERO, Pablo. Notas sobre la teora de la colonialidad del poder y la estructuracin de la sociedad en Amrica Latina. Papeles de Trabajo, n.19, Rosario, 2010.
WALSH, Catherine. Pedagogas decoloniales caminando y preguntando. Notas a Paulo Freire desde Abya Yala. Revista Entramados - Educacin Y Sociedad, ao 1, n 1, 2014.
ST 20 - Sesso 1 - Sala 20 - Dia 16/09/2020 das 14:00 s 18:00 4y5p67
Local: Sala 20
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Hemanuella Karolyne Moura Vieira (SOCIAL MIDIA)
Artesanato indgena Warao: mudanas culturais e transformaes no processo de produo
Resumo:Este artigo tem como objetivo investigar o process...
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Resumo:Este artigo tem como objetivo investigar o processo de mudanas culturais e as transformaes na produo do artesanato do Povo Warao em Roraima. Estas reflexes foram embasadas em autores como Homi Bhabha (1998) e Stuart Hall (2006, 2009) que trabalham diretamente com as transformaes culturais e seus desdobramentos. Assim, para o desenvolvimento da pesquisa qualitativa buscamos apresentar, a partir de registro fotogrfico e dirio de campo, os processos de transio vivenciados pelas mulheres artess Warao em suas experincias no deslocamento da Venezuela para o Brasil, situao essa que pera pela mudana em suas identidades, com reflexos em sua produo artesanal. Neste sentido, optamos por trabalhar com as categorias de anlise: Artesanato como meio de vida e Formas de produo artesanal com o intuito de compreender as mudanas concretizadas na vida, na cultura e na produo artesanal Warao. Fica claro na investigao que muitos elementos da cultura e da identidade Warao so desconhecidos pelos brasileiros. Contudo, com a proposta de investigao, com a aproximao terica realizada e com o olhar nas transformaes vivenciadas pelos Warao em seu processo de migrao.
A investigao aqui proposta parte de um contato com as artess Warao do Abrigo Pintolndia em Boa Vista/RR. Ao participar de um ambiente onde se convive com pessoas de distintas culturas nos deparamos com um cenrio frtil de transformaes culturais. Desta forma, objetivamos investigar o processo de mudanas culturais e as transformaes na produo do artesanato das artess Warao residentes temporariamente no referido abrigo em Roraima.
A pesquisa de campo ocorreu com as artess Warao abrigadas na cidade de Boa Vista/RR, nos meses de agosto e setembro de 2018. O grupo de artess do abrigo Pintolndia uma iniciativa conduzida pela ONG Fraternidade - Federao Humanitria Internacional, com o objetivo de amparar os indgenas e artess Warao que chegam Boa Vista/RR e que encontram dificuldades para subsistir no meio urbano.
No processo de pesquisa realizamos observaes no local de trabalho das artess Warao e nele, amos a realizar o registro fotogrfico das trocas de experincias das artess. A fotografia como registro de imagem e documentao foi fundamental neste processo. Na investigao tomamos a linguagem fotogrfica voltada para registro e processo de documentao das transformaes culturais com especial ateno aos seus reflexos nas formas de produo do artesanato Warao.
Palavras-chave: Artess Warao; Artesanato Indgena; Mudanas culturais.
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Jos Victor Dornelles Mattioni (Centro de Educao Integrada Colmeia)
Entre o imaginrio e o real: Interpretaes sobre o monumento ao garimpeiro em Boa Vista - RR
Resumo:Entre o imaginrio e o real:
Interpretaes sobre...
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Resumo:Entre o imaginrio e o real:
Interpretaes sobre o monumento ao garimpeiro em Boa Vista - RR
Jos Victor Dornelles Mattioni
der Rodrigues dos Santos
A pesquisa analisa o monumento ao garimpeiro, situado no centro da cidade de Boa Vista, capital do estado de Roraima (RR), como um instrumento de representaes variveis, na gerao de imaginrios sociais, polticos e sociais, sobretudo, em tempos de maior conscientizao sobre a importncia de manuteno do planeta, dos recursos hdricos e da crise sanitria global de 2020.
Durante celebraes, como a conquista de ttulos de futebol, o monumento coberto com as cores da seleo ou do clube. Nas manifestaes pelos direitos dos povos indgenas, costuma-se enfaix-lo de preto como um smbolo aos atos de violncia que ocorrem nas reas indgenas. Durante as chamadas manifestaes em defesa da ptria ou contra a corrupo, as cores verde e amarelo destacam-se no monumento que triunfa sobre os demais da cidade. A apropriao pblica do monumento ao garimpeiro pelos diversos grupos sociais, d motivos para significados e ressignificados. Projetado por Walter Melo e Francisco Luz Moraes no incio da dcada de 1970, o monumento foi construdo para homenagear homens trabalhadores que contriburam com o dito desenvolvimento do estado. Ao mesmo tempo, vem representando as disputas de poder, a luta pela terra e a cobia das riquezas minerais na Amaznia. O garimpo desde sua gnese tem provocado constantes violncias contra os povos autctones e crimes ambientais. Para o filsofo Walter Benjamim (1940), no existe um monumento que tambm no seja um monumento de barbrie. Com isso, erguer uma obra pode sinalizar a humilhao e o esquecimento de outros, como uma hierarquizao, conforme alerta Reinhard Rrup (2004). O monumento ao garimpeiro sinaliza uma busca, que no recente, por reinterpretaes de memrias e das histrias dos povos. Neste debate, o texto considera trs dimenses analticas apresentadas por Corra (2013) em sua anlise geogrfica e histrica dos monumentos, que so o simbolismo, a visibilidade e ibilidade.
Palavras-chaves: Monumento; garimpo; Roraima; memria; representaes.
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Rafael Gaia Ribeiro (UFU - Universidade Federal de Uberlndia)
A Cena Mangue e os dilogos com o Hibridismo e a Globalizao
Resumo:Este trabalho tem como objetivo compreender o movi...
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Resumo:Este trabalho tem como objetivo compreender o movimento multicultural Mangue que se iniciou nos anos 90 em Recife-Pe, compreendendo quais foram os principais nomes por de trs da criao e propagao da cena, alm de desvendar os dilogos gerados com o hibridismo e a globalizao. Nossa proposta aprofundar o conhecimento sobre esses termos, apresentando como foram aplicadas em produes de artistas do movimento, especificamente Chico Science e Nao Zumbi e Mundo Livre S/A.
Como ponto de partida exploraremos o contexto scio cultural de Recife no incio da dcada de 1990, para entender o ambiente em que o Manguebeat surgi e as necessidades de movimentar a cultura local e entender um pouco melhor o propsito da cena. Para isso, foi preciso aprofundar sobre os principais responsveis pela criao dessa movimentao Francisco de Assis Frana (1966-1997), vulgo Chico Science lder da banda Chico Science e Nao Zumbi e Fred Rodrigues Montenegro (1965), popularmente conhecido como Fred 04 lder do grupo Mundo Livre S/A. Para isso averiguaremos lbuns musicais, vdeos, documentrios, reportagens, revistas, livros, pesquisas acadmicas entre outros. A partir dai construir uma relao entre a cultura mangue e as influncias do processo de hibridizao e globalizao.
O hibridismo parte de um acontecimento histrico e social onde as diferentes culturas humanas se cruzam e se interacionam, na msica mangue no foi diferente pelo fato da cultura pernambucana ser riqussima assim como os gneros surgidos no sculo XX. Sendo assim, iremos desdobrar um pouco sobre a hibridizao presente nos lbuns Da Lama ao Caos da banda Chico Science e Nao Zumbi e do Samba Esquema Noise do grupo Mundo Livre S/A.
A globalizao por sua vez aparece no nosso trabalho como resultado de um processo de avanos dos meios capitalistas, culturais e tecnolgicos, adequando em situaes distintas da vida. O manguebeat surge como resultado desse sistema, apresentando novas culturas e realizando trocas, sem contar as possibilidades de difundir algo novo.
Destacamos assim, a importncia de pesquisar o manguebeat, bucando identificar os diferentes dilogos proporcionado por ele, sendo uma fonte de investigao histrica riqussima para compreender um pouco acerca da cultura pernambucana, salientando o protagonismo de alguns indivduos no processo de criao e propagao da cena.
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Joo Vitor Sausen (Universidade Federal de Santa Maria (UFSM))
Os nacionais estrangeiros: as polticas estatais de nacionalizao cultural de Porto Novo (SC) em uma era de conflitos (1938-1943)
Resumo:A partir da dcada de 1910 tiveram incio uma sri...
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Resumo:A partir da dcada de 1910 tiveram incio uma srie de esforos colonizatrios no oeste de Santa Catarina. Neste processo, surgiu a colnia Porto Novo, a qual foi fundada em 1926 pela Volksverein fr die deutschen katholiken in der Rio Grande do Sul , e era direcionada para alemes e seus descendentes que fossem de f catlica. Todavia, desde o princpio este modelo no fez com que aquela fosse uma colnia homognea, seja pelos grupos caboclos que habitavam a regio antes do esforo colonizatrio ou por contradies ao projeto. No entanto, a condio de relacionados a estrangeiros de seus habitantes fez com que a localidade fosse alvo de polticas de nacionalizao, especialmente a partir de 1938, quando o Estado Novo brasileiro estatizou todas as instituies de ensino local. Este episdio demarcou o incio de um perodo em que esto contidas uma srie de polticas estatais direcionadas a incluso dos habitantes local em uma identidade nacional a partir do Estado-Nao (nacionalizao). Uma amplificao a tais polticas, j como medidas de segurana nacional, teve espao com o ingresso brasileiro na Segunda Guerra Mundial, onde vrios de seus habitantes aram a ser observados como presenas inimigas no territrio. Neste processo, foram introduzidas especialmente polticas como o incentivo ao patriotismo, proibio das lnguas estrangeiras relacionadas aos pases do Eixo (Alemanha, Hungria, Japo, Itlia, Romnia e outros parceiros menores), assim como migraes foradas. As ltimas duas categorias parecem ser as faces mais extremas do processo. Com base nestes apontamentos, faremos, no presente trabalho, bem como a partir de uma anlise qualitativa dos Decretos e Decretos-Lei emitidos pelo Estado Novo entre 1938 e 1943, assim como do Livro Tombo da Parquia de Itapiranga e dos livros Esprito Pioneiro e Uma imigrante teuto-romena, uma apresentao das principais medidas de nacionalizao conduzidas pelo Estado Novo e seus agentes em Porto Novo entre 1938 e 1943. A opo por este recorte temporal por incluir em seu comeo a estatizao das instituies de ensino locais (1938), e terminar com a migrao forada de todos os alemes e romenos que viviam em Porto Novo, j em fevereiro de 1943. Por fim, necessrio indicar que esta pesquisa est relacionada ao Trabalho de Concluso de Graduao de Licenciatura em Histria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) intitulado A nacionalizao dos nacionais: as medidas estatais de nacionalizao de Porto Novo (SC) durante o Estado Novo brasileiro (1937-1945), e apresentado por Joo Vitor Sausen, sob a orientao da Prof. Dr. Maria Medianeira Padoin.
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Yara Mara de Queiroz Alves da Graa Lima (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)
O concreto na terra do barro: conceitos para a construo de uma historiografia da arquitetura moderna no Agreste pernambucano.
Resumo:A histria da arquitetura, como campo disciplinar ...
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Resumo:A histria da arquitetura, como campo disciplinar moderno, ganhou fora no final do sculo XIX, com publicaes ligadas universidades de lngua alem e, posteriormente, de outras partes da Europa Ocidental. Como nicho de estudo independente, delinearam-se diretrizes e mtodos do fazer historiogrfico que, por vezes, limitaram a anlise das produes sob atributos de valorao eurocntricos. Nas ltimas duas dcadas do sculo XX, intensificou-se o debate acerca da percepo do regionalismo, e na arquitetura iniciou-se um perodo de reviso da produo moderna. Para historiadores e crticos da arquitetura, o conceito possua um consenso anti centrista- apoiando-se na ideia de centro/periferia difundida na poca que buscava independncia em relao aos modelos europeus. Afirmavam ser necessrio apreender a condio do lugar, sem provocar um localismo estreito ou estagnao dos signos histricos, de forma a permitir a construo de um universo cultural com fundamentos prprios. No Brasil, quase 80 anos aps o incio da discusso e documentao da historiografia arquitetnica moderna nacional, pouco encontrado a respeito das produes fora do eixo central Rio de Janeiro - So Paulo. No Nordeste, as publicaes encontradas referem-se majoritariamente a arquitetura empreendida nas capitais dos estados, e estas vista com a alcunha de regional. Em Pernambuco, escassa a documentao da arquitetura moderna alm dos limites da rea metropolitana, apesar da produo arquitetnica significativa encontrada nas regies interioranas do estado. O estudo, ento, visa delinear a discusso acerca da histria crtica da arquitetura na Amrica-latina, introduzindo a perspectiva decolonial, numa anlise da arquitetura moderna empreendida fora dos grandes centros brasileiros, tendo como estudo de caso o conjunto arquitetnico moderno da cidade de Caruaru, localizada a 130km de Recife, na Mesorregio do Agreste pernambucano. A partir de um exame bibliogrfico de escritos tericos sobre as cidades latino-americanas e a construo da ideia de modernizao urbana no cone-sul, visa-se delinear os conceitos que vm a guiar a legitimao da arquitetura moderna num contexto local, com suas prprias construes histricas e tericas.
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Igor Bonifacio da Silva (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco)
Artes Visuais e o Ensino Deslocado: reflexes acerca das visualidades xilogrficas no fazer pedaggico
Resumo:Torna-se, cada vez mais evidente, a necessidade do...
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Resumo:Torna-se, cada vez mais evidente, a necessidade do docente das artes visuais de romper com os paradigmas eurocntricos que influenciam to diretamente o seu fazer pedaggico. Sendo assim, necessrio que outras referncias tericas, metodolgicas e imagticas sejam consideradas em seu planejamento. Por isso, este trabalho teve como objetivo discutir a utilizao das visualidades xilogrficas para a construo de um ensino deslocado. Mediante uma pesquisa bibliogrfica com o estudo de textos produzidos por autores como Quijano (1992), Walsh (2009), Moura (2016), Gabriel (2012), Silva (2016) etc., pudemos constatar que, a xilogravura, alm de permitir subsdios para a elaborao de um ensino decolonial, j que evidencia aspectos de determinado grupo social, no caso, o povo interiorano e suas produes, a arte popular, que sofrem excluses devido ao eurocentrismo; tambm possibilita aproximao dos discentes a cultura daquela regio muitas vezes desvalorizada pelos indivduos, bem como o trabalho com a interdisciplinaridade com outras disciplinas, como a histria e os gneros textuais. Alm de contribuir para a educao visual dos discentes, o trabalho com a xilogravura, quando relacionado ao cotidiano vivenciado pelos discentes, auxilia no contato intercultural com novas possibilidades de produo e existncia esttica.
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Diana Patrcia Medina Pereira (Universidade de Braslia), Waleff Dias Caridade (UNB - Universidade de Braslia)
Jogo de bzios
Resumo:Este artigo traz algumas reflexes sobre a ao ar...
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Resumo:Este artigo traz algumas reflexes sobre a ao artstica Jogo de bzios realizada no Rio de Janeiro em 2019. Na inteno de alimentar o permetro urbano com smbolos religiosos, esta interveno urbana distribuiu gratuitamente adesivos (stickers) com diferentes tipos de bzios. Embasamos nossas reflexes nos pensamentos de Mircea Eliade (1991), Canclini (2003) e Boudrillard (1973) para preencher a cidade com referncias afrorreligiosas presentes na figura do bzio, compreendido
como portal de comunicao com os guias espirituais e implantar no cotidiano da cidade elementos de memria e religiosidade. Assim, multiplicando as referncias visuais urbanas e trazendo para a cidade elementos do sincretismo religioso brasileiro.
Na inteno de alimentar espaos no permetro urbano com smbolos afrorreligiosos, a interveno urbana Jogo de bzios distribuiu adesivos (stickers) gratuitamente na cidade do Rio de Janeiro , propondo preencher a cidade com bzios, uma das referncias afrorreligiosas, que so entendidos como portal de comunicao com os guias.
Jogo de bzios uma interveno urbana que consiste na distribuio de patus, sobre uma bandeja de prata, contendo dentro seis tipos diferentes de adesivos de bzios desenhados em preto e branco. A inteno espalhar estes elementos na cidade do Rio de Janeiro e em outras localidades. Abrimos reflexes para a questo da memria e nos sentimos instigados em ativar memrias religiosas na cidade, favorecendo as religies afrodescendentes que sempre sofreram e ainda sofrem perseguies desrespeitosas.
Tivemos nossa primeira ao realizada no momento deste encontro, mas a proposta de continu-la em diferentes locais. A distribuio gratuita e quanto mais pessoas espalharem este smbolo nas cidades, mais nos aproximaremos de nosso objetivo de preencher os espaos urbanos com o elemento simblico afrorreligioso, atuando, assim, no espao infrafino social neste minsculo espao de gestos cotidianos (BOURRIAUD, p. 20, 2006).
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Alina dos Santos Nunes (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina)
Narrativas feministas do vdeo na Amrica Latina: entre o vdeo popular e a videoarte no Brasil e na Argentina dos anos 1970 e 1980
Resumo:A chegada da cmera de vdeo na Amrica Latina oco...
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Resumo:A chegada da cmera de vdeo na Amrica Latina ocorreu em um contexto marcado pelas ditaduras militares que assolavam o territrio do Cone Sul. Muito da produo imagtica desse perodo trabalhava de maneira a resistir censura dos governos militares. Enquanto no norte global o vdeo foi difundido nos anos 1970 atravs de uma promessa de subverso das redes de televiso, nos anos 1980, nos pases da Amrica Latina, o vdeo esteve muito mais vinculado aos movimentos sociais de resistncia ditadura, inclusive ao feminismo. Este trabalho busca refletir sobre os usos polticos do vdeo na Amrica Latina em contraponto aos usos do vdeo no hemisfrio norte, notadamente no Brasil e na Argentina, salientando o feminismo como um dos principais grupos que tomou a produo de vdeo como arma, produzindo imagens que dialogavam com as temticas pensadas e debatidas pelas feministas do perodo. No Brasil, o movimento do vdeo popular forjava uma produo imagtica mais crua, herana do Novo Cine Latino-americano. Porm, a videoarte tambm era poltica, e artistas como Letcia Parente dialogavam com o feminismo em suas produes. Na Argentina, a videoarte toma fora no contexto poltico da redemocratizao, e artistas como Graciela Taquini traduzem temticas feministas em suas produes. interessante refletir que mesmo que, na Europa, o projeto do vdeo tenha sido pensado como uma maneira mais vel de produzir imagens do que o cinema de pelcula, isso no se aplica da mesma forma na Amrica Latina. O o produo de imagens continua precarizado, demarcado pela classe social e o lugar no globo que ocupado pelos artistas. Em outra frente, as permanncias da colonialidade atravessam o campo de estudos sobre os movimentos feministas. Por muito tempo, trabalhou-se unicamente com epistemologias sobre o feminismo criadas no norte global. Nesse sentido, esse trabalho busca contribuir para uma epistemologia que permita analisar a histria e as imagens dos movimentos feministas a partir do vis latino-americano, contribuindo s discusses sobre epistemologias feministas que levem em conta as imagens produzidas pelos feminismos do sul global. Para tanto, alm do uso da bibliografia sobre o tema, utilizo como fonte entrevistas realizadas com Jacira Melo, Graciela Taquini e Rita Moreira, trs feministas latino-americanas que iniciaram sua produo de vdeos nos anos 1970 e 1980. Entrelao essas fontes breve anlise de alguns dos vdeos produzidos por essas mulheres. O caminho terico-metodolgico deste trabalho delineado atravs da histria oral e da histria das mulheres, e, no que diz respeito anlise dos vdeos, atravs da perspectiva dos estudos sobre cultura visual e produo social da arte.
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Giovana Elo Mantovani Mulza (UEM - Universidade Estadual de Maring)
A msica como ferramenta de resistncias nas colnias espanholas e inglesas
Resumo:As formas de resistncia dominao europeia assu...
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Resumo:As formas de resistncia dominao europeia assumiram formas variadas nas Amricas espanhola e inglesa. Apesar das distines estruturais nos sistemas coloniais implantados no vasto continente americano especialmente devido s distintas realidades existentes na Espanha e na Inglaterra a partir dos sculos XV e XVI , a escravido foi uma importante forma de mo de obra na produo e extrao de bens e gneros naturais. Seja atravs dos povos nativos secularmente presentes naqueles territrios ou atravs de comunidades trazidas do continente africano, o no-europeu era concebido como criatura inferior e, portanto, apta aos trabalhos ditos como vulgares. No decorrer do perodo que comps a escravido nas Amricas tradicionalmente entre o quinhentos e o oitocentos , povos indgenas e comunidades africanas encontraram formas de resistncia que se manifestaram frequentemente de forma implcita, assumindo a forma de uma resistncia camuflada. Nesse trabalho, buscaremos compreender o papel da msica como uma ferramenta de resistncia nas Amricas, empregando os conceitos de infrapoltica e de ttica de Michel de Certeau (1998). Entre os indgenas submetidos compulsoriamente ao sistema representativo espanhol, as canes permaneciam ditadas em dialetos nativos e eram compostas por elementos da cultura local. As msicas, portanto, acabavam por desempenhar a funo de preservao, constituindo em uma forma de resistncia diante das tentativas de imposio de modelos religiosos e comportamentais pelos europeus. No que se refere aos africanos, deslocados do continente-me e trazidos com destaque s Amricas inglesas, os spirituals estiveram presentes nas lavouras, sendo cantados na lngua inglesa e repleta de heranas do cristianismo europeu. Desde j, podemos destacar que as canes dos povos indgenas subordinados Coroa espanhola e as msicas dos negros submetidos ao regime escravocrata ingls consistiram em formas importantes de resistncia frente dominao europeia.
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ST 20 - Sesso 2 - Sala 20 - Dia 17/09/2020 das 14:00 s 18:00 1g2u1h
Local: Sala 20
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Eva Cristina Franco Rosa dos Santos (universidad del museo social argentino)
Novas Exploraes do Trabalho no Ambiente Ps Virtual: O Direito Laboral e a Histria do Tempo Presente entre a precarizao e a desumanizao da sociedade
Resumo:Desde que adentramos um momento em que as virtuali...
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Resumo:Desde que adentramos um momento em que as virtualidades de uma sociedade cada vez mais afeita aos mundos da internet, e que essas mesmas virtualidades se convertem em ps virtualidades, ou seja, quando um discurso crtico nova realidade vem tona, um discurso que, curiosamente, usa do meio que critica para se estabelecer, paulatinamente, uma nova conformao do social surge, relaes expostas nas mdias e redes sociais, a ausncia de distanciamento virtual entre as pessoas, o privado vindo pblico e criando aquilo que Byung-Chul Han chama de sociedade do desrespeito, isso tudo tem reflexos importantes e perigosos para os mundos do trabalho, pois acirra a lgica da superexplorao do trabalhador a partir do uso intenso de um trabalho morto, que ocorre em razo da prpria nova estruturao da sociedade no meio virtual, como bem apontou Ricardo Antunes, em detrimento do trabalho vivo, da remunerao justa e outros direitos fundamentais do trabalhador. A sociedade e os Estados ocidentais democrticos, apesar de portarem discursos de abertura, promovem, por debaixo dos panos, uma lgica de vida nua e superexplorao do ser humano, fomentando ambientes e lgicas prximas Exceo, como afirma Agamben, e que nesse momento de covid-19 esto assumindo uma feio mais clara. Nesse sentido, importa para esse artigo buscar numa mirada da coetaneidade de uma Histria do Tempo Presente, que um tempo compartilhado epistemologicamente entre o estudo e o estudioso, o caminho de uma sociedade do ps-virtual no mundo do trabalho, e observar se possvel ver na mesma - e em qual medida - a continuidade de uma lgica da mquina e da desumanizao da sociedade. A metodologia aqui utilizada a da pesquisa qualitativa com estudo comparado de referencial terico, legal e bibliogrfico, e ainda entrevistas com fontes como entregadores de aplicativos do mundo virtual, uso de dados de fruns de Direito sobre o tema dos Direitos Fundamentais e Laborais, mesclada com pesquisa quantitativa com estudos de estatsticas de rgos pblicos acerca do trabalho virtual.
Palavras-chave: trabalho virtual, superexplorao do trabalho virtual, direito do trabalho digital, mundos do trabalho, vida nua
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Ana Luiza Rios Martins (UECE - Universidade Estadual do Cear)
MPB e Cultura Popular: Um balano historiogrfico
Resumo:Objetiva-se em linhas gerais analisar a incorpora...
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Resumo:Objetiva-se em linhas gerais analisar a incorporao da categoria de cultura popular na MPB luz da produo do conhecimento histrico. O uso indiscriminado dessa categoria estimula a sua investigao como objeto. O maior desafio dessa pesquisa demanda do esforo de compresso da relao entre a MPB e a cultura popular nos meios de comunicao de massa. Essa discusso terica ganha contornos mais especficos nos anos 40, no Rio de Janeiro, com a criao da sigla MPB Msica Popular Brasileira.
Os sujeitos responsveis pela disseminao dessa sigla, radialistas, jornalistas e empresrios da indstria de discos do pas, tinham uma ideia em comum sobre a cultura popular, alertando para o perigo da disseminao e incorporao demasiada da msica estrangeira. Em uma pesquisa realizada nos ensaios produzidos pela chamada primeira gerao de historiadores da msica popular brasileira, observou-se a tentativa de criao de uma imagem hegemnica ao samba como emblema da nacionalidade.
Se anteriormente a originalidade da msica brasileira era definida a partir das apropriaes do folclore, com o deslocamento ideolgico para a msica popular urbana, autores que tinham grande influncia no rdio como Edigar de Alencar, Jota Efeg, Lcio Rangel, Vagalume, Orestes Barbosa, Mariza Lira e Almirante, aram a escrever sobre o valor do samba para a nossa msica. Diante disso, fica o questionamento: O que seria msica popular? O termo popular derivado de povo. E o que seria um povo? Se no h consenso em torno do termo povo, o que dizer do conceito de cultura?
Por meio de um balano historiogrfico dialogaremos com autores que aram a tratar a cultura popular no como um conceito, mas como uma problemtica, a saber, Genevive Bollme, Michel de Certeau, Roger Chartier, Edward Thompson, Carlo Ginzburg, Nstor Garca Canclini, Jess Martn-Barbero, Homi K. Bhabha e Stuart Hall. A partir desse dilogo, buscamos compreender a msica como fonte importante para desvendar as reelaboraes culturais que se traduzem em ritmos, danas e composies em uma arena de clivagens, disputas, conflitos e fraturas entre interesses antagnicos.
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Angelina Raquel Pina Silva (UFF)
Revista "Cultura e Alimentao": entre a propaganda governamental e a difuso de cultura
Resumo: Estudar sobre a alimentao atravs do tempo no ...
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Resumo: Estudar sobre a alimentao atravs do tempo no se resume somente uma anlise do que se come e como se come, necessrio entender como a cozinha e as prticas alimentares se encaixam como peas na engrenagem da sociedade. Porm, alm de poder ser um item de sociabilidade, de identidade coletiva, de nutrio, a alimentao tambm uma questo poltica que sucita diferentes abordagens e investimentos de acordo com cada governo e em diferentes pocas.
Neste sentido, pretende-se analisar a revista Cultura e Alimentao, peridico de vida curta, que circulou entre 1951 e 1952, porm com uma riqueza de matrias que nos permite entender as polticas dos governos Dutra e Vargas e tambm o esforo de construo de uma identidade nacional.
A revista se insete em um projeto maior, o Servio de Alimentao da Previdncia Social (SAPS) , rgo que abrigava um Diviso de Propaganda, setor produtor da revista.
Criado em 1940 pelo Governo de Getlio Vargas, o Servio de Alimentao da Previdncia Social, oferecia vrios tipos de servio aos trabalhadores brasileiros, desde entretimento, ando pela educao (com sua biblioteca e cursos de Nutrio e de formao de visitadoras da alimentao) at o seu carro-chefe, os restaurantes populares. Subordinado ao Ministrio do Trabalho, Indstria e Comrcio, o SAPS existiu durante quase trs dcadas, sendo extinto pelo ditador Castello Branco.
Esta revista se difere dos outros perodicos de propaganda do governo no s pelo seu contedo, como tambm pelo seu projeto grfico. Ela contou com a participao de diversos intelectuais e artistas plsticos da poca, como por exemplo, Fayga Ostrowet, Di Cavalcanti, Roger Bastide, Ceclia Meireles, Jos Lins do Rgo e Raquel de Queiroz.
A reflexo que me proponho a fazer neste trabalho sobre como podemos descrever a revista: ela meramente mais uma publicao do DIP com o objetivo de divulgar os feitos governamentais ou vai alm, podendo ser enquadrada como uma revista ilustrada de divulgao cultural com forte caractersticas modernistas?
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Tadeu dos Santos (UEM - Universidade Estadual de Maring)
Pandemia de coronavrus no contexto intertnicos: entre permanncia e ruptura ao nossos sistemas, valores e humanidade.
Resumo:Este estudo busca analisar o contexto sobre a doen...
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Resumo:Este estudo busca analisar o contexto sobre a doena covid-19 , no aspecto das articulaes tericas nas dimenses entre histria e a arte nas relaes entre a oralidade e a imagem. por meio de base do referenciais tericos relacionados s teorias da etnicidade, ao interculturalismo com base interpretao hermtica sobre os sistemas de signos em espaos de singularidade em suas prticas coletivas e duas vertentes: a que traz intencionalidade eurocentrista, e tambm nos esteretipos que configuram na reproduo dos artstica segundo Johann Motriz Rugendas, Jean Baptiste Debret e Joaquim Jos de Miranda o brasil colonial. E das vozes silenciadas na compresso dos indgenas sobre seus mitos de origens dos relatos histricos na iconografia do Invisvel e memria com as narrativas imagticas da arte xma, dos grupos tnicos especficos. Os J do Norte, por meio Davi Kapenawa, povo Yanomami e na sensibilidade, Feliciano Pimentel Lana, do povo Desena do Alto Rio Negro, ambos do Alto Amazonas e nessa relao tnica dialgica com J do Sul tendo em vista o olhar sensvel da artista, Vngri Kaingang buscando aproximao na pesquisa sobre os remdios segundo, Carlos Almir Gojje Gitotos, ambos povo Kaingang do estado do Paran. A pesquisa resultado da Sabendo que cultura no se reduz a lngua, mas paisagem que nela composta de linguagem que permite maior alcance nas aproximaes por meio da arte e histria. Neste aspecto desta pandemia preocupante sua escalada no centro urbano e tambm, ela abarca as zonas rurais. Diante do aspecto histrico e social na perspectiva estticas sobre as epidemias nas terras indgenas. Ser que as populaes tiveram o s informaes, em especficos as comunidades indgenas, sabemos das suas dificuldades ao o a sade e tambm diante da vulnerabilidade como grupos riscos e pelo fato de possurem dinmica cotidiana diferenciada, e em sua maioria so coletivas. urgente, refletir sobre questes da chegada da pandmica nas terras indgenas que vem abreviando a vida esse que dilemas tnicos histrico um momento que se busca solues emergenciais por uma sade coletiva com mais humanismo.
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Fbio Donato Ferreira (PUCRS - Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul)
S pode ser o tal de Marx O inimigo eclesistico da ditadura civil-militar brasileira, atravs de charges polticas da Folha de S.Paulo (1979-1981).
Resumo:O presente trabalho busca analisar charges poltic...
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Resumo:O presente trabalho busca analisar charges polticas produzidas pelo cartunista Angeli e publicadas no jornal Folha de S.Paulo nos anos de 1979 a 1981, nos quais o tema a censura ou perseguio a padres catlicos nos anos finais da ditadura civil-militar. Na primeira parte, analiso o conceito de autoritarismo, como ele se aplicava no cenrio brasileiro e como eram as relaes que a Igreja catlica tinha com esse poder at ento. Para isto, utilizo os conceitos de autoritarismo que Mario Stoppino nos apresenta no dicionrio de poltica de Noberto Bobbio (1986). Tambm utilizo de Bolivar Lamounier (1974) para entender o jogo de poder que os peridicos tinham com a ditadura. No segundo momento, analiso as charges publicadas na poca e a relao que elas tm com o cenrio poltico no perodo.
Para o estudo da Ditadura Civil-Militar, utilizo o conceito de Autoritarismo, pois o termo que mais se aproxima do contexto em que o pas estava no momento. Para Lamounier, necessrio superar a interpretao de que a ditadura brasileira pode ser comparada com o fascismo europeu, ou at mesmo o totalitarismo, pois temos outros contextos. O Golpe de 64 foi um recurso autoritrio puro e simples, como modo de resolver o conflito e manter o controle dos recursos pblicos nas mos das elites. Diversos setores da sociedade, mesmo que postos margem do poder, ainda mantinham sua importncia, nesse exemplo temos a Igreja Catlica que no deixou de ter sua relevncia mesmo no fazendo parte do centro poltico ou de sua hierarquia na sociedade.
O jornal Folha de S.Paulo apoiou a "revoluo" em 1964, por sua repulsa aos rumos que o governo Goulart havia tomado. Como outros setores liberais e conservadores da sociedade, a grande imprensa preferiu os riscos da interveno militar as ameaas de um governo mais a esquerda. Diversos outros perdios de grande circulao apoiaram o golpe, e continuaram seu apoio at ao menos a chegada do AI-5 (MOTTA, 2013). O perodo abrangente nesse artigo j est sem as tutelas dos Atos Institucionais, mas ainda assim a censura continuava no governo de Joo Baptista Figueiredo atravs da LSN . Claro que mesmo assim a relao que a Folha de S.Paulo e outro peridicos tiveram com a Ditadura Civil-Militar devem ser relativizadas e analisadas caso a caso.
Da mesma forma no podemos ver a Igreja Catlica no pode ser vista de uma forma homognea e consensual no apoio que deu ao Golpe de 64, alguns setores do corpo eclesistico no viam com bons olhos essa interveno. Quando o golpe ocorre, as vozes principais da Igreja apoiam a interveno militar, pois acreditavam que o ento presidente deposto Joo Goulart, fosse uma ameaa com suas propostas reformistas.
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Caio Vinicius Zvola Orru (FIRA - Faculdades Integradas Regionais de Avar)
As Origens Sociais do Choro: Da segunda metade do sculo XIX ao incio do sculo XX (1870-1920)
Resumo:Utilizando o mtodo do materialismo cultural de Ra...
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Resumo:Utilizando o mtodo do materialismo cultural de Raymond Williams, este trabalho tem por objetivo buscar as origens do Choro, considerando-o como uma miscelnea de gneros musicais que acabaram por formar um s gnero no comeo do sculo XX. Analisaremos as contradies nos campos polticos, sociais e econmicas no Brasil do sculo XIX at o incio do XX, que determinaram os rumos da cultura brasileira, visando-se contribuir para o debate acerca da formao do Choro, situando nosso recorte entre o perodo de 1870 at a os anos de 1920, basilar para o desenvolvimento do gnero. O seu surgimento junto classe mdia baixa no Rio de Janeiro, representados pelos primeiros operrios das fbricas e os pequenos comerciantes, foram decisivos na formao social do gnero musical, visto que seu processo caminha ao lado da formao do Brasil como Repblica. Como edificador do gnero musical, Pixinguinha foi o primeiro a mesclar percusso junto as orquestras eruditas. O choro distante do grande pblico, isso se explica pelos fatores eruditos na sua composio, no fcil de escutar, distncia essa que Pixinguinha tentou liquidar, a final, o choro popular. Assim, poderemos compreender o choro como a primeira msica urbana brasileira, reflexo da presso das bases econmicas sobre a superestrutura; sua formao perpendicular aos avanos das foras produtivas no Brasil; sua gnese nas classes populares; e a estilizao do gnero musical posteriormente, fato que o torna de difcil o para as massas e o aparta de sua formao inicial. A cultura sempre de uma determinada sociedade, a produo cultural uma fbrica de subjetividade, atravs da produo cultural que aprendemos valores, que crescemos e nos tornamos sujeitos. Entendemos ento, que a produo cultural a materializao dos valores de uma sociedade, a cultura um processo produtivo, uma forma, no se pode entender um processo artstico e cultural, sem entender tambm sua formao. Aplicar os conceitos, compreendendo sua relao com o geral e com o particular, serve-nos para empenharmos uma leitura dialtica do objeto escolhido; assim, optamos por contextualizar historicamente o desenvolvimento do choro, suas caractersticas mais gerais, bem como sua formao e evoluo.
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Srgio Ricardo Morais de Arajo Frana (Universidade Catlica de Pernambuco)
Memrias do Cangao: As Proezas do Bandoleiro Jos Patriota no Serto do Paje de Pernambuco (1920-1927)
Resumo:O presente artigo integra parte de pesquisa de pro...
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Resumo:O presente artigo integra parte de pesquisa de projeto final de Mestrado, por meio da qual se analisa os espaos de memria do cangao, fenmeno de banditismo ocorrido entre as ltimas dcadas do sculo XIX at meados do sculo XX, principalmente na regio Nordeste do Brasil. Tais espaos ganharam, no tero final do Sculo XX, uma nova perspectiva, diante do fortalecimento da cultura da memria, em nome da trade memria, identidade e patrimnio. Nesse perodo de redemocratizao do Brasil, ocorreu um movimento nordestino de ressignificao da memria do cangao incentivado particularmente por um desejo de tradio, dever de memria e consumo cultural buscando questionar dessa memria estigmas, descasos, censuras, excluses e silncios considerados historicamente impostos, redefinindo seu lugar na temporalidade nacional, nordestina e local (RAMOS FILHO, 2018, p. 244). Dentre os vrios debates ainda em aberto sobre o cangao como construo sociocultural, enseja a perspectiva do lembrar ou esquecer. Nessa tica, analisa-se vestgios de memria da curta trajetria de um dos representantes do cangao epidmico que viveu e atuou na microrregio do Serto do Alto Paje de Pernambuco, entrecortada pela Serra do Teixeira e banhada pelo importante rio Paje, regio conhecida como territrio da poesia e da cantoria popular, cuja relevncia cultural deste segmento parece contrastar com as memrias dolorosas do cangao, buscando-se assim um ponto de interseco entre as memrias da poesia e do cangao. O bando liderado pelo cangaceiro Jos Patriota, da cidade de So Jos do Egito, atuou principalmente nas regies limtrofes entre o Alto Paje de Pernambuco e o Cariri Paraibano, alcanando at o Estado do Rio Grande do Norte. A pesquisa envereda pelas fontes bibliogrficas e a historiografia entrecruzando-se com documentos oficiais constantes dos arquivos pblicos, os peridicos, alm de artigos cientficos, teses e dissertaes produzidas sobre a temtica do cangao.
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Anelisa Mota Gregoleti (UEM - Universidade Estadual de Maring)
A trajetria da cultura popular dentro do contexto histrico na Idade Mdia e Renascimento
Resumo:A trajetria da Cultura dentro do contexto histri...
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Resumo:A trajetria da Cultura dentro do contexto histrico abrange uma narrativa distinta e conflituosa dentro de vrios aspectos e conceitos. Neste informe me propus a analisar a discusso da cultura popular na Idade Mdia e no Renascimento, abordando quatro autores sobre o assunto. Para ttulo de definio do que uma cultura popular, analiso Mikhail Bakhtin(1993) em sua obra A cultura popular na Idade Mdia e no Renascimento. Para entendimento da trajetria de cultura ao longo da histria, analiso Roger Chartier(1993) em sua obra Cultura Popular. Para exemplificar a cultura analisada, disserto sobre Rabelais(1996) em sua obra Gargntua; e para entendimento de quem foi Gargntua e sua trajetria, cito Eugio Amado(1991) em sua obra Gargntua e Pantagruel.
O perodo analisado nessas obras diz mais do que uma ruptura total com o ado medieval, pode ser considerado o auge da Idade Mdia. Para o historiador Thomas Woods(2008) outras caractersticas tambm contriburam para compor uma identidade prpria ao Renascimento. A concepo antropocntrica do mundo, o humanismo, a Revoluo Cientfica, as grandes navegaes, a descoberta do novo mundo (o continente americano) e das civilizaes e culturas que nele se desenvolveram; a teoria heliocntrica de Nicolau Coprnico, a inveno da imprensa e a Reforma Protestante.
Acerca da questo cultural que estava ocorrendo na Europa, Bakhtin(1993), tem um discusso voltada para as mudanas de pensamento, e para isso faz uso da obra de Rabelais(1996). Chartier(1993) escreve sobre o contexto do Antigo Regime na Frana sobre as diferentes culturas. Chama a ateno para o fato de que no havia uma definio clara do que seria cultura popular, um conjunto misto de elementos, o que havia era uma colocao por parte do clero do que era e do que no era legitimo [...] devemos pensas no usos culturalmente dos materiais comuns que so diferenciados.(CHARTIER, 1993, p.206)
A inteno de Bakhtin(1993) com Rabelais(1996) era porque sua obra representa um momento em que ainda no se operara, entre a cultura oficial dominante e a cultura popular, a ciso que vai se tornar cada vez maior e se completar no sculo XVIII. Rabelais viveu num momento de viragem cultural e foi capaz de perceb-lo e represent-lo. A polmica que agita as suas personagens adquire assim os diversos tons dos grandes conflitos da poca, inclusive o religioso(RABELAIS,1996, p.15)."
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Ramon Ribeiro Pereira (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco), Amilcar Almeida Bezerra (Universidade Federal de Pernambuco)
Modernidade, modernismo e musicar local na Cataguases dos anos 1920
Resumo:Este trabalho corresponde a um recorte de uma pesq...
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Resumo:Este trabalho corresponde a um recorte de uma pesquisa de dissertao em curso de realizao. O objetivo principal apresentar um estudo sobre o musicar local na cidade de Cataguases (MG) na dcada de 1920.
Entende-se por musicar local um conjunto de prticas musicais compreendidas de forma integrada s demais prticas sociais locais e tambm como instncia produtora e legitimadora de representaes sobre a comunidade e o lugar (VILLELA, et. al., 2019).
Cataguases uma cidade da zona da mata de Minas Gerais que, na dcada de 20 do sculo ado, se destacou no cenrio artstico e intelectual devido produo cinematogrfica da Phebo Sul Amrica Film e edio da Revista Verde (1927-1929), peridico que alcanou repercusso nacional ao publicar trabalhos de expoentes do modernismo (RUFFATO, 2002). Na poca, o municpio contava com cerca de cinco mil habitantes.
Os dados sobre o musicar local esto sendo levantados atravs de exemplares digitalizados do jornal Cataguazes, folha semanal fundada em 1906 por Arthur Vieria de Rezende e Heitor de Souza como rgo oficial do poder pblico municipal e com a ambiciosa inteno de, a partir da contribuio de expoentes da intelectualidade mineira, ser o centro da vida cultural do estado, como afirma Luiz Ruffato (2012). O corpus pesquisado vai de janeiro de 1920 a dezembro de 1930.
Embora haja uma significativa bibliografia sobre o modernismo e o cinema em Cataguases nesta poca, no h pesquisas especficas sobre o papel desempenhado pelas prticas musicais no meio artstico e no cotidiano da cidade. Tal constatao ainda mais intrigante quando percebemos que alguns dos principais expoentes da vida artstica e intelectual da cidade naquela poca tinham uma relao muito prxima com as prticas musicais. O trabalho ainda vem nos permitindo refletir sobre as interfaces entre msica, cinema e literatura e a fluidez no trnsito de diversos artistas por estas diferentes prticas na poca em questo, bem como as implicaes do aparecimento de novidades tecnolgicas como o cinema, o fonograma e o automvel na reconfigurao das prticas musicais e de certos hbitos cotidianos nos anos 1920.
A pesquisa prope uma discusso sobre modernidade e modernismo na Amrica Latina a partir de autores como Renato Ortiz (2001) e Nestor Gacia Canclini (2008), alm de uma reflexo scio-antropolgica sobre o musicar local (VILLELA, et. al., 2019) articulada dinmica cultural, poltica e econmica da Cataguases dos anos 1920, com auxlio de autores como Williams (1999) e Bourdieu (1996)
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