Resumo: O presente simpsio objetiva reunir propostas no campo da Histria da Cultura Visual. Sero aceitos trabalhos dedicados aos estudos com e sobre imagens em diferentes es( fotografias, pinturas, caricaturas, gravuras, mapas, ilustraes, cartoons, propaganda, cinema, vdeos captados por drones, celulares e afins) em suas mltiplas abordagens: a)imagem-objeto, ou estudos sobre a materialidade das fontes visuais(produo, circulao, consumo); b) imagem-poder , estudos sobre produo social de sentidos e dispositivos de poder( convenes e direcionamentos do olhar, sistemas de controle, (in)visibilidades sociais); c) imagem-cognio, estudos sobre modos de apreenso e compreenso do real gerados pela experincia visual ( usos e possibilidades da imagem no trabalho do historiador e como ferramenta pedaggica para o professor). Sob esse vis, partiremos de alguns questionamentos oriundos do campo da Cultura Visual (Visual Studies) adaptados s preocupaes do historiador: De que modo as diferentes apreenses dos tempos, na forma de regimes e historicidade (Hartog) foram representados por meio das imagens? De que modo os regimes de historicidade afetaram a experincia do observador? possvel delinearmos uma variedade de prticas do olhar a partir das significaes sociais atreladas noo de tempo (por exemplo, como imagens foram utilizadas para representar o ado ou projetar futuros)? Essas e outras questes tericas atreladas a pesquisas empricas com fontes visuais sero os fios condutores das discusses desse simpsio.
Bibliografia
CARDOSO, C. F.; MAUD, A. M. Histria e imagem: os exemplos da fotografia e do cinema. In: Domnios da histria. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
HALL, Stuart; WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferena: a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrpolis: Vozes, 2007.
HARTOG, Franois. Regimes de Historicidade: presentismo e experincias do tempo. Belo Horizonte: Autntica,2014.
KNAUSS, Paulo. O desafio de fazer histria com imagens: arte e cultura visual. ArtCultura, Uberlndia, v. 8, n. 12, p. 97-115, jan.-jun. 2006.
MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. Fontes visuais, cultura visual, histria visual: balano provisrio, propostas cautelares. Rev. Bras. Hist., So Paulo , v. 23, n. 45, p. 11-36, Julho, 2003.
SCHIAVINATTO, Iara Lins Franco; COSTA, Eduardo Augusto (Orgs.). Cultura visual e histria. So Paulo: Alameda,2016.
ST 17 - Sesso 1 - Sala 17 - Dia 16/09/2020 das 14:00 s 18:00 6b32q
Local: Sala 17
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Fabiana Bruce da Silva (Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE)
Dinmicas da pesquisa e do ensino em histria e imagem num contexto de narrativas em disputa
Resumo:Qual o lugar da visualidade quando a pesquisa e en...
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Resumo:Qual o lugar da visualidade quando a pesquisa e ensino de histria encontram-se em foco, num contexto de narrativas em disputa? Ao pautar o debate da pesquisa ensino de histria com a dimenso visual, inscrita social e culturalmente, o historiador se posiciona diante das imagens no mundo contemporneo. como se, na contemporaneidade, as imagens perturbassem a histria. Onde preciso considerar as experincias acumuladas, as narrativas usuais, os registros recolhidos, os sentidos sugeridos escrita, as significaes, as imprevisibilidades, as intersubjetividades. Dinmicas que ampliam a apreenso da histria e da cultura visual em relao com a histria pblica. Corroboramos, nesta comunicao, o entendimento que diz que a visualidade como um deslocamento de interesse do historiador da iconografia - incluindo-a ainda que seja para ilustrao do debate -, para uma dimenso ampliada que congrega a vida social e os processos culturais. Agindo na compreenso dos processos que operacionalizam a cultura visual, as experincias com imagens mostram transformaes e permanncias importantes visualizao do historiador. Quando olhamos para imagens exercemos nossa expresso e orientao em relao ao mundo. Esta comunicao tem o propsito de apresentar e discutir os estudos de imagens num contexto de narrativas em disputa, atravs da leitura de entrevistas, relacionadas textos selecionados, onde historiadores, cientistas sociais, artistas, fotgrafos e poetas, compartilham conosco suas experincias de pesquisa e ensino com imagens. Daremos especial ateno aos trabalhos com fotografia e seus usos, que despertam no historiador, especificamente, temporalidades diversas, tambm histricas. Fazemos referncias a experincias de uso de filmes em sala de aula e a trechos de obras incorporadas narrativa, onde formas de ver e rever o mundo aparecem. Palavras-chave: histria e imagem; antropologia do visual; cultura visual; histria pblica.
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Cristian de Paula Sales Moreira Junior (UFG - Universidade Federal de Gois)
Charge, editorial, metodologias e aplicaes na pesquisa em Histria
Resumo:At alguns anos atrs, as charges eram o ponta-p...
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Resumo:At alguns anos atrs, as charges eram o ponta-p inicial para comear o dia. Nos dias de hoje, por causa de uma intuitiva diminuio das s de jornais fsicos e adaptao dos veculos de informao em plataformas digitais sob a forma de web-sites ou blogs, bem como uma maior disseminao dos chamados memes na internet, esse hbito no mais comum, embora a produo de charges prevalea e ainda apresentem um rico material com uma forma at hoje inovadora de captao da realidade, principalmente poltica. Muitas pessoas, em um ado no muito distante (e talvez esse hbito permanea at hoje), antes mesmo de lerem as notcias veiculadas, pulavam para a pgina das charges e talvez nem voltassem. Me lembro de que, quando criana, mesmo sem entender os assuntos aos quais as charges se referiam, eu esperava meu pai terminar de ler o jornal, logo no caf da manh, para ver as charges. Talvez o intuito fosse mais observar os desenhos, os traos e uma ou outra ironia. Muito raramente eu reconhecia um ou outro agente poltico retratado nas charges, mas sempre reconhecia o Lula. Era divertido como ver, nos desenhos, ele com um aspecto baixinho, um nariz avantajado e a inconfundvel barba.
Esta fcil absoro dos contedos das charges uma caracterstica tpica da caricatura, uma forma de expresso artstica semelhante, mas muito diferente. A diferena consiste, fundamentalmente, no que se refere exatamente ao contedo. A caricatura, geralmente, a representao de um nico indivduo, geralmente traado de forma exagerada, com suas caractersticas fortes mais evidenciadas, tornando-o engraado, objeto de riso. Neste sentido, h caricaturas nas charges, mas no h charges nas caricaturas. Isto porque a charge se utiliza da caricatura para melhor representar seu real foco de pilhria, qual seja, uma situao poltica (LIEBEL, 2005). Nela, ao contrrio da caricatura, existe contexto e fala. Por isso, as charges exigem do seu leitor-observador uma relativa conscincia prvia de uma situao poltica, um contexto histrico ou mesmo dos personagens retratados.
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Gustavo Henrique Ribeiro Tin (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco)
A construo do imaginrio visual sobre o negro (1850-1914)
Resumo:O trabalho consiste em uma pesquisa histrica e do...
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Resumo:O trabalho consiste em uma pesquisa histrica e documental acerca da produo e circulao de imagens sobre a frica e os africanos entre o perodo da proibio do trfico de escravos e os primeiros anos do Ps abolio e Repblica no Brasil. A pesquisa est inserida nas atividades do projeto Imaginrio colonial e racismo nas primeiras dcadas da Repblica no Brasil sob orientao da Professora Dr. Cibele Barbosa da Silva Andrade , fomentada pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Cientfica (Pibic), da Fundao Joaquim Nabuco, com concluso em julho de 2020. A partir do estudo dos acervos pessoais, artigos de imprensa e documentos visuais possvel traar a atuao de grupos liderados por senhores de escravos na composio de um imaginrio sobre africanos e afrodescendentes. Busca-se analisar imagens provenientes e sobre a frica tais como cartes postais, ilustraes, pinturas, gravuras, entre outros, muitos dos quais foram produzidos pelas metrpoles europeias marcadas pelas teorias raciais. Esto sendo trabalhados os acervos do Instituto Arqueolgico, Histrico e Geogrfico Pernambucano, Fundao Joaquim Nabuco e Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. O estudo deste corpus de fontes permitir compreender de que maneira as elites escravocratas se comportavam em relao s populaes africanas e afrodescendentes no perodo pr e ps abolio da escravido, a partir da produo, consumo e circulao de imagens.
Palavras-Chave: Imaginrio colonial; afrodescendentes, Ps-Abolio
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Cinara Isolde Koch Lewinski (Prefeitura Munc. de So Leopoldo)
Reflexes sobre a constituio do acervo fotogrfico no Museu do Trem
Resumo:A comunicao apresenta a pesquisa sobre a constit...
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Resumo:A comunicao apresenta a pesquisa sobre a constituio do acervo fotogrfico do Museu do Trem com o objetivo de expor a necessidade das instituies museais em tencionar aspectos histricos e sociais que dialogam com o seu acervo . Primeiramente, ser evidenciado, de maneira geral, o material de estudo que compe a fototeca que abrange majoritariamente a temtica ferroviria , mas tambm fonte de pesquisa sobre outros assuntos que se interligam com o tema , o que demonstra as potencialidades do acervo como local de produo e divulgao do conhecimento. Em seguida, o trabalho abordar a trajetria das instituies de provenincia das colees do acervo fotogrfico, inserindo-as dentro de um contexto de produo, o que legitima a sua preservao. Sendo assim, as imagens foram analisadas como registros das atividades do seu produtor e deste modo, aram a ter um carter de objeto e fonte de estudo . Com isso, pretende-se pensar sobre o acervo como um espao de circulao de representaes sociais do ado, especificamente, com relao as fotografias pblicas que devem ser observadas como o e de uma diligncia de uma memria pblica. Portanto, a anlise dessa experincia traz tona a reflexo sobre a pesquisa em instituies museolgicas que podem conduzir a desconstruo dos valores outorgados ao acervo fotogrfico pelos seus criadores originais. Ento, por meio de questionamentos sobre a seleo dos assuntos que rememoram as aes da empresa ferroviria e o que no est sendo representado nas imagens sero discutidas no trabalho . Deste modo, partindo principalmente das ideias de Kossoy, Mauad, Meneses e Chartier, pretende-se apresentar um estudo sobre a constituio do acervo fotogrfico, com o objetivo de revelar a memria de uma empresa pblica como um espao de disputa de poder e como fonte de conhecimentos experimentados e de saberes salvaguardados.
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Milena Tainar Lima Belchor (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Par)
Cinema, Histria e Ao: prticas culturais e lugares de memrias no arquivo documental do Cine Marrocos de Marab 1950-1980
Resumo:A presente comunicao intitulada Cinema, Histri...
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Resumo:A presente comunicao intitulada Cinema, Histria e Ao: prticas culturais e memria no arquivo documental do Cine- Marrocos de Marab 1950-1980, fruto do projeto PIBIC/CNPq, desenvolvido no curso de Histria da Unifesspa. Teve como objetivo fazer um levantamento do acervo documental da histria do Cine Marrocos na cidade de Marab-PA, o qual est localizado no Arquivo Histrico Manoel Domingues, na Fundao Casa da Cultura de Marab. O acervo consta de cartazes, fotografias, panfletos e recortes de jornais, registros de uma poca onde o cinema representava a maior diverso da cidade. Pretendemos com essa investigao, compreender de que forma eram estabelecidas as prticas culturais, o cotidiano de homens, mulheres e famlias que frequentavam esse espao de entretenimento. Alm desse acervo, estamos realizando por meio da metodologia da Histria Oral, uma srie de entrevistas com alguns moradores da cidade que vivenciaram e assistiram pelculas ao longo de sua histria. Nessa arte da escuta, a memria dessas pessoas na verdade no um mero depsito de informaes, mas um processo contnuo de elaborao e reconstruo de significados (PORTELLI, 2016). Um mapeamento necessrio para o desenvolvimento da pesquisa diante dos mltiplos aspectos culturais, sociais e econmicos em torno de sua criao. Nesse sentido com as informaes buscamos compreender o que representou esse cinema, entre as dcadas de 1950 a 1980, nesta cidade. Que histrias visuais, memrias e narrativas podemos contar em torno desse espao de lazer na cidade de Marab -PA? Que ados podemos trazer para o presente de sua sala de exibio? Cabe ressaltar que o recorte temporal est relacionado com a documentao localizada, que nos remetem a suas primeiras exibies at seu fechamento. O Cine-Marrocos com esse nome entrou em atividade na cidade de Marab-PA em 1953, por meio do Hiran Bechara, da Empresa Jorge Bechara. Acredita-se que sua instalao na Marab Pioneira, como conhecida a parte antiga da cidade, tenha mobilizado um pblico notvel diante de um espao de entretenimento e lazer. A casa foi comprada por Hiran Bechara, Ozorio Pinheiro e Walter Sampaio onde funcionou o Cine Teatro Popular, ando a se chamar em 1953 Cine Marrocos, apenas com a direo de Bechara. Aps anos de espetculos e de exibio, o cine fechou suas portas na dcada de 1980 e ou 33 anos sem atividades, voltando a ter atividades culturais a partir de 2002, com uma outra istrao.
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Lnin Pereira Landgraf (UFPEL - Universidade Federal de Pelotas)
O Massacre da Linha do Parque 70 anos depois: afinal, pelo o que lutavam aqueles trabalhadores?
Resumo:No dia 1 de maio de 1950, em Rio Grande, no Rio G...
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Resumo:No dia 1 de maio de 1950, em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, uma manifestao de trabalhadores e trabalhadoras que pediam a reabertura da Sociedade Unio Operria (SUO), principal organizao dos trabalhadores e trabalhadoras naquele perodo, que havia sido fechada por ordem do governo, culminou em um massacre promovido pelos policiais, que ficou conhecido como O Massacre da Linha do Parque. A comemorao em aluso ao Dia Internacional dos Trabalhadores foi convocada em um momento de grande tenso entre o movimento operrio e a polcia, os acontecimentos dos anos anteriores na cidade e o sentimento anticomunista construdo fortemente nos ps Segunda Guerra mundial colaboraram com essa crescente tenso. (LANDGRAF, 2018, 359). A convocao foi feita atravs de panfletos e assinada por pelo menos seis entidades operrias, entre elas a Associao dos Porturios, o Ncleo da Coligao dos Ferrovirios e a Unio das Mulheres Riograndinas. As atividades previstas para a festa eram corriqueiras como a realizao de brincadeiras, churrasco e um baile ao ar livre. S ao final da festa as lideranas operrias convocaram os presentes a sarem em caminhada at a sede da SUO. (SAN SEGUNDO, 2009, p. 140). A eata saiu por uma das principais ruas da cidade e aps alguns minutos foi interceptada por um grupo de policiais, liderados pelo delegado do DOPS Ewaldo Miranda, que exigiam o fim da manifestao e disperso de todos, a partir desta ordem o confronto teve incio. Existem duas diferentes verses para o comeo do confronto, a primeira delas aponta os manifestantes como responsveis por iniciar a confuso, onde um desses havia agredido o delegado com um soco, desencadeando assim a troca de tiros. Outra verso aponta que os policiais j chegaram ao local com armas em punho e comearam a atirar para dispersar os manifestantes. (SAN
SEGUNDO, 2009, p 152) O saldo do massacre foi de quatro manifestantes e um policial mortos, alm dos diversos feridos como o vereador na cidade Antnio Rchia. Os mortos foram Euclides Pinto, Honrio Alves de Couto, Osvaldino Correa e Angelina Gonalves, esses trabalhadores e manifestantes, e Francisco Reis, soldado da brigada militar. ados setenta anos do Massacre a questo a ser trabalhada no presente artigo evidenciar e aprofundar os pontos que levaram a manifestao.
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Luciano Gomes de Souza Jnior (UFF)
AGIL: fotojornalismo independente no Brasil, dcada de 1980.
Resumo:O presente trabalho aborda a trajetria da AGIL (A...
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Resumo:O presente trabalho aborda a trajetria da AGIL (Agncia Imprensa Livre) Fotojornalismo, uma das mais importantes agncias de fotgrafos independentes que atuaram no Brasil no fim do sculo XX. Fundada na capital federal por Milton Guran, Eliane Motta e Rolnan Pimenta no incio dos anos 1980, e contando com nomes como Duda Bentes, Andr Dusek, Julio Bernardes, Kim-Ir-Sen e Beth Cruz no seu quadro de scios, a AGIL foi uma espcie de cooperativa de fotgrafos, atuando na produo de coberturas fotogrficas, na publicao de foto-livros em parceria com a editora Dazibao, investindo em pautas independentes e na documentao dos movimentos sociais e agenciando a produo de mais de cem fotgrafos espalhados pelo pas. Alm disso, a agncia e seus membros tiveram um papel decisivo na organizao dos profissionais da imagem nos sindicatos e associaes na luta por uma tabela de preos mnimos, posse do negativo e direitos de imagem, bem como na tentativa de regulamentao da profisso de fotgrafo. O foco do trabalho concentra-se na produo fotogrfica, na trajetria dos fotgrafos e na histria da agncia. Seu eixo o estudo de processos indissociveis: a afirmao de uma fotografia brasileira nos anos 1980: e, as transformaes ocorridas com os anos finais da ditadura civil-militar no Brasil e o processo de redemocratizao da sociedade brasileira. Preocupa-se em refletir sobre o movimento das agncias de fotografia como iniciativa associada ao processo de profissionalizao dos fotojornalistas, o engajamento poltico dos fotgrafos na cobertura dos acontecimentos e na criao e recuperao de sindicatos e associaes de classe e a elaborao pela Funarte (Fundao Nacional de Arte) de uma poltica nacional em prol da fotografia, encampada pelo ento ministrio da Educao e Cultura (MEC).
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Jos Antonio de Sousa (SEEMG)
A destruio do Patrimnio Arqueolgico: os grafismos pictricos na Serra Setentrional do Espinhao e Chapada Diamantina Meridional Macabas-BA.
Resumo:Este trabalho apresenta alguns resultados acerca d...
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Resumo:Este trabalho apresenta alguns resultados acerca de um estudo de caso realizado na ps-graduao do departamento de Histria da Universidade Federal de So Joo Del Rei, tendo como problema, a anlise das relaes entre documentao, conservao, gerenciamento de stios de pinturas rupestres em paisagens da pr-histria do nordeste do Brasil, especialmente as paisagens do Supergrupo do Espinhao Setentrional e do Vale do Paramirim, no municpio de Macabas, regio central do Estado da Bahia. Utilizou-se a metodologia de inventariao de acervos culturais de proteo e a reviso de bibliografias especializadas no campo da arqueologia pr-histrica, em particular, os trabalhos da arqueologia nordestina: Marie Pssis, Nide Guidon, Gabriela Martn, Maria Lage, Andr Prous, entre outros, literatura correlata a categoria das pictografias, com o objetivo em documentar o estado atual da arte e responder algumas hipteses aventadas, entre elas a associao dos stios ao conceito de Tradio na arqueolgica. Sobre a conservao de stios arqueolgicos, o trabalho analisa as experincias desenvolvidas durante dcadas no Parque Nacional da Serra da Capivara. Na Bahia, os trabalhos na regio em apreo, foram realizados por Carlos Etchevarne e equipe. Apatia do poder pblico, a no identificao de uma poltica e relao da sociedade percebendo esses bens como patrimnio, ausncias de projetos de educao ambiental, patrimonial ou turstica, conformaram o atual e pssimo estado da conservao, como a presena dos depsitos de alterao, placas, manchas, razes, eroses, pichaes e desplacamentos dos es ptreos, como alguns elementos que narram sua trgica destruio ao longos dos anos.
Palavras-Chave: Arqueologia pr-histrica, pictografias, Espinhao Setentrional e Conservao.
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Victor Emmanuel Farias Gomes (UDESC - Fundao Universidade do Estado de Santa Catarina)
O trotskismo no Brasil e a ciso com a IV Internacional em tempos de guerra (1933-1950)
Resumo:A IV Internacional, encabeada por Leon Trotsky, f...
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Resumo:A IV Internacional, encabeada por Leon Trotsky, foi fundada em ato poltico que contou com a presena de um brasileiro, Mrio Pedrosa, um dos integrantes do primeiro grupo de oposicionistas no Brasil. A organizao, que nascia a partir de pequenos grupamentos, sofreu uma importante ciso em seus primeiros anos de existncia, enquanto Trotsky ainda era vivo. Um setor do Socialist Workers Party (SWP), seo norte-americana da IV Internacional, discordava da caracterizao da Unio Sovitica como Estado Operrio degenerado e, consequentemente, da poltica de defesa da URSS na Segunda Guerra Mundial.
Os questionamentos acerca do carter da burocracia que se consolidara na URSS e de seu Estado j eram antigos temas de discusses, com razes nas primeiras fraes dissidentes entre os bolcheviques. No Brasil, os trotskistas, que tiveram sua primeira forma organizacional no Grupo Comunista Lenine, fundado em 1930, debatiam os significados da burocracia e do Estado sovitico, pelo menos, desde 1933, quando a subida de Hitler ao poder leva Trotsky a dar como morta a III Internacional. Era, acima de tudo, um debate vivo, que no se reduzia chancela das teses que vinham do lder exilado.
O presente trabalho tem como objetivo investigar o itinerrio da discusso acerca do problema da burocracia e do Estado na URSS entre a militncia trotskista no Brasil, analisando a documentao produzida pelo grupo ao longo da dcada de 1930, abordar as teses de Trotsky e seu conflito com o setor dissidente do SWP e explorar a produo intelectual de dois integrantes da corrente poltica que romperam com as teses de Trotsky entre 1938 e 1940: Mrio Pedrosa e Edmundo Moniz. Pedrosa, em 1940, publica o artigo "A defesa da URSS na guerra atual" em um boletim impresso pelo SWP; j Moniz, desenvolve suas ideias ao longo da dcada de 1940 em suas colunas no jornal Correio da Manh, onde tenta realizar um balano da experincia de poder na Rssia, reescrevendo a "Revoluo Trada".
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ST 17 - Sesso 2 - Sala 17 - Dia 17/09/2020 das 14:00 s 18:00 6w3i2r
Local: Sala 17
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Lucio De Franciscis dos Reis Piedade Filho (UAM - Universidade Anhembi Morumbi), Marlia Xavier de Lima (UFJF)
O Realismo no Cinema de Fluxo: Imagem e Esttica em Novo Regime de Historicidade
Resumo:Buscamos entender de que modo o realismo cinematog...
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Resumo:Buscamos entender de que modo o realismo cinematogrfico engendra artifcios para representar a vida cotidiana e os espaos urbanos. Em filmes do chamado cinema de fluxo, veremos que as cidades deixam de ser mero pano de fundo e tornam-se parte fundamental da narrativa. O realismo cinematogrfico emerge nas crticas e ensaios de Andr Bazin nas dcadas de 1940 e 1950. Para Bazin, que justifica o princpio do realismo a partir do aporte fenomenolgico da fotografia, a imagem fotogrfica nos revela um mundo livre dos jogos ilusionistas criados pela pintura, por exemplo. No cinema clssico, bem como nas vanguardas modernistas, esses jogos seriam criados pela montagem, considerada pelo terico um processo anti-cinematogrfico, pois o cinema dever-se-ia encontrar no absoluto respeito fotogrfico pela unidade espacial. O termo realismo se refere vivncia do espectador diante da imagem, como se vivenciasse a realidade cotidiana com toda sua ambiguidade. O realismo contemporneo tem como particularidade o uso da imagem para alm da construo de uma narrativa ou de um discurso. Nessa vertente, a imagem se afasta do cinema narrativo clssico ao mesmo tempo em que se coloca fora dos modos de encenao do cinema moderno e dos filmes maneiristas. Na relao com as formas do realismo tradicional, o realismo contemporneo mantm o uso de no atores e de histrias do cotidiano, mas com a diferena marcada por uma atmosfera de desdramatizao, de rarefao e sem a presena de personagens definidos. O cinema de fluxo resulta de um novo regime de historicidade, o chamado presentismo, experincia contempornea do tempo caracterizada pela progressiva acelerao do presente e seu alargamento. Os filmes de fluxo tambm esto relacionados a novas abordagens das cincias humanas, mais preocupadas com a vida cotidiana e o mundo ordinrio da experincia. Os anos 1990 trouxeram o retorno do real na arte contempornea. Essa tendncia, no cinema, incorpora o multiculturalismo como tema e como esttica, a exemplo da esttica de fluxo. O cinema de fluxo se volta para o corpo e para os afetos. Incorpora os seres e as paisagens fora dos padres normativos. Nesse contexto, no revela um mundo, mas se torna parte dele. No campo das relaes entre cinema e histria, de que forma o realismo articula uma experincia do tempo? Seja no realismo tradicional (italiano) ou no cinema de fluxo, h certos modos de incorporar diferentes perspectivas da histria vivida, sob variados ngulos. Isto o que buscamos compreender a partir das crticas de Bazin sobre o cinema moderno e na teoria contempornea do cinema. As relaes entre o presentismo e o cinema de fluxo sero observadas com base nos estudos de Burke (1992), Deleuze (1992), Koselleck (2006) Hartog (2015) e Bauman (2017).
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Maira Eveline Schmitz (UFSM - Universidade Federal de Santa Maria)
Um dia de neve congelado no instante fotogrfico: temporalidades e produo do espao urbano em Santa Rosa/RS
Resumo:A noo de que o tempo no puramente linear e qu...
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Resumo:A noo de que o tempo no puramente linear e que uma poca contm si a copresena e a contradio entre mltiplas temporalidades est consolidada na historiografia. Categorias como espaos de experincia e horizontes de expectativa de Reinhart Koselleck, ou regimes de historicidade de Franois Hartog, por exemplo, tornaram-se profcuas nas pesquisas histricas. Ademais, o tempo no se restringe aos modos da contagem cronolgica, sendo considerado nas suas dimenses poltica, econmica, social, simblica e sensvel. Nos anos 1940, Henri Lefebvre j defendia a ideia de que o processo histrico apresenta mltiplas temporalidades que se relacionam de forma vertical quando o presente d sentidos e instrumentaliza o ado e projeta o futuro e horizontal, quando as relaes que ocorrem no presente apresentam contradies no s entre diferentes grupos sociais, mas entre prticas com idades distintas, as quais podem ser evidenciadas por meio da anlise do cotidiano. Para que o agir histrico se torne observvel, contudo, a questo concerne no somente ao tempo, mas ao reconhecimento do lugar e do espao onde se d a ver as relaes sociais. A fotografia, nesta perspectiva, torna-se um poderoso instrumento para anlise: congelando o tempo no instante fotogrfico, permite ao olharmos tambm atravs da imagem identificar os conflitos sociais da ordem do tempo, espacializando-as. Neste sentido, este trabalho possui como tema a produo do espao urbano de Santa Rosa (noroeste do Rio Grande do Sul) e a elaborao de novas sociabilidades e estilos de vida ali construdos em meados do sculo XX. A cidade, em especial a partir da dcada de 1940, sofreu uma crescente urbanizao, a qual estava associada ao aumento da produo de soja, instalao da via frrea e implementao de indstrias. A contradio entre o rural e o urbano foi inerente a este processo, sendo instrumentalizada por alguns setores da sociedade para a elaborao de um imaginrio urbano de progresso e modernidade. Prope-se, ento, considerando que a quebra da rotina cotidiana apresenta indcios relevantes sobre a produo social, analisar um dia especfico da histria da cidade: uma inusitada precipitao de neve ocorrida em 20 de agosto de 1965. As fontes principais so as fotografias, pois este momento foi amplamente documentado pela populao a partir da tcnica fotogrfica. O estudo em questo permite observar a produo visual do espao urbano e a demarcao de estilos de vida pblicos e privados, bem como as (re)aes em um momento que, fugindo totalmente do cotidiano da cidade, constitui-se como um marco temporal da sua histria. Este trabalho est relacionado pesquisa de doutorado em desenvolvimento no Programa de Ps-Graduao em Histria na UFSM.
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Thiago Rafael da Costa Santos (Instituto Federal de Mato Grosso)
Imagens da arte, imagens da cincia Funes e Problemticas em Thomas Kuhn
Resumo:O presente trabalho aborda a compreenso da imagem...
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Resumo:O presente trabalho aborda a compreenso da imagem na perspectiva do famoso fsico terico e historiador da cincia, Thomas Kuhn. Para tanto privilegiamos o pequeno artigo Comentrios [sobre a relao da arte e da cincia], publicado na coletnea The essential tension (1969). Destacamos a reflexo empreendida ali acerca dos diferentes papis exercidos pelo artefato visual e sua importncia para a educao, seja para o tcnico profissional, seja para o pblico no-especializado em geral. Resultado de uma interveno e apresentado em conferncia internacional realizada em maio de 1967, o artigo de Kuhn problematizava ao mesmo tempo em que desenvolvia os argumentos expostos pelo tambm fsico e matemtico, Everett Mark Hafner, mas em um sentido notadamente oposto ao do colega e professor, ento chefe do departamento de cincias da natureza do Hampshire College, Massachussets. Na comunicao intitulada The New Reality in Art and Science, Hafner assinalou os complexos modos pelos quais a arte abstrata e a cincia moderna relacionavam-se entre si e com a realidade, ressaltando os aspectos que em sua perspectiva eram comuns em ambas as esferas, tornando-as efetivamente prximas e aparentadas, quais sejam: o processo de criao, o produto criado e a recepo pblica. Para Kuhn, ainda que os produtos da atividade cientfica devam ser considerados a partir de contingentes culturais e histricos o que conferia cincia um processo criativo similar arte , as funes distintas da imagem, no obstante, revelariam aspectos vitais da diferena entre os dois campos. Tal distino auxiliaria no apenas para um entendimento mais abrangente a respeito da natureza especfica de cada uma das reas reforando suas diferenas , mas tambm indicaria o modo pelo qual arte e cincia lidam com seu ado e projetam o futuro.
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Paula Tainar de Souza (UNESP - Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho)
A constituio da multido na era virtual das redes sociais
Resumo:Esta proposta tem como objetivo central a realiza...
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Resumo:Esta proposta tem como objetivo central a realizao de uma anlise histrico-comparativa entre a constituio das multides no sculo XIX e o seu desenvolvimento sob influncia dos meios de comunicao. O fenmeno de aumento do aglomerado de pessoas nos centros urbanos, influenciado pela Revoluo Industrial, simultneo ao surgimento dos meios de comunicao de massa. Gustave Le Bon afirma que a Idade Moderna um momento catico e conturbado onde ocorre a destruio de crenas e tradies, e as multides se colocam como o novo poder. Ao longo do sculo XX o cinema desenvolve sua prpria linguagem para ser entendido pelo espectador e, muito alm de entretenimento, permite o historiador compreender as relaes sociais. Ocorre a criao miditica da realidade e embora o receptor no seja totalmente alienado, h uma iluso de que a vida ocorre como na tela. Ela cumpre cotidianamente a cultura de massa quando estabelece esse dilogo entre real e imaginrio, a mdia exerce a sugesto e contgio presentes nos estudos de Gustave Le Bon. Devido s transformaes da sociedade contempornea, no possvel compreend-la sem levar em considerao a atuao miditica e o culto imagem. Na sociedade atual, sofremos um processo de inflao de imagem na qual ela est em foco, em constante exposio. Em um contexto no qual o pensamento humano est em transformao, ocorre tambm uma modificao nas relaes de poder. Se antes o Poder estava monopolizado pelos monarcas e soberanos, agora pluralmente presente na sociedade civil, nas multides. Atualmente no sculo XXI, as multides continuam exercendo seu poder de expresso e atuao no plano poltico, econmico, social e cultural. As multides pensam de maneira simples, ou seja, por imagem, devido sua incapacidade de pensar criticamente, facilmente criam lendas e inspiraes, caracterstica de credulidade. Mas, no h uma ligao lgica entre ideia e imagem, essa relao se d de maneira emocional e por analogia. Atravs das possibilidades criadas pelos meios de comunicao de massa destacamos a internet, mais especificamente as redes sociais, que permitem a exposio de crticas e descontentamentos desses indivduos que compem a multido atual. Sendo assim, pretende-se analisar a importncia deste fenmeno no mbito social, com nfase na compreenso da constituio da multido atual em meio a popularidade da internet e das redes sociais.
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Breno Girotto Campos (UNESP - Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho)
O filme histrico e os embates da histria - o caso de O lamo, de John Wayne
Resumo:Cinema e histria sempre estiveram em proximidade,...
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Resumo:Cinema e histria sempre estiveram em proximidade, apesar da descoberta tardia dos filmes como fontes para a pesquisa histrica, atravs de seus temas. A histria quando apropriada pelo cinema atravs dos filmes histricos (ou aqueles de gneros que remetem a um ado fundador como o caso do western) criam o que Marcos Napolitano define como efeito de realidade por arem a impresso de que aquilo que foi encenado de fato verdico e incontestvel. Essa categoria de filmes muito explorada pelo cinema por conta de seu aspecto prtico em termos de produo por terem sido, digamos, j encenadas, e pelo apelo popular que estas representaes criam nos espectadores. Eventos histricos criam um sentimento de pertencimento e identidade, possuindo um papel importante na constituio das nacionalidades.
O cinema estadunidense faz questo de lembrar os grandes eventos e heris que que definem serem fundadores da sua nao. Um desses acontecimentos mais lembrado pela cinematografia do Estados Unidos a Batalha lamo, conflito travada em 1836 que desencadeou o processo de independncia do Texas, antes uma provncia mexicana, e sua posterior anexao ao Estados Unidos. O que instiga sobre as produes acerca desta batalha o fato de seus combatentes, cerca de 180 voluntrios, muitos de origem estadunidense, serem completamente massacrados pelo exrcito regular do Mxico, liderado pelo General Antonio Lpez de Santa Anna. Certamente, atrados por uma histria de herosmo e luta pela liberdade tipicamente estadunidense, os produtores e cineastas reencenaram a exausto a batalha travada no forte lamo. Foram 12 filmes produzidos desde 1911 at 2004 sobre o conflito ou seus personagens mais icnicos, como Davy Crockett.
Todas as produes flmicas a respeito do lamo tratam de uma batalha entre estadunidenses defensores dos valores democrticos e morais e mexicanos autoritrios, cruis e selvagens do outro. Dentre esta longa filmografia, o filme dirigido por John Wayne, conhecido ator de filmes do gnero western, merece destaque. Lanado em 1960, O lamo (THE ALAMO, 1960) o primeiro filme dirigido por Wayne e expressa muitas das suas convices, como o conservadorismo poltico, o liberalismo econmico e seu entendimento do papel estadunidense na geopoltica global. Esta comunicao tem como objetivo discutir o papel do filme histrico na construo ideolgica e identitria nacional a partir de O lamo. Esta comunicao tambm desdobramento da pesquisa desenvolvida no Programa de Ps-graduao em Histria da Universidade Estadual Paulista campus Assis/SP para a obteno do ttulo de mestre.
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Edmilson Lus Santos Gomes (UFF - Universidade Federal Fluminense)
Fragmentos da Dispora Africana em duas narrativas flmicas: Orfeu Negro (1959) e Litlle Senegal (2001)
Resumo:Nos filmes "Orfeu Negro" (direo : Marceu Camus, ...
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Resumo:Nos filmes "Orfeu Negro" (direo : Marceu Camus, 1959) e em "Little Senegal" (direo : Rachid Bouchareb, 2001), a despeito das diferenas geogrficas, temporais e dimensionais o amor incansvel e a busca por um retorno s origens marcam ambas as narrativas de maneira crucial. No primeiro, o amor carnal, romntico e arrebatador de um homem por uma mulher, no outro, o amor pelas origens culturais e familiares. Amor que dessa forma ressoa na busca pela manuteno e manifestao de tradies rizomticas, consideradas expresses genunas; por uma ancestralidade linear atravs de um ado ocultado. Retorno esse, literalmente representado na cena de abertura de "Little Senegal", com a perspectiva do mar a partir de uma "porta do no retorno", a semelhana de outras espalhadas pela costa africana, de onde os negros escravizados de regies prximas ao Senegal, na frica Ocidental, eram embarcados nos navios. Ao ar daquela porta, nunca mais retornariam a casa, sua terra ancestral. Relaes perspectivadas pelos olhares estrangeiros de seus personagens, e a partir dos prprios diretores responsveis pela realizao dos filmes, eles mesmos estrangeiros aos territrios e pases em que se desenrola a trama e as narrativas de ambos os filmes. Nesse trabalho busco investigar como ambos os filmes, em suas representaes , dialogam com questes concernentes crtica ps-colonial, bem como analisar as formas como expresses e situaes fruto da dispora africana aparecem nas narrativas flmicas e a sua percepo a partir da lgica do estrangeiro, que ao se identificar pela diferena, acabam por definir semelhanas entre si e o outro. Lanando perspectivas sobre a histria da dispora africana e assim, vislumbrando, ao mesmo o que fomentando, contraria ou afirmativamente discursos sobre as culturas e sociabilidades forjadas a partir das travessias transatlnticas, e vivenciadas pelas populaes afro-diaspricas nas Amricas, mais especificamente, no Brasil e nos Estados Unidos.
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Isadora Wadi Staduto (UNILA - Universidade Federal da Integrao Latino-Americana)
"A Lista de Schindler" (1993): Moldura da Memria e a Gramtica Moral do Holocausto
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A hiptese central desse texto que o trabalho ...
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A hiptese central desse texto que o trabalho da memria, o processo de memorializao, executado pelo cinema e a instrumentalizao da memria do Holocausto, o genocdio judeu perpetrado pelos nazistas, foi construdo para legitimar a poltica externa dos Estados Unidos da Amrica (EUA) para Israel. O filme A Lista de Schindler (1993), dirigido por Steven Spielberg, foi escolhido como estudo de caso para provar a hiptese, pois trata-se de um marco da construo da memria do Holocausto, que causa profunda transformao na memria pblica acerca deste acontecimento histrico. O objetivo central do trabalho foi analisar as representaes do Holocausto, as implicaes e usos polticos destas na posteridade, sem questionar ou negar o genocdio de nazista. Na primeira parte realizamos uma breve anlise histrica descritiva, acerca de como se desenvolve a poltica externa estadunidense para Israel, com o intuito de compreender os objetivos e interesses centrais dessa relao, e perceber as variaes presentes na mesma. Em um segundo momento, discutimos aspectos das relaes entre a histria e as relaes internacionais, focando especialmente no enquadramento da memria e na construo da narrativa histrica, bem como nas dimenses que estas questes ganham no cinema, especialmente no cinema histrico. Por fim, na parte trs abordamos como ocorrem as relaes entre EUA, Israel, sionismo e Holocausto, iniciando pelo debate de como a memria do Holocausto se relaciona com a existncia do Estado de Israel, para problematizar como essa narrativa histrica desde o ambiente domstico dos EUA, a partir da Indstria do Holocausto (FINKELSTEIN, 2001) e da Americanizao do Holocausto (NOVICK, 1999), mantm a relao especial com Israel. Neste sentido, buscamos entender como a gramtica moral do Holocausto justifica e legitima a poltica externa estadunidense, no somente para Israel, mas como um todo.
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Suellen Cerqueira da Anunciao de Souza (Secretaria de Estado da Educao de Mato Grosso)
Horrio Gratuito de Propaganda Eleitoral entre a dramaturgia e a retrica: candidatos atores e eleitores espectadores.
Resumo:Conhecer, investigar e historiar o Horrio Gratuit...
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Resumo:Conhecer, investigar e historiar o Horrio Gratuito de Propaganda Eleitoral como fenmeno politico e miditico,se constitui como objetivo desta comunicao.
O Horrio Gratuito de Propaganda Eleitoral exibido na Televiso nos convida a pensar a dimenso da poltica na democracia representativa no Brasil.
Desde sua existncia, o HGPE, criado a partir da lei nmero 4.115 em 1962, e tinha como objetivo impor regras e democratizar o espao de propaganda na televiso (SCHMITT et all, 1999, p. 31), nos convida a pensar neste instrumento estratgico utilizado nas disputas eleitorais.
A partir da eleio de 1989 o HGPE chamou a ateno do campo acadmico da Cincia Poltica, tendo como resultado a incorporao de temas relacionados mdia, processo poltico e comportamento eleitoral nas agendas de pesquisas.
A partir de 1995 temos ento um novo momento na regulao da propaganda eleitoral, com a Lei Eleitoral n 9.100/1995, que transforma o HGPE no Horrio Gratuito de Propaganda Partidria, criado com o intuito de difundir os programas partidrios
De forma mais marcante a partir da segunda metade da dcada de 1990,com o maior numero de televisores nas residncias, o HGPE, ( e sua edio regulamentada pela Lei 9.504 de 1997, que vigorou sem modificaes entre 1998 e 2014) vem projetando imagens em movimento que marcam as eleies brasileiras: invadindo os domiclios na hora do almoo e do jantar com sua tela azul e os letreiros que informam o nmero e a descrio da Lei ,acompanhada da locuo da voz masculina firme e grave:interrompendo a programao e convocando o eleitor/espectador para o tempo da politica , para o grande espetculo das eleies.
Nesse sentido, partimos do pressuposto que o Horrio Gratuito de Propaganda Eleitoral ganha um papel de destaque nas campanhas eleitorais no Brasil, e se torna um importante objeto de investigao para a Histria. Em meio s contradies, tenses polticas e sociais envolvidas na sua criao e regulamentao, a comunicao poltica produz candidatos que se tornam atores, e dramatizam sua apresentao neste espao.
Investigar e analisar esta dramatizao se torna um desafio para o historiador, pois neste contexto o discurso politico ornado de dramatizao, orquestrado pela sapincia do marketing poltico, que transforma os candidatos em atores, e concebe o eleitor como espectador.
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Joselma Maria Santana Correia de Souza (TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE PERNAMBUCO)
O significado dos Smbolos nos Processos Judiciais
Resumo:O convvio em sociedade gera diversos conflitos e ...
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Resumo:O convvio em sociedade gera diversos conflitos e esse conflito entre os cidados por muitas vezes no se adequar as inmeras regras e tradies estabelecidas para esse convvio faz com que um deles ou ambos batam porta do judicirio em busca de soluo. Por isso, importante o resgate da memria dos significados dos smbolos que envolvem o o a o, a fase pela qual a e o uso de cada carimbo que identifica o tipo de ato a ser praticado ou que j fora praticado no processo judicial em atendimento a uma ordem judicial, seja no processo fsico ou eletrnico. So atos que podem ser praticados por diversas partes do processo, pelo usurio interno ou externo.
Segundo Strauss e Corbin (2008), metodologia uma forma sistmica de pensar sobre o mundo, sobre a realidade social e estuda-la, enquanto que os mtodos so um conjunto de procedimentos e tcnicas para coletar e analisar dados. Marconi e Lakatos (2004, p. 46) afirmam que mtodo um conjunto de atividades sistemticas e racionais que, com maior segurana e economia, permite alcanar o objetivo. A escolha do mtodo depende dos recursos disponveis e do seu alinhamento com as questes de pesquisa.
O Processo ou por vrias evolues ao longo do tempo e no se pode deixar de mencionar a escrita, as partes envolvidas para se chegar propriamente nos carimbos utilizados no processo para indicar ato praticado sem contar outros smbolos que so repetidos pelos cidados que podem ou no ter vrios significados, utilizados pelos mesmos como repeties, mas que no recebem as devidas explicaes para entender os procedimentos que antecedem ou so praticados para se atingir uma finalidade. No incio procurava-se em juzo a reparao do dano sofrido, mas depois ou a ser objeto de estudo.
So diversos os atos processuais praticados que modificam o processo, os quais podem ser escritos ou orais. Se oral, precisa ser sintetizado a termo por algum auxiliar da justia. Alguns atos como: despacho, deciso, sentena, citao, intimao, notificao, audincia, interrogatrio das partes, inspecionar, inquirir testemunhas, entre eles se destaca a sentena, que ato importante praticado pelo juiz o qual impacta na deciso ou no do mrito da causa, sendo cabvel o recurso de Apelao, que uma forma de registrar a insatisfao por quele resultado.
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Mariana Canazaro Coutinho (PUCRS - Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul)
Segredos e Revelaes: a Histria do Brasil nas crnicas de Pedro Calmon para a Revista O Cruzeiro (1960-1968)
Resumo:Em 1960, Pedro Calmon, um historiador, bacharel em...
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Resumo:Em 1960, Pedro Calmon, um historiador, bacharel em Direito e poltico brasileiro, assume a seo Segredos e Revelaes da Histria do Brasil na revista O Cruzeiro, e se dedica, ento, a escrever crnicas sobre a histria do pas neste espao jornalstico at 1968. Quando inicia essa atividade, Calmon j havia escrito diversas obras de Histria do Brasil, era Reitor da Universidade do Brasil e era membro do Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro (IHGB) e da Associao Brasileira de Letras (ABL), dentre outras instituies ligadas cultura e intelectualidade do pas. Logo, o autor j era considerado uma figura de renome dentro da elite intelectual no momento em que a a escrever para a revista. Assim, o objetivo deste estudo pensar de que maneira podemos compreender este movimento de Calmon, de ir do mbito acadmico para o campo jornalstico e escrever para um pblico mais geral, levando em considerao a revista e a coluna escolhidas por ele. A O Cruzeiro foi uma revista de grade importncia na sociedade brasileira. Lanada em 1928, era, graficamente, a revista de maior destaque na imprensa brasileira, e seu pblico leitor consistia, principalmente, das camadas mdia e alta da sociedade, sendo considerada uma formadora de opinies entre a elite do pas. A seo Segredos e Revelaes..., inaugurada em 1948 por Gustavo Barroso, buscava apresentar eventos histricos como uma forma de pedagogia cvica. Aps a morte de Barroso, Calmon assume a coluna se dedicando a narrar acontecimentos e curiosidades da histria do pas, realizar homenagens a personalidades relacionadas ao Brasil e comentar sobre datas comemorativas e smbolos nacionais. Nas crnicas, possvel perceber que o autor se utiliza de um discurso cvico-patritico que vai de encontro quele de construo da nao atravs de uma viso otimista da nossa trajetria. Calmon tende a enfatizar o patriotismo dos personagens transmitindo para o leitor uma ideia de nacionalismo e um sentimento de amor ptria, se inserindo em uma tradio intelectual que buscava construir uma identidade nacional atravs de uma histria-memria comum. Portanto, o campo escolhido para esta tarefa relevante, pois a O Cruzeiro era um meio de comunicao de proeminncia e um espao utilizado tambm por outros intelectuais de destaque, como Barroso, que dera incio seo, e Gilberto Freyre e Rachel de Queiroz, que foram colaboradores da revista ao lado de Calmon neste perodo. Sendo assim, a revista se mostra como uma oportunidade de sair do campo acadmico sem deixar de ser um espao de relevncia entre a elite intelectual, e um local onde ele poderia realizar esse papel de professor da nao, difundindo um discurso positivo acerca da histria do pas para um grande pblico.
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