Resumo: Este simpsio tem como objetivo principal fomentar o debate em torno de temas relativos Histria da frica e da dispora africana reunindo estudos, pesquisas e experincias circunstanciadas de ensino que abordem a histria de africanos, africanas e afrodescendentes em diferentes recortes cronolgicos, das sociedades antigas histria do tempo presente, e em diferentes aspectos, sejam polticos, econmicos, culturais ou educacionais. Para tanto sero aceitos trabalhos produzidos na rea de histria e em reas afins.
Referncias:
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GILROY, Paul. O Atlntico Negro. SP: Ed. 34, 2001.
GOMES, Flvio. Palmares: escravido e resistncia no Atlntico. So Paulo: Contexto, 2011.
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PANTOJA, Selma & ROCHA, Maria Jos (orgs). Rompendo silncios. Histria da frica nos currculos da Educao Bsica. Braslia: DP Comunicaes, 2004.
SILVA, Alberto da Costa e. Um Rio Chamado Atlntico: A frica no Brasil e o Brasil na frica. RJ: Nova Fronteira, 2003.
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THORTON, John. A frica E Os Africanos Na Formao Do Mundo Atlntico(1400 1800) RJ: Ed. Campus, 2004.
Sites:
https://www.pe.anpuh.org/
https://ieafricaufpe.wordpress.com/serie-brasil-africa/
ST 12 - Sesso 1 - Sala 12 - Dia 16/09/2020 das 14:00 s 18:00 4cu5d
Local: Sala 12
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Jos Luiz Xavier Filho (Prefeitura Municipal de Lagoa dos Gatos)
Que frica essa estudada nos livros da escola bsica? A abordagem das religies afro-brasileiras nos anos finais
Resumo:A pesquisa traz como objetivo analisar as possibil...
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Resumo:A pesquisa traz como objetivo analisar as possibilidades do professor em sala de aula para o entendimento e aplicao da Lei n. 10.639/2003 e a histria e a cultura afro-brasileira, de modo a articular com o Livro Didtico a expressar resultados que se processam com turmas de Ensino Fundamental dos Anos Finais. Prope tambm abordar a cultura, e nesse contexto, as religies de matriz africana, na percepo de significados dessa matriz na construo do ser brasileiro, em reflexo que se volte a formao dos estudantes nesse nvel de ensino. Assim professores e professoras podem desconstruir antigos conceitos e inovar com outros numa discusso voltada a essas religies, de forma a contribuir para que a escola se torne um espao de direito, democrtico, plural e reconhecedor da diversidade cultural e religiosa. Trata-se de uma pesquisa documental, recorrendo ao mtodo observacional que traz como estudo de caso, focado no contedo programtico a seguir de uma sequncia de livro didtico, que foram articuladas com as observaes de professores. Espera-se, portanto, que os dados e anlise desse trabalho, por meio de observaes anlise bibliogrfica sejam contribuidoras para maior no aprofundamento de uma reflexo e tomada de atitude por parte dos profissionais da rea. Fazer entender que toda essa ignorncia com relao a essas culturas gera um ambiente propcio para intolerncia, proporcionando sofrimento aos praticantes e a todos aqueles/as que fazem parte da populao negra, que tem o seu direito de pertena e identidade racial muitas vezes negado em funo do racismo. Espera-se que a leitura deste artigo seja til e ajudado os leitores a perceber a mistura de etnias existente no Brasil e que a maioria das crenas so frutos dessa mistura. Que possam reconhecer e valorizar a diversidade humana, partindo de um processo de conhecimento e respeito de nossas identidades culturais, com o intuito de resgatar e fomentar atitudes individuais e coletivas contra o preconceito e a favor do respeito s diferenas.
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Larissa Chaves Pinto (UFVJM - Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri)
Criminalidade escrava em Diamantina: tenses e violncias entre cativos sob a tica de processos criminais (1871-1888)
Resumo:O presente trabalho consiste em analisar a crimina...
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Resumo:O presente trabalho consiste em analisar a criminalidade escrava em Diamantina, Minas Gerais, por meio de processos criminais com rus escravos durante o perodo de 1871 a 1888. O principal objetivo foi investigar os fatores que levaram escravos a cometerem atos criminalizados neste municpio. Ao questionar se os crimes cometidos por escravos em Diamantina podem ser caracterizados como apenas atos contra a instituio escravista, constatou-se, que estes representaram tambm conflitos estabelecidos com a populao em geral, sobretudo, entre cativos. A criminalidade, imbricada na temtica da escravido, traz importantes perspectivas tericas sobre as manifestaes de descontentamento dos escravos com as situaes do cotidiano que eles confrontavam ou que lhe eram impostas, mas que no necessariamente estavam atribudas apenas nas relaes de senhores e escravos. Ao valorizar os cativos enquanto sujeitos histricos, portadores de conscincias autnomas, foi possvel identificar as motivaes que levavam este segmento da sociedade a praticar atos delituosos. A esses crimes, principalmente aos denominados crimes contra a pessoa, eram respostas, na maioria das vezes, a rixas e acertos de contas entre iguais. Contudo, nos processos analisados, tambm foram constatados que os cativos usavam da violncia e da criminalidade para lutar por melhores condies de vida, ao resistirem aos maus tratos e a impotncia gerada pela condio de submisso frente as outras camadas da populao. As tenses presentes nos atos criminosos indicaram tanto aspectos da dominao senhorial, bem como as transgresses cotidianas dos rus escravos com as demais camadas da sociedade. Contudo, notrio que estes conflitos que tomam lugar no judicirio se refletem em uma maior suspeio e vigilncia no cotidiano dos escravos e no caso especifico de Diamantina, a criminalizao de suas aes foi uma constante na vida desses sujeitos. Embora o ato de ferir ou matar pudesse, a priori, ser a soluo dos problemas, essas aes acarretavam na prestao de contas polcia e justia. Tambm foi possvel perceber que o crime perpetrado por um escravo era muito mais temido pela populao, punha em cheque a segurana individual e coletiva das pessoas, e at mesmo desafiava e degenerava a base econmica, uma vez que a principal mo-de-obra podia receber as penas diante de seus crimes. Assim, este estudo rompe-se com a tendncia na perspectiva sobre criminalidade escrava que se dedicou problemtica da dominao senhorial e das resistncias dos cativos como pano de fundo das prticas criminosas.
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Mateus Jos da Silva Santos (UFBA - Universidade Federal da Bahia)
Eleies 2018 e a Poltica Externa: programas de governo e as Relaes Brasil - frica.
Resumo:Esta comunicao visa discutir as principais refer...
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Resumo:Esta comunicao visa discutir as principais referncias sobre o continente africano, no mbito da Poltica Externa, no interior dos programas de governo dos trs candidatos mais bem colocados no primeiro turno das eleies presidenciais em 2018, documentos estes registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Jair Messias Bolsonaro (PSL), Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT), a partir de seus respectivos programas de governo, apresentaram concepes divergentes sobre o assunto, marcadas entre a total ausncia ou a presena, ainda que de formas particulares. Nossa principal hiptese que os trs programas, apesar de terem linhas distintas, possuem nas relaes Brasil frica durante os governos petistas um aspecto norteador em suas concepes, variando entre a negao e a reafirmao positiva da experincia desenvolvida ao longo daqueles anos, especialmente em relao ao engajamento do perodo Lula (2003-2010). Tendo em vista a relevncia do continente africano para a Poltica Externa Brasileira (PEB) no incio do sculo e a tendncia de maior afastamento ao longo da segunda metade dessa dcada, a principal justificativa deste trabalho se encontra no reconhecimento das diferentes vises sobre o papel da frica na insero internacional do Brasil, sendo um elemento tambm de divergncia entre os trs projetos polticos, ainda que em menor peso do que em relao a outros temas como Amrica do Sul, EUA e China. Mais do que avaliar o peso do continente para as referidas candidaturas, cumpre tambm analisar as maneiras como o relacionamento entre as duas partes do Atlntico foram concebidas, seja a partir do reconhecimento de ligaes mais profundas, do ponto de vista sociocultural e histrico, seja tambm pela condio dos dois espaos no interior do sistema internacional e suas assimetrias.
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Anderson Pereira dos Santos (UFBA - Universidade Federal da Bahia)
De Angola Sergipe: etnias africanas e trfico negreiro em Sergipe no incio do sculo XIX
Resumo:O tema deste trabalho so as naes africanas e o ...
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Resumo:O tema deste trabalho so as naes africanas e o trfico negreiro em Sergipe no incio do sculo XIX. O objetivo principal foi traar um perfil dos escravos negros provenientes do trfico negreiro para a Capitania de Sergipe anexa Bahia, do Imprio Portugus Ultramarino, durante o perodo de 1808 a 1821. Nos 13 anos de permanncia da famlia real portuguesa no Brasil, ocorreram vrios eventos importantes. Entre eles: em 28 de janeiro de 1808, D. Joo VI assinava a carta rgia abrindo os portos do Estado a todas as naes que estivessem em paz e harmonia com a Coroa. Tal medida afetou substancialmente as relaes entre Portugal e Brasil. Com isso o trfico de escravos da Bahia para a Comarca de Sergipe se intensificou no incio do sculo XIX, depois da abertura dos portos. Em 6 de maro de 1817, eclodiu a Revoluo Pernambucana, movimento de carter liberal e republicano, que fora sufocado no mesmo ano pelas tropas de D. Joo VI. Mais tarde, em 8 de julho de 1820, D. Joo VI isentava a Capitania de Sergipe da sujeio istrativa em relao a Bahia e a declarava independente totalmente. A Bahia no aceitou facilmente a deciso de D. Joo e criou vrios obstculos. Porque, Sergipe e Bahia, Sergipe e Pernambuco possuam relaes econmicas intrnsecas e complementares, e um dos principais ramos de comrcio intracapitanias era o trfico negreiro. Mas, o que significou tais acontecimentos para o trfico negreiro de Sergipe? Para responder esta pergunta e outras, utilizamos como principais referenciais tericos Igor Kopytoff, Robert Slenes e Joo Jos Reis. Em termos metodolgicos, o trabalho se beneficiou amplamente de contribuies do que se convencionou chamar de Histria Serial. Conclumos que, durante o incio do sculo XIX quatro grandes naes africanas chegaram at Sergipe: Angola, Gege, Mina e Benguela, e, que o volume do trfico negreiro entre frica-Bahia-Sergipe e frica-Pernambuco-Sergipe oscilou em virtude da situao econmica e poltica do Brasil e de Sergipe.
Palavras-chave: Naes africanas. Trfico negreiro. Sergipe.
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Anderson Antonio De Santana Justino
O catimb no Recife: da represso ao envolvimento com as prticas culturais afro-indgenas (1900-1920).)
Resumo:Resumo: O incio da Repblica no Brasil apesar de ...
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Resumo:Resumo: O incio da Repblica no Brasil apesar de ser anunciado por alguns veculos de comunicao como o comeo de um perodo de liberdade para toda a populao negra brasileira, na prtica entendemos que no foi bem assim. Aps a escravido, os libertos que viveram no Recife do sculo XX ainda questionavam e lutavam por os a espaos e condies de igualdade. No tocante a esta pesquisa analisamos a represso sofrida pelas manifestaes culturais afro-indgenas nos primeiros anos deste sculo, na capital pernambucana. Percebemos que o catimb esteve envolvido com diferentes grupos sociais, inclusive autoridades policiais.
Palavras-chave: Catimb. Ps-abolio. Represso cultural negra.
Introduo: O perodo do ps-abolio brasileiro pode ser entendido dentro da historiogrfica, por alguns historiadores, como um recorte de muitas permanncias do cativeiro, em especial para as pessoas negras. CAMPOS (2001), FARIAS (2015) e SCHWARCZ (1993) nos mostram em seus estudos os mecanismos e as circunstncias de desigualdade enfrentados pela populao negra no ps-1888. Dentro dessas percepes propomo-nos neste trabalho analisar o contexto social do catimb no Recife do sculo XX atravs dos peridicos. Entender as relaes sociais existentes e os conflitos presentes na sociedade recifense com relao a essas prticas.
Metodologia: Por meio das matrias de alguns jornais da poca tecemos nossas anlises, como: Jornal do Recife, A Provncia, Diario de Pernambuco e o Jornal Pequeno. Alm desses, leituras e discusses de autores que dialogam com nossa temtica tambm fazem parte dos nossos estudos.
Referncias:
BASTIDE, Roger. As Religies Africanas no Brasil, So Paulo:Pioneira, 1985.
CAMPOS, Zuleica Dantas Pereira. O combate ao Catimb: Prticas repressivas s religies afro umbandistas nos anos trinta e quarenta. 2001. 315f. (Doutorado em Histria) Universidade Federal de Pernambuco Recife-PE, 2001.
FARIAS, Rosilene Gomes. Dom da Cura: Rastros de curandeirismos no Recife republicano (dcadas de 1930 e 1940). 2015. Tese (Doutorado em Histria) Centro de Filosofia e Cincias Humanas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2015.
CUNHA, Olvia Maria Gomes da & GOMES, Flvio dos Santos (orgs.). Quase cidado: histrias e antropologias da ps-emancipao no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2007.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetculo das raas. Cientistas, instituies e questo racial no Brasil, 1870-1930. So Paulo: Companhia das Letras. 1993.
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Severino Barbosa da Silva (UNICAP - Universidade Catlica de Pernambuco)
A comunidade de So Loureno em Goiana, Pernambuco: reconhecimento das razes quilombolas no contexto atual
Resumo:O presente trabalho tem por objetivo elucidar a im...
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Resumo:O presente trabalho tem por objetivo elucidar a importncia da formao dos quilombos no Brasil, pois os africanos contriburam significativamente na construo social, sendo de extrema importncia o resgate histrico. Ademais, eram sujeitos a todo tipo de trabalhos e castigos cruis, por isso no aceitaram pacificamente a escravido e como smbolo de luta e resistncia no perodo de escravido houve o surgimento dos quilombos. Vale salientar que no final do sculo XVII, em Pernambuco, de acordo com Flvio Gomes, quilombos multiplicavam o nmero de habitantes, pois muitos escapavam levados do amor da liberdade, outros por temer o castigo de seus senhores. Entretanto os quilombos comearam a ter visibilidade a partir de 1988. Para tanto a premissa bsica para o reconhecimento razes quilombolas surgiu atravs no art. 68 ADCT (Ato das Disposies Constitucionais Transitrias) da Constituio Federal de 1988, bem como no art. 215 ,do Decreto 4.887/03, que regulamenta a ADCT acima transcrita. que a herana cultural que ainda se perpetua no tempo faz parte da historia do povo brasileiro. Outro pontro importante de valorizao da cultura africana a lei 10.639/2003 que dispe da obrigatoriedade do ensino de histria e cultura afro-brasileira e africana. Segundo Paul Claval cultura a soma dos comportamentos, dos saberes, das tcnicas, dos conhecimentos e dos valores acumulados pelos indivduos durante suas vidas e em outra escala, pelo conjunto dos grupos que fazem parte. Nesse sentido para desvelar a realidade dos quilombos, inicialmente buscaremos conceituar, apontar os dados quantitativos com relao comunidade quilombola no pas e bases legais, e por fim uma pesquisa em loco na comunidade quilombola situada no municpio de Igarassu na regio metropolitana de Pernambuco, na comunidade de So Loureno. Tal objeto de estudo visa contribuir significativamente para reconstruo da histria, resgatando a memria e a importncia do negro na construo da sociedade brasileira na atualidade
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Lilia Rose Ferreira (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco)
Uma preta mettida a valente: vadiagem, sade pblica e controle da liberdade na capital alagoana ps-abolio (1889 a 1890)
Resumo:O objetivo desta proposta de trabalho se concentra...
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Resumo:O objetivo desta proposta de trabalho se concentra em analisar algumas experincias de liberdade, de homens e mulheres africanos e afrodescendentes no contexto do imediato ps-abolio, entre os anos de 1889 a 1890. Investigaremos como o Poder Pblico, imprensa e sociedade civil, instrumentalizaram mecanismos visando controlar as manifestaes desses sujeitos, bem como tambm apresentar algumas estratgias articuladas para sobreviver e resistir diante de tais tentativas de controle e perseguio.
Sem esquecer da Repblica recm-proclamada em 1889, buscamos demonstrar como os discursos de modernidade e civilizao, intrnsecos ao ideal republicano, fizeram parte da sociedade maceioense e trataram, em diversas vezes, de respaldar as persecues aos africanos e seus afrodescendentes. Observando que os habitantes de Macei, advm, em grande nmero, da populao recm-liberta aps 1888 e de africanos livres, cabe ponderar que na impossibilidade de exterminar as prticas culturais e os sujeitos, se acionava a busca pela acomodao.
O texto que origina o ttulo desta propositura se refere a uma nota do jornal Gutenberg, de domingo, 23 de novembro de 1896, cujo ttulo Com a Polcia noticiava a presena de duas mulheres, Olindina e Maria Zoiro que conforme o articulista do jornal, eram malfeitoras e viviam de provocar ativas algazarras e que nenhuma providncia teria sido tomada at dado momento. Teria se aliado a essas duas mulheres uma terceira, que foi chamada de preta mettida a valente, e que ela veio fazer com que aquellas ficassem cada vez mais audaciosas.. O texto publicado tambm exigia, em nome da moralidade, que medidas punitivas deveriam ser tomadas com urgncia. Algumas questes se ilustram a partir desse exemplo, a) o que eram as tais algazarras? Porque que o comportamento dessas mulheres ameaava a moral e a civilidade? Que moral e civilidade eram estas? Por que a mulher que recebeu a pecha de preta metida a valente apresentada como mais perigosa? E por que seu nome no citado? E por fim, quais medidas urgentes poderiam ser tomadas diante desta ocorrncia? Outras indagaes se exteriorizam quando se considera os problemas a respeito da sade pblica, por meio de discursos e engrenagens que visaram controlar as populaes negras, seja pela via do deixar viver ou do deixar morrer.
Para responder essas e outras interrogaes, utilizaremos, os peridicos Gutenberg, Orbe e Cruzeiro do Norte, o Cdigo Penal da Repblica de 1890 e a Constituio da Repblica dos Estados Unidos do Brasil de 1891. Em dilogo com as fontes, a bibliografia especializada, a exemplo de Chalhoub (1990, 1996), E. P. Thompson (1998, 2011), Fraga Filho (2014), Emlia Santos (2016), Irinia Santos (2016), Mbembe (2016, 2017), Figueiredo Jr (2018), etc.
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Jos Bento Rosa da Silva (Universidade Federal de Pernambuco)
Rufina & Bento: Afrticanos no Recife Oitocentista
Resumo:Neste artigo investigamos dois testamentos feitos ...
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Resumo:Neste artigo investigamos dois testamentos feitos no sculo XIX, na freguesia (hoje bairro) do Recife, por africanos que aram pela experincia do cativeiro e posteriormente conquistaram a liberdade. Um deles, de um senhor, solteiro, e que tinha uma filha com a qual vivia desde a mais tenra idade; o outro, de uma viva que no tivera filhos.
Estes testamentos nos revelam um pouco da trajetria destes dois africanos, tais como: o crculo de amizade, a crena, a concepo de mundo, o local onde moravam. Portanto os testamentos revelam aspectos da vida, para alm da hora da morte.
No caso deste artigo, investigamos dois testamentos feitos no sculo XIX, na freguesia (hoje bairro) do Recife, por africanos que aram pela experincia do cativeiro e posteriormente conquistaram a liberdade. Um deles, de um senhor, solteiro, e que tinha uma filha com a qual vivia desde a mais tenra idade; o outro, de uma viva que no tivera filhos.
O primeiro testamento analisado foi ditado pela testadora Rufina Maria da Conceio a Galdino Temstocles, num sbado, 20 de maio de 1865. Na poca, ela estava com mais de 70 anos de idade, com uma lucidez invejvel para quem j tinha vivido tantas agruras ao longo da vida. Moradora na Rua da Senzala Velha, nmero 26, na freguesia do Recife, local onde foi realizado o ato, sob os olhares atentos e os ouvidos aguados das testemunhas que conheceremos ao longo desta narrativa. Rufina veio a falecer quatro anos aps, numa sexta-feira, 23 de julho de 1869. Portanto, quando fez o testamento, no estava prestes a morrer.
O segundo testamento investigado foi feito no leito, na freguesia de So Jos (atual bairro de So Jos), na Rua dos Pescadores, nmero 9, num sbado, 12 de julho de 1890. O testador, Bento Moncorvo da Costa, faleceu meses depois, mais exatamente na quinta-feira, 27 de novembro daquele ano, pouco dias aps o incio do regime republicano.
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Ronnei Prado Lima (Prefeitura de Ipojuca/Prefeitura de Camaragibe)
O culto de egngn e a famlia Daniel de Paula: Uma celebrao da vida para alm da morte
Resumo:A morte desperta variados sentimentos: o medo, ter...
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Resumo:A morte desperta variados sentimentos: o medo, terror, angstia, ansiedade e at mesmo a curiosidade. No culto Egngn, no diferente, mesmo seus participantes, sacerdotes (j) e simpatizantes enfrentam esses sentimentos e convivem com o mesmo de diferentes formas e cotidianamente. nesse contexto que pretendo desenvolver a narrativa de um grupo familiar que tem uma ligao bastante prxima da morte (Ik) e a seu culto, os Daniel de Paula, afro-descendentes, oriundos da Ilha de Itaparica no Estado da Bahia e, assim, poder analisar todo esse contexto histrico e antropolgico que proporcionou a continuidade do culto bem como sua expanso para outras regies do Brasil. Sabe-se que os primeiros terreiros de culto egngn, citados em obras como o de Nina Rodrigues (2008), Julio Braga (1990), Santos (1986), Sobrinho (2015) entre outros, indicam que os primeiros acontecimentos ligados a essa afro-religiosidade remota ao sculo XIX. O primeiro foi Terreiro de Vera Cruz, aproximadamente na dcada de 1820 em Itaparica, depois o Terreiro do Mocambo (1830) fundado por Marcos o Velho que ao comprar sua alforria, foi frica e voltou com o assentamento do Olr gn Bb Olktn. Tem-se o terreiro da Encarnao (1850), o Tntn (1850) fundado por Tio Marcos, filho de Marcos o Velho. Dentre outros, desses nos debruaremos mais os estudos com o m Il Agboula fundado por Eduardo Daniel de Paula, Tio Serafim e Tio Marcos em 1940 e o Il A Ob rn que hoje est sob o comando do algb Crispin Daniel de Paula Filho que teve seu incio na dcada de 2002 no bairro da Imbiribeira, depois foi para o bairro do Ibura, seguindo para Jiqui todos na cidade do Recife e, atualmente est na cidade de Glria do Goit no Estado de Pernambuco. A trajetria de vida dessa famlia e de sua ligao com o culto a ancestralidade contribui enquanto guia para uma histria ainda maior nessa ligao entre as duas margens do Atlntico, pois eles so a base da resistncia, continuidade e expanso desse culto
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Tas Daiele Alves (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora)
A Frente Negra Brasileira em Minas Gerais: convergncias e divergncias entre a filial mineira e a sede paulista
Resumo:Este projeto prope-se a investigar as particulari...
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Resumo:Este projeto prope-se a investigar as particularidades das aes e das concepes polticas, sociais e ideolgicas da Frente Negra Brasileira em Minas Gerais. A agremiao fundada em terras mineiras por Pio Damio em 1932, tinha por propsito, melhorar as condies de vida da populao negra e lutar para alcanar igualdade de direitos efetivamente. Iniciaremos a anlise com base no comando central da associao, sediado em Guaxup, contudo ampliaremos a pesquisa outras filiais mineiras, para termos condies de construir um conhecimento mais amplo sobre a Frente Negra no estado. A partir da vamos examinar as concepes da filial mineira, frente sede nacional em So Paulo, buscando visualizar os elementos de convergncia e divergncia entre os dois grupos. Para viabilizar a pesquisa, utilizaremos como fonte documentos produzidos pelo Departamento Estadual de Ordem Poltica e Social (Deops) em Minas Gerais, depositados no Arquivo Pblico Mineiro. Nas pastas possvel analisar a Frente e outras associaes negras investigadas no estado. Outros documentos tambm sero utilizados, documentos cartoriais de Guaxup; Livros de ata das reunies da Santa Casa de Misericrdia da regio; artigos de revista e jornais da poca, e livros e captulos de livros que contam a histria do municpio, alm do esplio do lder do movimento no estado, Pio Damio. Ao analisarmos a literatura sobre a FNB, possvel constatar que s pesquisas se detiveram, primordialmente, a sede paulista da associao. Sob a direo de Arlindo Veiga dos Santos, a FNB paulista caracterizou-se por defender um programa poltico e ideolgico marcado pelo autoritarismo e pelo ultranacionalismo. O vis e liderana autoritria que marcaram a direo da FNB fundada em So Paulo, leva-nos a questionar se estas caractersticas tambm eram evidentes e marcantes em outras filiais da FNB pelo pas, ao identificar as aes da FNB em Minas Gerais, nota-se uma ao mais socializante e popular, apresentando alguns elementos divergentes do comit central, sediado em So Paulo O nosso objetivo conhecer a realidade da Frente Negra em Minas, buscando o entendimento das suas particularidades, em relao ao movimento nacional paulista.
Palavras-chave: Movimento Negro, Frente Negra Brasileira, Minas Gerais, Guaxup.
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ST 12 - Sesso 2 - Sala 12 - Dia 17/09/2020 das 14:00 s 18:00 6t733x
Local: Sala 12
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Gustavo de Andrade Durao (Universidade Estadual do Piau)
Amlcar Cabral e Amadou Kourouma: geraes intelectuais e luta anticolonial africana.
Resumo:A presente apresentao busca recuperar parte dos ...
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Resumo:A presente apresentao busca recuperar parte dos textos de dois importantes autores africanos: Amlcar Cabral (1924-1973) e Amadou Kourouma (1927-2003) traando entre eles uma comparao cuja descolonizao ser a principal chave de interpretao. Com o aporte da teoria ps-colonial possvel perceber como os seus textos so uma excelente representao dos contextos coloniais de luta pela liberdade poltica e cultural. Um rpido adendo nos auxilia a compreender que o ps-colonial no se trata do perodo ps-independncias, mas uma teoria rica de significado por carregar anlises que apesar de afro-centradas encontram espao nas explicaes sobre o terceiro mundo, sobretudo, quando criticam o capitalismo neoliberal ainda hoje vigente (RENAULT, 2011 p.21).
Centrado na luta por dois pases Amlcar Cabral (guineense de nascimento e cabo verdiano de corao) foi uma figura central na Histria visto que lutou politicamente e no campo das ideias com seus escritos os quais repercutem at hoje. Atravs da anlise de sua fala em "A arma da Teoria" vamos desenvolver um pouco de seu projeto de descolonizao para todo o continente africano (LOPES, 2011, p.168).
Amadou Kourouma contemporneo de Cabral e produz O sol das Independncias (1968), um romance responsvel por abrir caminho para se falar abertamente do sistema colonial, mas trazendo tambm o debate acerca das tradies africanas para esse "novo" espao nacional da Costa do Marfim. Ele acabou sintetizando a oralidade para a literatura de expresso sa e formou uma gerao de escritores responsveis pela crtica ao sistema colonial. Nesse sentido, a escrita de Kourouma extremamente inovadora e reveladora da realidade africana, pois expe um debate sobre a tradio que continua a suscitar vivas controvrsias (CHEVRIER, 2003, p130-1).
Amlcar Cabral se organizava, em 1956, em torno do partido que ajudou a fundar, o PAIGC (Partido Africano pela Independncia da Guin e Cabo Verde). Esse partido foi influenciado pelo movimento revolucionrio de Angola MPLA (Movimento Popular de Libertao de Angola) de Agostinho Neto e Viriato da Cruz sendo possvel afirmar que ambos fizeram parte de uma guinada poltica e cultural da frica lusfona.
Assim, vamos analisar a fala de Amadou Kouroma e algumas das expresses no seu livro como uma maneira de negociao de um projeto de emancipao para a frica. De igual modo, Amlcar Cabral fundou uma gerao de escritores e militantes capazes de formular um projeto para o continente africano.
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Florentino Macrio de Macedo Neto (UESPI - Universidade Estadual do Piau)
AS INDEPENDNCIAS DOS ESTADOS africanos no Primeiro Romance de Ahmadou Kourouma Perspectivas ps-coloniais
Resumo:Essa comunicao tem como objetivo explorar alguma...
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Resumo:Essa comunicao tem como objetivo explorar algumas perspectivas do pensamento de Ahmadou Kourouma no que concerne os primeiros anos de independncia dos Estados africanos, tendo em vista destacar as representaes feitas por esse autor acerca da Costa do Marfim presentes em seu primeiro romance Les Solleils des Indpendances (O Sol das Independncias), bem como trazer reflexes acerca das crticas feitas por Kourouma aos lderes polticos no contexto dos primeiros anos aps as independncias polticas.
O sol das independncias de Ahmadou Kourouma crtica contundente contra o colonialismo francs, mas tambm aos Estados africanos independentes marcados por uma endmica crise, corrupo, abusos de poder e o partido nico, o que para Ahmadou Kourouma evidencia a ausncia de democracia, assim o autor deixa clara a usurpao violenta da dominao colonial ao mesmo tempo em que critica as Independncias por no possibilitar uma reabilitao dos valores tradicionais e a preservao dos direitos dos cidados. (CARMO, 2008, p. 18-36).
As representaes feitas por Kourouma da sociedade marfinense e das diversas categorias sociais que buscam terem seus direitos de cidados atendidos, demonstram as preocupaes desse intelectual em denunciar os abusos cometidos pelos novos dirigentes em uma sociedade que comea a agenciar a sua existncia com o advento da independncia Nesta acepo, o ps-colonial pressupe uma nova viso da sociedade que reflete sobre a sua prpria condio perifrica, intentando adaptar-se lgica de abertura de novos espaos, de que fala Kwame Anthony Appiah (MATA, 2000, p, 1). Neste sentido, essa abertura de novos espaos, caracterstica do ps-colonial, apresenta tanto a recusa das instituies e significaes do colonialismo como das que saram dos regimes do ps-independncia.
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Rafaela Moura Silva (UESPI - Universidade Estadual do Piau)
Gilberto Freyre: colonialismo lusitano e dispora africana
Resumo:Ao falar de colonialismo lusitano tem-se a ideia d...
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Resumo:Ao falar de colonialismo lusitano tem-se a ideia de levar a civilizao de uma nao crist aos povos selvagens foi sempre o principal argumento usado pelos lusitanos para dar continuidade istrao de suas colnias. Dessa forma, essa comunicao tem como objetivo analisar como Gilberto Freyre pode ter contribudo com a ideologia colonial portuguesa e a ideia do lusotropicalismo a servio do Estado Novo Salazarista. O discurso da colonizao por muito tempo foi do ponto de vista do colonizado, Gilberto Freyre acreditava no bom povo portugus, onde os mesmo teriam uma facilidade para a assimilao, dessa forma os portugueses tiveram sucesso, onde muitos fracassaram (VILLON, Vitor. 2010). A ideia de que as colnias era uma extenso da nao, foi marca do esforo ideolgico do colonizador, principalmente aps o desgaste da ditadura salazarista, de que esse processo de assimilao dos colonizados era de certa forma um elemento que facilitou a continuidade de explorao das colnias portuguesas. (CARDO, Marcos, CASTELO, Cladia. 2015.).
Entretanto levamos em considerao os conceitos de lutas de liberdade, onde temos as independncias das colnias que pertenciam a Portugal. Jos Marques Guimares trabalha a ideia de uma herana colonial, onde expressa o discurso do colonizado e nega o discurso do colonizador, que de certa forma acredita que as independncia foram dadas e no conquistadas pelos africanos.
Gilberto Freyre acreditava que o poder da assimilao e miscigenao era uma caracterstica dos lusitanos, desse modo ao explorar outras civilizaes acabavam por levar a cultura, costumes e hbitos principalmente africana. Stuart Hall aborda a dispora africana como uma produo de cultura, onde sempre h um processo de formao cultural, abarcando o que h mais amplo entre semelhanas e diferenas (HALL, Stuart. 2003).
Dessa forma o artigo pretende entrelaar o discurso colonialista lusitano abordado por Freyre e como afeta a dispora africana, fazendo com que por muito tempo houvesse o discurso colonialista pregado pelos portugueses, bem como as heranas coloniais, fizessem com que as abordagens africanas fosse, de certa forma menos importante.
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Dandara Silvia Matos (EE Lindolfo Carlos Ferreira)
Jornal Revoluo, a voz do primeiro governo independente de So Tom e Prncipe: as relaes internacionais e o discurso da imprensa (1975 1979).
Resumo:Logo aps sua independncia em 12 de julho de 1975...
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Resumo:Logo aps sua independncia em 12 de julho de 1975, So Tom e Prncipe firmou as primeiras parcerias internacionais ainda no mesmo ano. Como o mundo, naquele momento, vivia uma guerra fria, as inclinaes dessas relaes foram socialistas, indo contra o ao capitalismo estadunidense e ao imperialismo europeu. Nos primeiros acordos, os dirigentes firmaram parcerias com as tambm antigas colnias portuguesas, e tiveram os pases do bloco socialista como maiores aliados, como a Unio Sovitica e China. A populao so-tomense e alguns da oposio, questionavam esse alinhamento socialista, j que o presidente Pinto da Costa afirmava pertencer ao grupo de no-alinhamento. Para convencer o povo sobre a importncia desses acordos diplomticos a comunicao foi uma arma utilizada. Este trabalho faz uma anlise do nico jornal permitido durante os primeiros anos ps independncia, o Jornal Revoluo, pertencente ao Ministrio das Comunicaes. Ele foi importante na funo de disseminar as vantagens e benefcios econmicos para populao provenientes dos avanos dos pases socialistas, exaltando seus acertos e como isso poderia refletir ou ser reproduzido no pas e sobre o outro lado evidenciava as atrocidades do capitalista, principalmente chamando ateno para os perigos do neocolonialismo europeu. Os textos tinham um carcter doutrinador e, s vezes, intimidador, o jornal no se colocava s como transmissor de informao, mas como a voz do governo vigente, como se ele fosse o elo entre a populao e o governo. O presente trabalho um trecho da minha dissertao, no qual analiso essas relaes internacionais atravs do jornal, os anos dessa pesquisa so de 1975 a 1979, com 54 exemplares pesquisados. Ainda nesses exemplares foi possvel analisar a relao de So Tom e Prncipe com os outros os pases da frica Lusfona, como eles construram os elos e a ideia de irmandade nesse momento ps-colonial.
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Matheus Henrique da Silva Lima (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco)
Apontamentos sobre Histria e Literatura: a poesia de combate e a literatura de resistncia na coleo autores ultramarinos da Casa dos Estudantes do Imprio (1944 1965)
Resumo:Partindo das inmeras contribuies que a Histria...
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Resumo:Partindo das inmeras contribuies que a Histria Cultural agregou aos debates acerca do uso da Literatura enquanto aporte para a construo do conhecimento historiogrfico a respeito de determinadas sociedades e grupos, o presente trabalho se prope a apontar reflexes concernentes ao fazer historiogrfico a partir das categorias de Literatura de Resistncia e Poesia de Combate, especialmente no que diz respeito a Histria das ex-colnias portuguesas em frica. Considerando o pressuposto de que a literatura, quando analisada pelo historiador, precisa ser vista enquanto um documento prenhe de ao e potncia (FERREIRA, 2013), a possibilidade de pensar o lugar que determinadas produes literrias ocupam, sobretudo na historicidade de pases que atravessaram as fraturas do julgo colonial nos sculos XIX e XX, dialoga de maneira substancial com a construo de um mosaico de narrativas contrastantes aos discursos do colonizador sobre eventos determinantes nos processos de libertao. Para alm disso, esta relao oferta mltiplas nuances de compreenso dos pensamentos anticoloniais atrelados aos movimentos de emancipao de Angola, Moambique e Cabo Verde. Neste caso, no tocante s ex-colnias portuguesas em frica, a coleo Autores Ultramarinos, publicada pela UCCLA (Unio das Cidades Capitais de Lngua Portuguesa), em 2015, rene um compilado de poemas, ontologias, contos, ensaios e romances produzidos por angolanos, moambicanos e caboverdianos associados CEI (Casa dos Estudantes do Imprio (1944 -1965) e que servem como ponto de partida para a compreenso de elementos fulcrais na luta anticolonial, como por exemplo, os ideais de nacionalismo e a difuso de denuncias e exploraes perpetradas pelo regime colonial portugus. Dessa maneira, em consonncia com documentos oficiais e produzidos no seio da CEI, alocados nos acervos digitais da Fundao Mrio Soares, Hemeroteca de Lisboa, Torre do Tombo, Dirio da Repblica e da UCCLA, o debate sobre a efervescncia dos movimentos revolucionrios africanos, a partir da participao direta de figuras formadas cultural e intelectualmente na Casa dos Estudantes do Imprio, enlaa facetas que envolvem a importncia da interdisciplinaridade na anlise e construo historiogrfica desse perodo. Desse modo, concomitantemente, tambm contribui para a construo de uma narrativa que evite os olhares unvocos e engessados da histria contada pelo colonizador, em outras palavras, a relao da Histria e da Literatura, nesse sentido, distancia os perigos engendrados por uma histrica nica.
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Bianca Lopes Brites (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Entre a contrapartida ao extermnio em torno de uma proposta de (re) composio ontolgica e a ascendncia de um Todo Mundo a partir da abertura do Ser: debates de Diop,Asante, Mbembe e Gilroy
Resumo:O presente trabalho parte da pesquisa de mestrado ...
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Resumo:O presente trabalho parte da pesquisa de mestrado em Histria cujo foco centra-se na anlise das obras A Crtica da Razo Negra de Achille Mbembe e Entre Campos, Naes e Culturas: O Fascnio da Raa de Paul Gilroy. Por se tratar de um mtodo que percorre, alm do ser-obra (LACAPRA, 2008), s tradies intelectuais e analticas que os autores discutem nos meandros internos de suas escritas, h uma inteno em abordar um aspecto do debate trazido por ambos, inserido no pensamento negro contemporneo. Tal abordagem associa-se s ideias de Cheikh Anta Diop e Molefi Asante, tendo em vista que o primeiro fora um pesquisador senegals nacionalista negro e o segundo um pesquisador afro-norte-americano e potente referncia dos estudos afrocntricos, intimamente conectado ao pan africanismo nacionalista. As discusses que sero mobilizadas no que se pretende essa breve reflexo centra-se em como esses dois autores supracitados contestam a ausncia de histria do continente africano, assim como a suposta inferioridade que condensa tudo que se associa frica. Nesse sentido, essas posies vinculam-se, ainda que diferindo-se em alguns aspectos o pensamento e trabalho de cada autor, uma preocupao com a auto-afirmao identitria a partir do compartilhamento de uma memria comum todos da raa negra, enfatizado por Diop, e africanos no mundo, na perspectiva de Asante. Essa memria reivindica a reorientao da conscincia do indivduo negro-africano a pensar a si como um povo nico, cuja histria deve estar centrada no ado africano e, por conseguinte, das suas reminiscncias e agenciamentos na dispora. Posto isso, Mbembe e Gilroy, ao reportarem-se a estes pensadores em suas respectivas obras, traam um outro caminho epistemolgico e poltico, valendo-se em grande medida de um aporte fanoniano que busca o fim da definio do Ser sob parmetros raciolgicos. Mbembe e Gilroy, alm disso, prope que a abertura do Ser no est em conformidade com a construo de uma conscincia calcada em princpios nacionalistas. Nesse sentido, a partir deste recorte objetiva-se adentrar com maior profundidade para destacar qual o significado das diferentes posies entre esses quatro autores, considerando suas premissas epistmicas e polticas propriamente.
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Edmilson Bezerra do Nascimento Jnior (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)
Nascimento, Cor e Raa 1996 a 2020
Resumo: comum ouvir relatos de pessoas que dizem ter uma...
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Resumo: comum ouvir relatos de pessoas que dizem ter uma determinada cor apontada na Certido de Nascimento que no condiz com a sua. Pesquisando sobre este tema, a Portaria n 344 de 1 de fevereiro de 2017 no artigo 2 diz que fica a cargo do pai ou responsvel informar na Declarao de Nascido Vivo (DNV) a cor do seu filho. A portaria anterior, de 1996, j tinha o campo cor/raa, que no era preenchido pelo pai ou responsvel, mas pelo sistema de heteroidentificao.
Fatos como estes acontecem desde o sculo XIX, pois, conforme pontua Mattos (2013, p. 41): a cor era informao sempre presente at meados do sculo XIX e todos os nascidos livres eram qualificados como brancos ou pardos. Assim, a designao de pardo era usada, antes, como forma de registrar uma diferenciao social.
A partir destas observaes, percebe-se o quanto a sociedade brasileira ou a se identificar com uma cor/raa que at hoje os dicionrios a colocam como uma cor de meio termo, coringa. Isto abre margens para questionarmos se esta cor condiz com a real cor de pele do indivduo que a recebeu em seu registro de nascimento, principalmente os nascidos ps 1996, j que se percebe a ausncia do espao cor nas certides de 1980. Mas, que tambm abrem margem para os registros eclesiais dos fins do sculo XIX.
Este contexto histrico e seus ecos na contemporaneidade despertam nossa curiosidade cientfica para investigarmos nossas certides de nascimento para verificarmos os registros de cor/raa. Esse o ponto inicial de partida deste resumo que pretendemos artigo. Dado o contexto de pandemia, nossa pesquisa de dados se dar a partir de entrevistas online, coletando informaes de familiares, amigos e conhecidos, solicitando que se certifiquem da cor/raa que lhe atriburam na certido de nascimento, e se ela condiz com sua autoidentificao. Alm desses depoimentos, recorreremos a alguns registros presentes em livros de batismo dos municpios de Ex, Flores, Floresta, Santa Maria da Boa Vista e Tacaratu, que datam de fins do sculo XIX. Alm da bibliografia que trata do tema racial no Brasil (Florestan Fernandes, Llia Gonzalez, Hebe Mattos, dentre outros), de registros em jornais e das leis de cada poca abordada.
Pretendemos, com este trabalho, fazer um comparativo entre as informaes que so readas atravs dos documentos, seja numa poca remota dos fins do sculo XIX, sem muita tecnologia, em contraponto aos registros obtidos em nossa poca, seja em arquivos do sculo XX ou XXI. Alm disso, demonstrar como questes de cor/raa ainda so to atuais na sociedade brasileira e o quanto ainda precisamos investig-las para atingirmos uma sociedade mais justa e igualitria, j que estas questes so tambm sociais.
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Luiza Nascimento dos Reis (UFPE)
O teatro no brinquedo de idiotas: Wole Soyinka e a dramatizao da histria da Nigria
Resumo:Nascido na Nigria, Wole Soyinka o dramaturgo ma...
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Resumo:Nascido na Nigria, Wole Soyinka o dramaturgo mais premiado do continente africano. Sua obra inclui diversas peas teatrais, poemas, romances, memrias e ensaios de crtica literria. Em O leo e a joia (Soyinka, 2012), uma de suas primeiras montagens e at ento a nica cujo texto foi editado no Brasil, temos um importante material que possibilita a anlise de aspectos da histria contempornea da Nigria. Seu enredo se desenrola em torno da jovem Sidi. A joia de Ilunjil precisa decidir-se entre dois pretendentes - o jovem professor primrio Lakunl e o sexagenrio chefe tradicional Baroka - ao tempo em que destacada pelas lentes de um fotgrafo europeu. A histria acontece numa pequena comunidade dos povos yorubs no interior da Nigria.
Mltiplas so as questes discutidas nessa trama que se desenrola em meados do sculo XX, mais precisamente em 1958 quando foi escrita. Focaremos a anlise na narrativa e performance de Baroka. O chefe tradicional, ou bale, utiliza sua sabedoria para enganar a todos as outras personagens, num jogo de mentira e dissimulao, que resulta na manuteno do seu poder e no atendimento de seus desejos. A trama de Soyinka evidencia como Baroka transforma-se num ator e nos faz refletir como o teatro no pode ser apropriado por aqueles que detm o poder e mantm objetivos escusos. Com essa personagem, Soyinka est discutindo as decises de polticos africanos corrompidos, tema muito pouco abordado poca devido euforia pelas independncias.
O leo e a joia foi classificado como fbula, utiliza-se da ironia e comicidade provocando o riso em diversos momentos, mas tambm mordaz e aborda temas importantes para uma Nigria que se preparava para a independncia poltica. Neste texto dramtico Soyinka recorre performance de um falso ator, como o bale Baroka, para insistir que o teatro no brinquedo de idiotas (Soyinka, 2012, p. 40).
Palavras chave: teatro; Soyinka; Nigria; corrupo; O leo e a joia
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Joceneide Cunha dos Santos (UNEB)
Alguns Apontamentos das Misses Batistas Brasileiras em Angola nos anos noventa
Resumo:
Muitos intelectuais se debruam sobre as misses...
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Resumo:
Muitos intelectuais se debruam sobre as misses protestantes e catlicas na frica em diversos marcos temporais e lugares distintos. Esses trabalhos abordam como as misses contriburam no processo de colonizao bem como essas misses se modificaram ps II Guerra Mundial. Dentre esses intelectuais podemos destacar Tereza Cruz e Silva que estudou os presbiterianos e metodistas em Moambique e destaca a importncia que essas misses tiveram na formao das lideranas da FRELIMO a exemplo de Mondlane (SILVA,1998). Ou ainda Moreira que trata dos missionrios batistas em Moambique e Angola na dcada de 70 e evidencia a relao entre esses missionrios e o contexto politico da poca (MOREIRA, 2017). Segundo o mesmo autor, as primeiras notcias de missionrios batistas no continente africano 1971 em Moambique quando temos notcias da chegada de Valnice Milhomens naquele pas. Dulley estuda a trajetria de Jesse Chipenda, um catequista que se tornou pastor em Angola nas primeiras dcadas do sculo XX. Atravs dessa trajetria a autora percebe que o habitus do ser protestante naquele momento estava alicerado na cristianizao, escolarizao e educao pelo trabalho. (DULLEY,2015) Assim, objetivamos apontar alguns elementos sobre as misses batistas em Angola, citaremos algumas misses, algumas estratgias de converses dentre outros aspectos. Tambm analisaremos algumas narrativas desses missionrios sobre o perodo da guerra. Para isso utilizarei o jornal o Batista da dcada de 90 publicado pela Conveno Batista Brasileira, a revista Ultimato que possui um carter mais ecumnico e fragmentos de escritos de missionrios sobre esse momento e um documentrio. Nos jornais e na revistas estamos buscado as notcias sobre a misses em Angola. O jornal era semanal e nos seus nmeros era comum matrias assinadas pelos pastores ou missionrios descrevendo os seus feitos na misso. As intenes dessas publicaes eram diversas, dentre elas manter as ofertas que patrocinavam as misses, dessa forma, essas publicaes tambm so espcies de relatrio para os fiis no Brasil. Mas, essas matrias tambm nos d indcios das estratgias de converso utilizadas com os africanos, bem como das caractersticas da misso e as estratgias dos missionrios no perodo da guerra. A pesquisa est em andamento, no entanto, j podemos pontuar a criao e existncia do seminrio de Huambo. Como alguns missionrios e/ou pastores vivenciaram o conflito MPLA versus UNITA ps eleio de 1992. E por fim, que uma das estratgias da missionrios para evangelizar no decorrer da guerra era o estmulo pelo habito da leitura.
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Lailai Ferreira Xavier (UNEB - Universidade do Estado da Bahia)
Representaes das religies tradicionais em Moambique feitas pelos missionrios assembleianos: inferiorizao do outro e as estratgias de converso.
Resumo:Em 1974 Moambique conquistou a independncia, oca...
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Resumo:Em 1974 Moambique conquistou a independncia, ocasio que foi resultado de guerras de libertao nacional lideradas por movimentos nacionalistas, que tinham como objetivo sarem do domnio portugus. No entanto ao longo dos anos foi possvel perceber que a independncia de Moambique, assim como de tantos outros pases da frica, no significou a libertao total do pas. Moambique j havia se tornado um pas que tinha sofrido com o cruzamento social, cultural e religioso de tantos outros pases. (Cruz e Silva, 2016). E as misses estrangeiras foram atuaes que mesmo sobre resistncia permaneceram no pas, no entanto vivenciaram processos de transformaes no ps-independncia, possuindo novas roupagens e com objetivos e estratgias diferentes das misses anteriores. As escolas de misses j possuem mais conhecimento acerca de Moambique, bem como de sua cultura e das religies tradicionais. A partir de 1990, a Igreja Assembleia de Deus, que no momento estavam vivenciando a poca da Colheita, aumentou o processo de envio de missionrio para o continente africano, tendo em vista que buscavam converter o maior nmero possvel de pessoas. E, Moambique foi um dos pases que se tornou rota para os missionrios assembleianos. Com isso, o objetivo desse trabalho pensar as estratgias de converso utilizada pelos missionrios assembleianos em Moambique, analisar as representaes feitas pelos mesmos sobre as religies tradicionais do pas, partindo da anlise do discurso desses missionrios, feitos em relatrios missionrios, vdeos e nas manchetes dos jornais Mensageiros da Paz, que em sua maioria inferiorizam os costumes religiosos moambicanos em detrimento da supremacia crist. Analisaremos ainda como o colonialismo est enraizado nas prticas e nas falas dos missionrios. Essa anlise ser feita a partir de Achile Mbembe que aponta que o processo de converso dos africanos no foi amigvel ou to pouco resultado da obra do Esprito Santo, mas um processo marcado por conflitos e estratgias, tanto por parte dos missionrios como dos que iam se convertendo. Os conflitos em suas maiorias giravam em torno da demonializao das religies tradicionais e da resistncia desses indivduos que no aceitavam a religio crist ou quando aceitavam era como forma de agregar as demais, causando incomodo aos missionrios que acreditavam ser o cristianismo a nica religio que poderia ligar o homem a Deus e em contra partida ocorreram resistncia de vrias formas distintas. (Mbembe, 2013). E assim analisaremos a relao desses missionrios assembleianos com os Moambicanos no cristo e com os cristos, que mesmo aps convertidos continuam mantendo suas prticas ancestrais.
PALAVRAS-CHAVES: Moambique; Religio; Assembleia de Deus; Misses.
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ST 12 - Sesso 3 - Sala 12 - Dia 18/09/2020 das 14:00 s 18:00 3nj
Local: Sala 12
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Wanderlei de Oliveira Menezes (UFS - Universidade Federal de Sergipe)
A justia rgia contra os tangomaos das Ilhas de Cabo Verde e Guin (1466-1606)
Resumo:A proposta desta comunicao estabelecer relae...
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Resumo:A proposta desta comunicao estabelecer relaes entre as tentativas de imposio de justia rgia para as Ilhas de Cabo Verde e o controle das atividades comerciais escravistas da regio de Guin. O achamento das Ilhas de Cabo Verde se deu por volta de 1460, por ao de navegadores portugueses e genoveses a servio da coroa lusitana. Essas outrora inspitas ilhas atlnticas foram cruciais para a explorao portuguesa dos golfos de Guin e Benim e serviu de ponto estratgico de parada das rotas que cruzavam o Atlntico e caminho para o Oceano ndico. Em 1466, D. Afonso V promulgou uma carta de privilgios para promover o povoamento dessas ilhas. Atravs dela, os moradores da Ilha de Santiago poderiam agir livremente nas Costas de Guin com suas embarcaes e negociar escravos e outros produtos em todo Imprio Portugus e fora dele. O resultado inicial dessa iniciativa rgia foi o povoamento acelerado das Ilha de Santiago e Fogo. Para l afluram mercadores, muito dos quais levaram seus familiares e bens. Nesse contexto constituda uma elite de mercadores terratenentes na cidade de Ribeira Grande, o mais importante centro istrativo e comercial de Cabo Verde. Por outro lado, surgiram os tangamaos, um grupo social formado por homens brancos e miscigenados que aram a traficar escravos sem cumprir os preceitos religiosos e fiscais das conquistas ultramarinas. Esses homens aram a viver como e com os gentios africanos, adotando hbitos e costumes locais. Os tangamaos, tambm denominados de lanados, foram responsveis pela criao de importantes redes comerciais e culturais entre reinos africanos e mercadores europeus. Eles foram duramente perseguidos e ameaados pelas autoridades reinis com a aplicao de pena de morte e expropriao de bens. Nesse contexto, ocorreu o envio sistemtico de corregedores para fiscalizar as atividades comerciais das primeiras geraes de moradores de Cabo Verde. Esses representantes rgios temporrios buscaram eliminar a sonegao de impostos fazenda real sem muito sucesso, pois os tangamaos, por viverem distantes do alcance do poder real, atuaram na promoo da oferta de mo-de-obra escravizada africana para a Amrica portuguesa e espanhola dos sculos XV ao XVII mesmo diante de tantas limitaes. Em 1606, a istrao central decide instituir a ouvidoria geral das Ilhas de Cabo Verde e limites de Guin. A partir desta data foram designados bacharis letrados que aram a servir nos cargos de ouvidor-geral e provedor. Era uma clara mudana de estratgia adotada para inibir a atuao dos tangamaos.
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Luiz Henrique Rodrigues Paiva (UNICAP - Universidade Catlica de Pernambuco)
Literatura bblica, arquitetura monstica e igrejas rupestres no norte da Etipia: Sculos IV ao X.
Resumo:O referido trabalho apresenta como fora edificado,...
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Resumo:O referido trabalho apresenta como fora edificado, no chamado Chifre da frica, a aproximadamente no incio do sculo II da Era Crist, ou final do sculo I, segundo o Priplo do Mar Eritreu, o reino de Axum. Este conheceu um perodo individualmente influente e importante durante o imperado do rei Ezana no sculo IV. Desde essa poca o cristianismo contornou-se como a religio preponderante. A atividade de evangelizao, atentada pelo bispo Frumentius, ou Frumncio, chamado de Abba Salama, Kessate Berhan pela tradio etope, teve continuidade durante o sculo V com os monges emanados do Imprio Bizantino. Devido a esta influncia, a origem da literatura etope bblica e crist. Desde o principio, os meios eclesisticos lhe aprovisionaram suas caractersticas bsicas. Aps o sculo IV, a lngua gueze dominou tanto na corte, quanto no que se refere s atividades na Igreja. Com ela, as tradues atalharam um grande lugar nessa literatura, tanto que, as primeiras obras foram tradues da Bblia efetuadas nos monastrios que foram criados a partir do final do sculo V da Era Crista. Elas foram efetuadas ao longo dos sculos seguintes. Tais obras foram traduzidas principalmente da lngua grega. O Novo Testamento fora traduzido, segundo o texto aprovado pelo patriarca da Antioquia, por eclesisticos srios monofisitas, refugiados nos sculos V e VI na Etipia, onde muito colaboraram com a transmisso do cristianismo. Vrias tradies datam a consignao dos primeiros monastrios no norte do pas dos sculos V e VI. Os violentos saques ocorridos nessa regio ao longo dos sculos fizeram submergir a maioria dessas edificaes, entretanto, restaram vestgios importantes em alguns lugares. Nas origens da vida monstica propriamente dita esto os nove santos, cuja tradio lembra que eles vieram do mundo bizantino. Eles se constituram em lugares pouco veis da regio de Axum. A tcnica de edificao permanece fiel a tradio axumita da arquitetura, a qual, a pedra e a madeira esto adjuntas. As portas e as janelas mostram os enquadramentos que vemos, por exemplo, nas estelas gigantes de Axum com pontas de vigas aparentes, bem como essas alternncias de partes acentuadas e cncavas, que estabelecem uma das caractersticas da arquitetura axumita. Essas igrejas foram os primeiros monumentos a revelarem um aspecto dos edifcios construdos por volta do sculo X. Pesquisas empreendidas ao longo dos anos 70 deram a conhecer outras igrejas no norte da Etipia, testemunhando a arte arquitetnica dessa poca.
Palavras-Chaves: Etipia, Cristianismo na frica, Igreja.
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Leandro Nascimento de Souza (EAD-UFRPE / UNIFIP)
Entre escravizados e minas de cobre: a batalha de Ambula e os interesses do Pernambuco colonial na frica, 1665
Resumo:Foi o libongo, pequeno pedao de tecido de vrias ...
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Resumo:Foi o libongo, pequeno pedao de tecido de vrias dimenses e qualidades, feito base de fibras da palmeira-bordo, que ganhou o mercado em Angola ao longo do sculo XVII. Os panos libongos causaram uma grande preocupao entre os portugueses, pois se tornou muito desvalorizado, o que dificultava o controle mercantil dos lusitanos. Os mesmos insistiram ao longo da segunda metade dos seiscentos, a substituio desses panos pelas moedas de cobre, desejando que o metal se tornasse uma referncia nas transaes comerciais e pagamentos dos soldados, sendo o material mais usado para fabricao de utenslios de uso dirio como facas, enxadas, flechas, punhais, copos, manilhas e colares. O governador de Angola, Andr Vidal de Negreiros, em 1662, exps os problemas relacionados aos panos libongos como moeda de troca na praa de Luanda, comprometendo no s o pagamento dos soldados, mas tambm as vrias atividades econmicas em Angola, o governador sugeriu que fosse aplicado as cunhagens das moedas de cobre, pois segundo Negreiros havia muito desse minrio na regio do Congo. Desde o perodo de Souto-Maior que j tinha sido exposto esse problema, e na reconquista de Luanda em 1648 por Salvador de S, o ento governador tentou implantar as moedas de cobre sem sucesso. Em setembro de 1663 o Conselho Ultramarino deu parecer positivo a Negreiros, sugeriu ao Rei a aplicao da moeda de cobre, pois os panos libongos tinham cado muito de qualidade, perdendo cada vez mais o seu valor. De acordo com o cronista Cadornega e os documentos publicados pelo Padre Antonio Brsio na Monumenta Missionria Africana, pudemos perceber que a grande justificativa para a batalha de Ambula e o conflito entre a capitania de Angola com o reino do Congo foram as minas de cobre no territrio congols, pois no tratado de paz de 1649, uma das capitulaes exigidas por Salvador de S, foi que o Congo deveria entregar a Coroa portuguesa suas minas de metais preciosos, sejam ouro ou cobre. Em 1651 essa clausula foi retirada pela Coroa lusitana, mas no foi aceita pelos colonos em Luanda, que exigiram a liberao das minas por parte do Congo, resultando numa grande tenso entre Angola e o rei congols D. Antonio, o que ocasionou na Batalha de Ambula e a explorao das minas de cobre pelos portugueses na regio do Congo, obtendo matria prima necessria para a cunhagem das moedas de cobre e sua insero nos mercados da frica Centro Ocidental, em substituio aos panos libongos. Alm de que, a busca pelas minas de cobre a regio do Congo teve como objetivo a captura de escravizados, atravs da guerra justa, assim aumentando os nmeros de cativos desembarcados no porto do Recife nesse perodo.
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Priscila Maria Weber (USP - Universidade de So Paulo)
Os Marqueses de Alegrete e as cpias da obra Histria Geral das Guerras Angolanas: Antnio de Cadornega como um irado conquistador
Resumo:Em 1961, o historiador britnico Charles Boxer pub...
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Resumo:Em 1961, o historiador britnico Charles Boxer publica pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra um texto intitulado como A Histria de Cadornega no Museu Britnico (BOXER, 1961). Nesse artigo, Boxer noticiava historiografia a recente descoberta de mais uma cpia dos manuscritos de Oliveira de Cadornega. De l pra c, apesar de uma verso da obra de Cadornega ser amplamente utilizada como fonte documental pela historiografia que trabalha com temticas relacionadas a Histria de Angola e cujo marco temporal o sculo XVII, pouco se tem dito ou problematizado sobre as diferentes verses que se tem notcia, tampouco sobre o modo como os historiadores esto ando as mesmas.
Este trabalho investiga uma dessas verses manuscritas, cuja autoria foi atrelada a Antnio de Oliveira de Cadornega e que compe atualmente o acervo da Biblioteca Nacional de Portugal (CADORNEGA, Cota A.T./L. 54//1-2). Atravs de anlise paleogrfica e documental (FACHIN, 2008; ANDRADE, 2009; BERWANGER, 2015), observamos que essa verso da obra Histria Geral das Guerras Angolanas uma cpia encomendada pelos Marqueses de Alegrete em meados do sculo XVIII, e se difere em vrios aspectos do manuscrito trasladado de Luanda, chegado em Lisboa em 1683, e escrito a prprio punho por Oliveira de Cadornega (CADORNEGA, Cota 77 e 78, 1681). Inspirados em Boxer, esforamo-nos para disponibilizar anlises e suscitar debates, noticiando historiografia sobre uma obra pouco divulgada, e que merece ainda outros trabalhos que a estude de forma mais aprofundada.
Provenientes da regio do Alentejo, lugar de nascimento de Cadornega e o ducal que assenhoreou os Braganas durante as governanas Filipinas de unio peninsular (BOXER, 2002), os Marqueses de Alegrete possuam circulao entre a Casa bragantina desde o perodo ps-restaurao portuguesa, ocupando cargos, inclusive diplomticos (HESPANHA, 1984). a partir de questes diplomticas que podemos averiguar o ensejo dos Alegretes em apreciar a histria atravs dos feitos blicos de Portugal, o que tornava Cadornega uma literatura interessante (WEBER, 2018: 170), visto que era tido como um conquistador de Angola. Observaremos neste texto os motes que levaram os Alegretes a solicitar cpia de tal manuscrito; como essa cpia foi parar no acervo da Biblioteca Nacional de Portugal e, ainda, averiguaremos auxiliados por elementos textuais e paleogrficos as modificaes que essa cpia sofreu em relao aos tomos trasladados de Luanda.
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Euclides Victorino Silva Afonso (UNEB)
A colonizao portuguesa: A liberdade e condio dos cidados relatado no peridico a civilizao da frica portuguesa no sculo XIX
Resumo:A historiografia tem nos oferecido bastantes infor...
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Resumo:A historiografia tem nos oferecido bastantes informaes de vrios tempos, especialmente nos perodos mais recentes, afim de compreendermos os factos do ado. Nos referimos propriamente aqui aos estudos do sistema da colonizao, oferecendo novas abordagens histricas e com maior aprofundamento na pesquisa e mtodos, que provocam inquietaes, curiosidades no que concerne a realidade da poca que nos leva a perceber como se deu a relao entre o colonizador e o colonizado. Foram analisado neste artigo os anos 1866 e 1869 a condio dos cidados relatado no peridico a civilizao da frica Portuguesa da segunda metade sculo XIX, publicado por jornalistas que dava inicio a uma era de mudanas aos problemas que se avam na provncia de Angola, as formas de tratamento da populao, que tinha reflexo nas mudanas socioeconmicos e responsveis pela desigualdade e a escravido. Faremos meno ao sistema da colonizao portuguesa e as leis quanto a questo do processo do fim da escravido e seus reflexos com a populao que vigoraram na provncia no sentido de liberdade e do fim da escravido. A pesquisa baseada num estudo de levantamento de documento, isto , peridico, atinente aos anos de 1866, 1867 e 1869 da civilizao da frica Portuguesa, o que a imprensa relatava sobre a provncia de Angola. Alm da explorao deste peridico, foram consultadas referncias bibliogrficas secundrias que dialogavam para compreenso dos fatos quanto a questo do sistema poltico implementados entre os sculos XIX e XX.
A partir do sculo XV os portugueses tiveram um maior destaque nos territrios que hoje Angola. A chegada nesses territrios se deu por volta 1842, aps os contatos e dominao dos territrios, comea a ser explorada as riquezas e a explorao do homem enquanto mercadoria instrumentalizada para produo, destinados tambm nos territrios das Amricas e Europa. Pela sua expanso, Portugal comea adentrar no continente africano, sobretudo no sculo XIV , estabelecer relaes e ampliar seus domnios polticos e econmicos. A lgica para aquisio das riquezas seria o material humano, com grande ajuda neste processo a participao direta da Igreja catlica, a busca de novos fiis (CAREGNATO, 2010, P.5) que resultou a relao e a colaborao entre as potncias auxiliares no processo de colonizao e a escravido.
A frica Centro Ocidental foi regio intensamente afetadas com o trfico de escravos, comercializao e trocas de produtos, e muito fortemente ligado ao fornecimento de cativos ao transatlntico entre os sculos XVI ao XIX. A regio Congo e Angola esteve agudamente envolvido ao trfico de escravo a partir do sculo XVI (CAREGNATO, 2010, P.5). Em pouco tempo o comrcio comeou a se estender com forte presena e a penetrao dos portugueses no Reino do Ndongo, que consequentemente faria de Luanda o maior porto de escravos e uma cidade escravista no sculo XIX. Luanda como a capital istrativa portuguesa em Angola apresenta-se em dados como o maior porto de embarque de escravo em todo litoral do Atlntico da frica at os meados do sculo XIX (LOVEJOY, 1983, P. 49 APUD OLIVEIRA, 2016, P. 133). Na histria da escravido, sobretudo em Angola, se diferencia muito outros espaos pelo elevado nmero cativos que de l foram extrados, em segundo lugar, por ser uma grande extenso territorial da frica que os portugueses conseguiram conquistar e manter, ao menos parcialmente at o sculo XIX (GOMEZ, 2009, P. 172).
Quanto o trfico portugus nessa regio centro Ocidental de frica caracterizou-se de formas diferentes, com suas prprias peculiaridades e relao aos outros espaos do continente africano, embora a aquisio pelos europeus de trabalhadores africanos forados tenha comeado na Senegmbia em fins do sculo XV (MINZ e LOPEZ, 2018, P.5).
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Alexandre Bittencourt Leite Marques (SEDUC-PE)
Os escravos residentes nos enclaves coloniais dos sertes de Angola, na frica Centro-Ocidental (sculo XVIII)
Resumo:Nas ltimas dcadas, houve uma expanso de estudos...
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Resumo:Nas ltimas dcadas, houve uma expanso de estudos que tratam do comrcio atlntico de escravos africanos, ocorrido entre os sculos XV e XIX. O trnsito de parte dos escravos comercializados seguia desde os distantes sertes at costa de frica, de onde eram embarcados em navios e remetidos na travessia em direo Europa e Amricas. Apesar disso, ainda no h a mesma intensidade de estudos sobre quem eram os escravos residentes e os trabalhos que estes desempenhavam nos ncleos coloniais espalhados nos sertes de Angola, na frica Centro-Ocidental. Afinal, alguns desses cativos nunca chegaram a atravessar o Atlntico, tendo trabalhado a vida toda em solo africano. J outros escravos residentes tomaram tardiamente o rumo do oceano, isto , partiram somente depois de anos de servido em seu continente de origem. Portanto, eram pessoas que tiveram contato prolongado ao longo do tempo com as prticas coloniais portuguesas em frica. Compreender a vida cativa dos homens e mulheres da Angola colonial importante, inclusive, para entender a identidade e parte do trabalho desempenhado por alguns desses indivduos que posteriormente chegaram ao outro lado do oceano. Ao serem foradamente deslocados para as Amricas, por exemplo, esses indivduos levaram consigo hbitos, costumes e comportamentos adquiridos nos antigos lugares por onde trabalharam e habitaram na frica. Nesse sentido, o presente artigo tem por objetivo analisar a presena dos escravos residentes em alguns dos enclaves coloniais dos sertes de Angola, enfatizando as condies e qualidades desses indivduos, assim como o trabalho que realizavam nessas localidades de domnio portugus. O recorte geogrfico e temporal da pesquisa se configura em alguns ncleos coloniais situados nos sertes de Angola, principalmente, Muxima, Icolo e Pedras, no perodo do sculo XVIII. Em termos metodolgicos, faz-se uso do paradigma indicirio proposto pelo historiador italiano Carlo Ginzburg, que permite ao pesquisador enveredar por escassas informaes presentes em diferentes documentos e, assim, analisar determinado tema. Alm disso, toma-se a micro-histria como ngulo que permite analisar o mbito local dos sertes de Angola em sintonia com os demais espaos do Imprio portugus. No que concerne s fontes de pesquisa, o trabalho baseia-se em documentos de variadas naturezas, localizadas em algumas instituies portuguesas: o Arquivo Histrico Ultramarino (AHU), o Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT) e a Biblioteca Pblica de vora (BPE).
Palavras-chave: Escravido, Sertes de Angola, Sculo XVIII.
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Patrcia da Silva Soares (Secretaria da Educao do Estado de Gois)
Serto Angolano e Serto das Minas na Amrica Portuguesa, uma Histria Conectada
Resumo:Quais so as imagens que o brasileiro possui da f...
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Resumo:Quais so as imagens que o brasileiro possui da frica hoje, em pleno sculo XXI? Esse continente continua praticamente desconhecido, submetidos aos mesmos e velhos preconceitos. visto como uma frica formada somente por selva, com populaes isoladas, famintas, aculturadas, vivendo em choupanas. Uma viso de uma suposta inferioridade do africano, e logo do negro, trazido ao Brasil na colonizao e de seus descendentes. Foram igualmente esquecidas as relaes entre Brasil e a costa ocidental africana (Angola, Benin, Nigria) durante o perodo colonial, s vezes mais intensas que aquelas entre Brasil e Portugal. As conexes entre os serto de Angola e o serto das minas na Amrica Portuguesa se aprofundam no sculo XVIII, pois neste perodo, h a descoberta e explorao das minas de ouro por aqui, e como o sistema de trabalho desenvolvido na Amrica Portuguesa era o de utilizao de escravizados africanos, esse comrcio com a frica vai aumentar significativamente. Um dos principais pontos dessa agncia em frica era o Porto de Luanda que capitava pessoas no serto da Capitania do Reino de Angola. O volume do trfico atlntico de escravos duplicou na primeira metade do Setecentos, consolidando esse sistema comercial. No mesmo perodo os portugueses tambm aumentam suas incurses sobre o serto da Capitania de Angola atravs da estratgia de avassalamento dos sobas. O movimento portugus rumo ao serto das minas na Amrica, transforma a histria do serto angolano, conectando essas duas regies no setecentos. O aumento da demanda por escravizados no trfico Atlntico no sculo XVIII altera as prticas culturais dos mbudus em relao a escravido. O comrcio de escravos se torna uma das principais atividades econmicas da regio. Objetivando conseguir mais escravizados para negociar com os portugueses os sobas am a utilizar a guerra com maior frequncia para resolver as disputas entre chefes. H, tambm, alteraes na justia, criada a Lei Quituxe que condenava membros do sobados a escravido at por crimes banais. O trabalho com a Histria Conectada nos faz ir alm da anlise das estratgias de dominao dos portugueses, nos levanta questionamentos de como essas estratgias afetaram a histria dos povos do serto e como a presena e a interferncia desses conectaram essas regies.
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Laura Maria de Melo Sarmento (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)
Tecidos Africanos: Histrias, Origens e Simbologias
Resumo:Esse trabalho traz para o centro da discusso uma ...
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Resumo:Esse trabalho traz para o centro da discusso uma anlise histrica
sobre os tecidos africanos, destacando seus aspectos originrios e simblicos,
a fim de compreender a importncia dada a este material pelas sociedades
africanas e diaspricas. Esses tecidos de algodo possuem as mais variadas
estampas, formadas por padres geomtricos coloridos ou figuras que fazem
referncia ao continente africano, caracterstica pela qual so visualmente
marcantes na cultura africana. Por trs da beleza e qualidade dos tecidos,
pode-se identificar funes sociais que so atreladas a este material,
implicando assim os modos como os tecidos so visualizados e utilizados. Para
um maior aprofundamento sobre a histria dos tecidos africanos, o trabalho
analisou trs peas de tecidos fabricadas em frica dashiki, samakaka e mari
capable que serviram como base para o entendimento sobre o modo de
fabricao desses tecidos, a sua comercializao e o seu uso como artigo de
moda nas sociedades africanas. Em paralelo a isso, pode se observar tambm
a apropriao da cultura dos tecidos pelos afrodescendentes, que percebem o
material como smbolo de luta antirracista e o utilizam para reafirmar traos da
sua identidade visual. importante ressaltar que a anlise foi feita com base
em entrevista realizada com Lassana Mangassouba, estilista senegals
residente na cidade do Recife, que atravs do seu trabalho com a confeco de
roupas feitas com tecidos africanos pode estabelecer a conexo entre os
afrodescendentes e a simbologia dos tecidos, resgatando essa herana da
cultura africana. Alm da perspectiva oral, so utilizadas fontes bibliogrficas
que contribuem para um maior embasamento terico sobre as caractersticas
socioculturais e econmicas apresentadas pelos tecidos e o seu modo de uso.
O trabalho, ao investigar a histria dos tecidos africanos, busca elucidar o
conhecimento cientfico sobre este material, com o intuito de impulsionar mais
pesquisas acerca do tema.
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Andr Felipe de Souza Menezes (UNICAP - Universidade Catlica de Pernambuco)
Vises portuguesas da frica: Zurara, Valentim Fernandes, Rui de Pina, Cames e suas similaridades.
Resumo:Este trabalho visa compreender as similaridades ex...
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Resumo:Este trabalho visa compreender as similaridades existentes nas obras produzidas por Gomes Eanes Zurara, Valentim Fernandes, Rui de Pina e Luis de Cames em suas obras sobre o continente africano, visando discutir sobre o continente africano visto pelas obras dos cronistas presentes na monumenta missionaria africana volume 1, ressaltando as similaridades existentes em cada uma de suas obras presentes na monumenta com a obra de Luis de Cames Os Lusadas, a qual a obra de cames pera diversas similaridades com os escritos feitos pelos cronistas como uma poesia pica portuguesas descrevendo seus feitos nas viagens portuguesas pela costa africana e suas dificuldades, a qual remontam uma descrio sobre o continente africano com um certo "exotismo", descrevendo sobre as diferenas do continente africano e seus povos com os europeus.
Portanto o trabalho visa tambm problematizar por meio da comparao existente nas obras citadas destacando suas similaridades, diferenas e sobre a problemtica da viso portuguesa sobre o continente africano com uma nica verso, levantando questes sobre a temtica.
Sendo assim o trabalho visa discutir sobre o perigo de uma verso nica, a qual visa comparar a viso portuguesa em contraponto com as de outros cronistas presentes na obra de Alberto Costa e Silva Imagens da frica, a qual de certa maneira mostra outra perspectiva sobre civilizaes e povos africanos que se diferenciam das obras apresentadas pelos portugueses.
Nesta linha de pensamento o trabalho que consiste em contribuir com a discusso sobre as verses portuguesas sobre o continente africano, por meio de comparativos entre as obras dos cronistas citados com o poema feito por Cames destacando suas similaridades, levantando questionamentos sobre as mesmas, como tambm discutir e relacionar o contraponto dessa verso portuguesa, em relao ao continente africano, discorrendo sobre a problemtica de uma nica verso, alm de falar um pouco sobre as relaes entre portugueses e os povos africanos no final do sculo XV e comeo do XVI, a qual se discute os diferentes olhares sobre o continente africano, procurando assim contribuir com a historiografia africanista, a partir destas discurses sobre as relaes entre diferentes povos no continente Africano com os Portugueses.
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Felipe de Lima Frana (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)
Dirios de Padre ngelo Vinco: Misso na frica Central 1852/53
Resumo:O presente trabalho analise as fontes missionrias...
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Resumo:O presente trabalho analise as fontes missionrias do primeiro padre missionrio explorador que entrou na frica Central compondo o primeiro grupo de missionrios enviado ao centro africano com a criao do Vicariato da frica Central em 1846 pelo papa Gregrio XVI.
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