Resumo: Resumo:
Este Simpsio Temtico se prope a discutir pesquisas que versem sobre estudos decoloniais. A reviso das epistemologias modernas impe-se como desafio terico. Assim, objetivamos afirmar o decolonial como uma possibilidade de sada para novas vises sobre a construo da Histria, juntamente com as discusses crticas sobre a Histria nica e Eurocentrada. O colonialismo Europeu resultou em complexas marcas na civilizao dos povos colonizados, buscando trabalhos que no reproduzam as relaes de opresso que estruturam a nossa sociedade, questionando a lgica que sustenta o racismo, as formas de reproduo do machismo e como estes opera para a explorao de povos inteiros. Dessa forma, procuramos reunir nesse Simpsio Temtico pesquisar acadmicas em desenvolvimento ou concludas; relatos de experiencias e outras formas de expresso que acrescentem ao debate.
Bibliografia:
Alvarez, Sonia E. Constituindo uma poltica feminista translocal da traduo. Revista Estudos Feministas 17.3 (2009): 743-53.
Anzalda, Gloria. La conciencia de la mestiza/ Rumo a uma nova consciencia. Revista Estudos Feministas 13.3 (2005): 704-19.
Ballestrin, Luciana. Amrica Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Cincia e Poltica n 11. Braslia. Maio/agosto. 2013
Gonzalez, Llia. A categoria poltico-cultural de amefricanidade. Revista Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, n.92/93, p. 69-82, jan./jun. 1988.
Harding, Sandra. A instabilidade das categorias analticas na teoria feminista. In: Revista Estudos Feministas, n.1, CIEC/ECO/UFRJ, primeiro semestre, p. 7 a 31, 1993.
_________. Saberes Localizados: a questo da cincia para o feminismo e o privilgio da perspectiva parcial. cadernos pagu (5) 1995: pp. 07-41
Jesus, Carolina Maria de. Quarto de despejo: Dirio de uma favelada. 5th ed.. So Paulo: Editora tica, 1998.
Lugones, Mara. Heterosexualims and the Colonial / Modern Gender System. Hypatia 22.1 (2007): 186-209.
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Quijano, Anbal. Colonialidade, poder, globalizao e democracia. Novos Rumos 37 (2002): 4-28.
____________. Colonialidad y Modernidad/Racionalidad. Per Indgena, v. 13, no 29, p.1120, 1992
Santiago, Silviano. O entre-lugar do discurso latino-americano. Uma literatura nos trpicos. So Paulo: Editora Perspectiva, 1978. 11-28
ST 07 - Sesso 1 - Sala 07 - Dia 16/09/2020 das 14:00 s 18:00 20181s
Local: Sala 07
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Dandriel Henrique da Silva Borges (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Narrativas sobre travestilidades indgenas: cudinas do povo mbay-guaicuru (XIX-XX)
Resumo:At o final do sculo XIX encontravam-se nas marge...
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Resumo:At o final do sculo XIX encontravam-se nas margens do rio Paraguai diferentes subgrupos de indgenas reconhecidos por fontes oficiais luso-brasileiras por seu carter blico e hostil, os antigos mbay-guaicurus, tambm chamados ndios cavaleiros, por guerrearem, desde o final do sculo XVI, montados a cavalo. Em fontes sobre essa etnia, podem ser encontradas raras menes a pessoas chamadas de cudinas, indivduos do sexo masculino que assumiriam papis sociais tais quais as mulheres de seu povo.
Ora por militares, ora por pesquisadores, logo aps a meno as cudinas, aparecem regulares julgamentos morais, depreciando essas pessoas, cuja existncia destoava do padro binrio que esses europeus ou brasileiros cristos entendiam como natural. necessrio ter mente que isso acontecia no mesmo tempo que o Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro (IHGB), assim como algumas sees estaduais, iam surgindo e ganhando importncia. Nessa poca acontecia um amplo esforo de construo de uma nova identidade nacional, uma identidade teoricamente brasileira, mas que era muito baseada em supostos valores morais trazidos (ou melhor, impostos) pelos europeus desde o sculo XVI.
J no sculo XX quando o renomado antroplogo Darcy Ribeiro vai estudar o nico subgrupo remanescente dos antigos mbay-guaicurus, os kadiwus, temos uma diferente perspectiva sobre as cudinas. Em contrapartida aos escritos do sculo anterior, o estudioso brasileiro buscou ouvir relatos dos prprios indgenas e agregar isso a sua pesquisa. Em resposta, as cudinas aparecem em seus escritos, no de modo negativo, mas com at realces de suas qualidades, sendo rememoradas pela tima habilidade em pintura corporal.
A tradio oral, preservada dentre os prprios indgenas, teria sido ento capaz de guardar uma memria sobre as cudinas muito diferente daquela construda pelos escritos oficiais luso-brasileiros.
Palavras-chave: Indgenas; Mbay-guaicurus; Travestis
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Rodrigo Lopes Alencar (SEDUC-MT)
Ensino de Histria na Escola Indgena Estadual Tapiitawa em Confresa-MT: Educao crtica e intercultural.
Resumo:O presente trabalho faz parte da pesquisa da Disse...
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Resumo:O presente trabalho faz parte da pesquisa da Dissertao de Mestrado do Mestrado Profissional em Rede em Histria, campus Universitrio da UFT de Araguana-TO, que tem como objetivo analisar e descrever na perspectiva etnogrfica as aulas de Histria do Ensino mdio da Escola Indgena Estadual Tapiitawa em Confresa-MT. Iremos alm de fazer registros etnogrficos analisar o Projeto Poltico Pedaggico da Escola, buscando analisar como se d o ensino-aprendizagem , se numa perspectiva da educao crtica (FREIRE,1987) e decolonial (MIGNOLO, 2003), que romper com a educao centrada no livro didtico e nos contedos ditos eurocntricos ou educao bancria.
O Ensino Mdio da Escola Tapiitawa durante o perodo de frias, ou seja janeiro, fevereiro e julho, tendo etapas intermedirias. A justificativa da oferta dessa modalidade no perodo de frias que na Terra Indigena Urubu Branco, constam 07 aldeias do Povo Tapirap, e umas ficam a mais 70 km da Aldeia Central que a Tapiitawa.
Fizemos nossa observao participante e coletamos nossas informaes no ms de janeiro de 2020, portando antes da pandemia.
Ficamos durante todo ms observando o 2 ano do ensino mdio da Escola.
So jovens entre 15 a 18 anos. Eram apenas 15 matriculados frequentando as aulas sendo 70% rapazes e 30% moas Tapiraps.
Percebemos em nossas observaes iniciais que o ensino-aprendizagem na Escola Indgena Estadual Tapiitawa em Confresa-MT entendida como um projeto de toda comunidade, toda comunidade escolhe um tema gerador que ser trabalhado por todos os educadores durante o ano letivo. Os estudantes Tapiraps produzem conhecimentos a partir de uma educao crtica, e os professores discutem contedos/temticas tendo em vista to conhecimentos tradicionais e especficos do povo Tapirap, e esses conhecimentos foram discutidos e hoje encontram-se sistematizados no Projeto Poltico Pedaggico (PPP,2009), como uma das bases pedaggicas da Escola Indgena Estadual Tapiitawa.
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Maira Damasceno (CAPES)
Possibilidades da decolonialidade acadmica junto projetos locais comunitrios.
Resumo:Este trabalho parte de dissertao de mestrado e...
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Resumo:Este trabalho parte de dissertao de mestrado em Cincias sociais e traz relatos de experincia em universidade jesuta no sul do Brasil sobre as possibilidades de decolonialidade acadmica advindas de extenses universitrias e pesquisas acadmicas desde que, sob perspectivas interculturais crticas, que questionem as estruturas vigentes. Assim, busca-se aqui, refletir sobre o nvel do envolvimento universitrio junto comunidade kanhgg da cidade de So Leopoldo, Estado do Rio Grande do Sul, alm de analisar tambm o tratamento da temtica indgena no interior da Universidade. A partir de pesquisa ao realizada junto essa comunidade kanhgg com apoio do Centro de Cidadania e Ao Social (CCIAS) foi realizado curso de educao popular como demanda da prpria comunidade ao responder a pergunta: Como vocs gostariam de trabalhar com a Universidade? Desse modo, entende-se a decolonialidade acadmica como processos em que a Universidade e suas instncias podem auxiliar e legitimar as aes e formaes comunitrias autnomas, divergindo da maneira usual de como so estabelecidas as questes indgenas no interior da Universidade, geralmente sem a participao das comunidades, como objetos de estudo ou participantes espordicos de eventos no remunerados. Como resultados desse estudo, coloca-se que fato que desde a promulgao de leis que obrigam as instituies a ministrarem em seus cursos temticas que reflitam as histrias e contribuies amerndias e afrodescendentes na construo do pas, tem havido um crescimento na visibilidade desses agentes e seus temas, porm, so aes ainda muito tericas ou com prticas isoladas, de professores e alunos, sem a participao efetiva das comunidades, configurando assim, uma interculturalidade funcional, conveniente ao Estado, que somente encaixa os agentes e temas em uma estrutura desigual j vigente. Desse modo, tais prticas institucionais reconhecem as diversidades, cumprem a lei, porm, no conseguem ultraar a hierarquizao do conhecimento nem prope uma soluo de equidade de participao nos processos. Assim, acredita-se que os potenciais decoloniais da academia residem na relao de respeito e reciprocidade entre seus funcionrios, as pesquisas e as comunidades locais, como a Por Fi Ga, que fica distante 8km da Universidade em questo. preciso que a academia abra-se a aprender com as comunidades, construindo espaos que realmente funcionem a partir delas prprias, com representantes e funcionrios em seus quadros permanentes, valorizando assim o conhecimento indgena e seus prprios quadros, favorecendo a decolonialidade acadmica e a interculturalidade crtica entre Universidade e comunidade kanhgg.
Decolonialidade; Interculturalidade; Projetos locais; Autonomia; Universidade
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Schaiane Pmela Bonissoni (UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos)
Teoria da Restituio: de Francisco de Vitria a Bartolomeu de Las Casas
Resumo:O recorte selecionado para apresentar no XIII Enc...
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Resumo:O recorte selecionado para apresentar no XIII Encontro Estadual de Histria Histria e Mdias: Narrativas em disputa est vinculado pesquisa A Teoria da Restituio de Terras segundo Bartolomeu de Las Casas (1484-1566) e Toms de Mercado (1523-1575): uma anlise conectada da trajetria dos direitos indgenas no sculo XVI. Essa, por sua vez, vem sendo desenvolvida no Programa de Ps-Graduao em Histria da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos - e financiada pelo PROSUC/ CAPES. O recorte em questo, porm, objetiva identificar a influncia (ou no influncia) do tratado Relecciones sobre los ndios y el derecho de guerra de Francisco de Vitria (1977) na composio do manuscrito Aqui se co[n]tiene[n] vnos auisos y reglas para los confessores q[ue] oyeron confessiones delos espaoles que son o han sido en cargo a los indios delas Indias del mar Oceano de Bartolomeu de Las Casas (1552). Para tanto, utiliza-se como fontes primrias as obras dos mencionados autores e, como fontes secundrias, os escritos "tica a Nicomaco" de Aristteles (1984), "Suma teolgica" de Aquino (2005), "A escolstica em seu contexto histrico" de Barros (2012), "A escola ibrica da paz nas universidades de Coimbra e vora (sculo XVI)" de Calafate (2015), "Metafsica de Surez e a fundamentao do discurso sobre Deus" de Honnefelder (2017) e "A multiplicidade poltica nas misses da Companhia de Jesus" e "Teologa moral, restitucin y sociedad colonial el los Andes en el siglo XVI" de Maldavsky (2019 e 2019). Procurar-se-, a partir do conceito operao historiogrfica cunhado por Michel de Certeau (1982) no livro "A escrita da Histria", perceber se ao compor sua obra Bartolomeu de Las Casas excluiu, modificou ou preservou algum aspecto da Teoria da Restituio (re)elaborada por Francisco de Vitria.
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Slvia Letcia Bezerra Santos (UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte)
Histrias contadas nas mdias: narrativas histricas em disputa sobre o ado indgena
Resumo:As narrativas socialmente construdas sobre os ind...
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Resumo:As narrativas socialmente construdas sobre os indgenas so amplamente marcadas por estigmas e esteretipos que reforam a ideia de ndio atrasado. Os preconceitos referentes ao ado indgena vo desde as representaes na mdia at o lugar que ocupam na escrita tradicional da histria da nao, o que indica a necessidade de pautarmos novas vises de histria. Esta pesquisa em desenvolvimento tem como objeto de estudo as narrativas histricas concernentes aos povos indgenas, em que problematizamos como suas prprias narrativas ressignificam memrias, saberes e identidades tnicas. Diante disso, o presente trabalho aborda especificamente disputas de narrativas histricas em diferentes mdias, analisando algumas narrativas em mdias tradicionais, como na pgina oficial da Fundao Nacional do ndio (FUNAI); em mdias alternativas, como no site da Mdia ndia; e em outros tipos de mdia que colocam em cena as comunidades indgenas do estado do Rio Grande do Norte, com destaque para o ciberativismo indgena. A partir dos dilogos tericos sobre a questo indgena, a memria e a identidade tnica, com base nas contribuies das Cincias Sociais e Humanas, destacamos as Epistemologias do Sul nesse percurso de crtica as histrias cristalizadas. Para o estudo da Cultura da Mdia, utilizamos as proposies de Roger Silverstone (2005), Dominique Wolton (2001) e Douglas Kellner (2001). Nesse sentido, a metodologia ancora-se em distintos ncleos de pesquisa, em que observamos narrativas que so produzidas sobre os indgenas, com os indgenas e pelos prprios indgenas, com enfoque em anlises semiticas. As reflexes sobre esse ado indgena tm apontado, preliminarmente, que articular debates sobre histrias nas mdias fundamental para repensarmos outras formas de escrita da histria.
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Wagner Henrique Neres Fiuza (UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paran)
Moiss Bertoni e a Ptria Adotiva: Reflexes Iniciais
Resumo:Em meados dos anos 1880, o jovem suo Moiss Bert...
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Resumo:Em meados dos anos 1880, o jovem suo Moiss Bertoni, junto com sua esposa, me, filhos e filhas, decidem emigrar da Europa. Iniciado no curso de direito e estudante de cincias naturais nas universidades de Genebra e Zurique, a crena no progresso e na cincia inspiraram um desertor acadmico. Dentre os muitos destinos possveis, seu primeiro sonho foi constituir uma colnia agrcola na Argentina, no territrio de Missiones. Uma dcada mais tarde, Bertoni viu seu projeto ruir e tentou recomear no pas vizinho, o Paraguai. Naquele perodo, o pas tambm ava por um perodo turbulento, mas de reconstruo moral diante dos severos efeitos econmicos da derrota na Guerra da Trplice Aliana (1864-1870). No contexto, na esfera pblica se debatia sobretudo um problema identitrio: qual o lugar do ndio guarani na identidade nacional do Paraguai? Este no era um debate isolado daquele pas. Desde o sculo XIX o lugar indgena estava sendo discutido em outros lugares da Amrica do Sul. Porm, a derrota na guerra conferiu cores prprias ao projeto de futuro que se delineou para o Paraguai naquela poca, conduzido por uma gerao de intelectuais nacionalistas-indigenistas que polemizaram e combateram em suas falas e textos. Composta por uma miscelnea de profissionais que se engajaram publicamente para inventar o Paraguai, Moiss Bertoni foi um deles, e teve relevante papel como intelectual a (re)significar o lugar guarani na histria do Paraguai. Assim, o objetivo desta comunicao analisar a relao entre Moiss Bertoni e a criao de uma identidade nacional guarani para o Paraguai no contexto do incio do sculo XX. A partir da anlise de discurso, sero utilizados dois poemas relacionados a Moiss Bertoni, um de sua autoria publicado logo na chegada ao novo pas, e outro fnebre, publicado quando de seu funeral; para apontar reflexes iniciais sobre o estrangeiro que decidiu reinventar sua ptria adotiva.
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ST 07 - Sesso 2 - Sala 07 - Dia 17/09/2020 das 14:00 s 18:00 2l1j3g
Local: Sala 07
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Adson Rodrigo Silva Pinheiro (UFF - Universidade Federal Fluminense)
O Santo Ofcio, o poder e os sertes: as denncias na documentao inquisitorial da capitania do Siar grande (1750-1790)
Resumo:Esta pesquisa visa investigar as experincias das ...
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Resumo:Esta pesquisa visa investigar as experincias das pessoas nos sertes diante denncias feitas ao Santo Ofcio em Lisboa, buscando compreender como a inquisio foi apropriada nos conflitos da capitania, nos processos de ocupao do territrio, e como essa instituio tambm serviu de lugar de poder onde grupos sociais reivindicaram funes de prestgio e distino social na localidade a partir do reconhecimento dessa instituio. Para atingirmos os objetivos elencados na pesquisa, como impe nosso ofcio, dispomos de um repertrio de fontes diversificado como processos inquisitoriais, cadernos do promotor, regimentos do Santo Ofcio e as constituies primeiras do arcebispado da Bahia. O recorte temporal segue de 1750 a 1790. a partir desse perodo que conseguimos descobrir casos relativos presena da inquisio na capitania do Siar grande. O perodo coincide com transformaes macro em Portugal, com o incio do perodo pombalino, que trouxe tanto transformaes para o reino como para a colnia. A importncia de estudar a Inquisio e sua compleio em terras cearenses trazer para o debate elementos que arranjavam um cenrio cotidiano marcado por tenses sociais, por diferentes prticas culturais, por famlias de elite, por escravos, por ndios, por homens e mulheres. analisar o desenho de realidades dirias experimentadas, vivenciadas de maneiras diferentes por indivduos diferentes para se firmar ou se posicionar pela denncia em determinado espao. Embora vrios estudiosos tenham se dedicado ao tema da Inquisio na colnia, a historiografia brasileira tem explorado muito pouco os aspectos institucionais da atuao do Santo Ofcio em territrios tidos como mais isolados, como os sertes. O Cear, por exemplo, era uma capitania perifrica, e o estudo da presena da Inquisio nesse territrio possibilita entrar em sintonia com o carter de mobilidade das pessoas, a criao de vilas pelo Serto, a estruturao istrativa e as mentalidades presentes nesse lugar.
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Antonio Gabriel Pinto De Almeida Junior (UNEB - Universidade do Estado da Bahia)
Uma releitura histrica de Castro Alves
Resumo: Na segunda metade do sculo XVII o governo colo...
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Resumo: Na segunda metade do sculo XVII o governo colonial incentivou a realizao de expedies militares voltadas para o extermnio e escravido de populaes indgenas numa vasta regio do territrio atualmente conhecido como Nordeste brasileiro. O objetivo dos colonizadores era a busca de uma grande oferta de indgenas para escravizar, a diversidade das atividades econmicas na colnia, a busca por metais e pedras preciosas e o controle e posse dos territrios conquistados. As expedies transformaram estreitas trilhas indgenas em estradas e possibilitaram a integrao comercial de diversas reas da Colnia. Nesse processo merece destaque a Estrada das Boiadas que possibilitava a ligao do Porto de Nossa Senhora da Conceio de Cachoeira com as Minas do Rio de Contas e da com vastas reas banhadas pelo Rio So Francisco e com os estados de Minas Gerais, Gois, Piau. Em seu trajeto, essa estrada ava por uma vasta plancie nas imediaes da "Lagoa do Serto", nome dado ao local onde o Rio Jaguaribe nasce, e cercado por um conjunto de Serras e Serrotes, entre os quias se destaca a Serra da Jiboia. Nesse territrio foi instalada a Fazenda Curralinho, inicialmente voltada para a criao de gado, realidade que sofreu profundas transformaes em sua dinmica devido ao grande fluxo de pessoas que aram a pernoitar e a comprar mantimentos e animais devido a dois fluxos o primeiro trata-se do grande fluxo de pessoas que saiam do litoral e do Recncavo baiano na busca pelas riquezas que sonhavam encontrar nas minas e jazidas de ouro descobertas no incio do sculo XVIII, o outro grupo refere-se aos tropeiros e vaqueiros que atravs de suas viagens garantiam a circulao de animais, ferramentas, tecidos, etc. entre o Alto Serto, Baixo Serto, Recncavo Baiano e o litoral. Atravs do surgimento da Fazenda Curralinho e das condies que possibilitaram a formao de um povoado no sculo XVIII que se desenvolveu no sculo seguinte e atingiu o status de vila de Nossa Senhora do Curralinho e cidade de Castro Alves, essa proposta de trabalho busca resgatar fatos e discutir aspectos do processo de formao e evoluo socioeconmica do Baixo Serto da Bahia.
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Artur Gilberto Garca de Lacerda Rocha (Secretaria de Educao do Estado de Pernambuco)
Fiscalidade e Poltica na Formao da Tesouraria Provincial em Pernambuco (1830-1840)
Resumo:Estudar a criao e separao das instituies que...
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Resumo:Estudar a criao e separao das instituies que dividiam a regulamentao da fiscalidade no Imprio do Brasil e na Provncia de Pernambuco, traz inmeros questionamentos sobre a gnese dos Estados modernos, e debruar-se sobre a fiscalidade de um Estado estudar sua formao ou reconstruo como entidade detentora de um fim social, permite a compreenso da burocracia relativa a estes fins, assim como da legislao em vigor. A histria oramental de um povo transborda o tributrio, abraa o poltico, o cultural e o jurdico. Para o perodo em observao h muitos estudos polticos e econmicos e que colocam em evidncia suas rupturas e continuidades, no apresentando variedades que tratem sobre questes de formao atravs do vis fiscal. A unidade nacional nunca fora uma unanimidade, e em campo fiscal, a outorga da Constituio Imperial deu reforo centralizao em mos de instituies nacionais, como o legislativo geral e Tesouraria da Fazenda. As contradies j afloram na primeira legislatura de maioria liberal, e aprofunda-se no perodo regencial, onde leis elaboradas pelo legislativo nacional, culminando com o Ato Adicional em 1834, permitem a criao de assembleias e diviso fiscais com as provncias, bem mais equipadas ao cumprimento das atividades arrecadatrias. A competncia tributria no deve ser mensurada por seu volume, mas capacidade dos governos locais de arrecadar tributos por eles criados e dirigi-los s suas prioridades. A relao entre centralistas e federalistas, como cerne na construo da unidade brasileira, no mais abraa os mltiplos nveis de complexidade das conexes e interligaes dos sistemas de comunicao entre estes espaos. na observao das relaes polticas na busca do controle fiscal entre local e nacional, no olhar sobre a documentao da comunicao oficial entre os rgos executivo e legislativo que se buscam as tramas e negociaes pblicas e particulares, as atuaes dos agentes locais e a sua capacidade de flexibilizao do sistema impostas por essas relaes entre os nveis de poder. A centralizao do poder nas mos imperiais no deve ser olhada como derrota das elites locais, mas como a derrota de um modelo de incluso social, redirecionado com a promulgao do Ato Adicional. Desta forma, este estudo sobre a formao do Estado e das instituies fiscais do Imprio do Brasil mostra que o arranjo institucional que conferiu alguma autonomia s provncias, com a criao das assembleias legislativas e tesourarias, como tambm a participao de suas elites nas negociaes de interesses e conflitos no interior do governo central, permitiu a construo de um cenrio que tornou atraente aos diversos grupos o compromisso com a construo de um Estado com hegemonia sobre o territrio luso americano.
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Luiz Gustavo Mendel Souza (UFF - Universidade Federal Fluminense)
Abordagem do negro nas salas de aula: desvelando o no-ser e o sujeito histrico
Resumo:A proposta deste texto problematizar os apontame...
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Resumo:A proposta deste texto problematizar os apontamentos e consideraes que ocorreram em meio a um Curso de Formao Continuada em Histria e Cultura Afro-brasileira que ministrei no ano de 2019, oferecido para professores da rede municipal de ensino organizado pela Prefeitura de Campos dos Goytacazes no estado do Rio de Janeiro. O curso foi desenvolvido em torno da anlise de fontes imagticas, como pinturas de Jean Baptiste Debret e Johann Moritz Rugendas, com a proposta de encontrar os sujeitos histricos nas representaes dos negros no Brasil oitocentista. Mas o imaginrio hegemnico brasileiro que resume negro mo-de-obra escrava, invisibiliza e engessa qualquer noo positiva da episteme afro-brasileira. As indagaes que propus para os profissionais da Educao tiveram por finalidade proporcionar a reflexo dos professores para que eles entendessem os processos de silenciamento e assassinato de qualquer tipo de interpretao dos saberes outros, e como isso reverbera na nossa incapacidade de entendermos os negros como sujeitos histricos. O epistemicdio categoria analtica de Boaventura de Souza Santos o legado de uma formao eurocentrada, onde limitamos nossas leituras sobre cultura, poltica, religiosidade e sociedade atravs dos moldes da Modernidade europeia. Essa formao intelectual, centrada nas produes epistmicas do Norte global, envolve-nos em uma cortina de fumaa que embaa nossos olhos, naquilo que Du Bois denomina de o vu da raa, infantilizando, bestializando e animalizando a episteme negra exibida nas fontes. Em suma, lanando o negro em um no-espao, a zona do no-ser de Frantz Fanon. Os esteretipos presentes nos livros didticos e nas falas dos docentes permeiam o imaginrio dos professores e corroboram para a constituio da representao racista cruel. A produo deste texto um exerccio terico-metodolgico sobre as possibilidades que a literatura Decolonial pode proporcionar para a rea de ensino de Histria. O questionamento da universalidade do pensamento Moderno emerge na prxis pedaggica, revelando como a racionalidade europeia se alicera atravs da subjugao atravs da racializao do Sul epistmico, de acordo com Anibal Quijano.
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Vincius Mata Teixeira (Professor Seeduc RJ)
EJA: Histria Pblica e Patrimnio da cidade de Itaperuna (RJ) em uma abordagem decolonial
Resumo:Ao falar da educao de jovens e adultos nos molde...
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Resumo:Ao falar da educao de jovens e adultos nos moldes atuais em mbito nacional brasileiro, um ponto de partida para entender qual a orientao do Estado em relao a esta modalidade de ensino a Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988 (a Constituio Cidad) na qual coloca esta modalidade de ensino como oficialmente importante e necessria, j que eram alarmantes os histricos problemas relacionados ao analfabetismo no Brasil e consequentemente a necessidade de se realizar discusses acerca do processo de planificao, reparao e qualificao desta parcela da sociedade no mbito escolar, social e mercado de trabalho. A Constituio Cidad desenvolve o seu texto de forma a construir e buscar uma cidadania com defesa dos direitos bsicos de qualquer ser humano oferecendo um conjunto de leis que visam a garantir a dignidade humana.
Tendo em vista o potencial de uma educao patrimonial decolonial em relao construo da cidadania e o pblico do EJA (jovens de 15 a 21 anos, e adultos acima desta idade), a hiptese de que essas aes nesta modalidade de ensino podem ser consideravelmente proveitosas numa construo de uma cidadania de forma mais autnoma do estudante, se percebendo como sujeito histrico e o questionamento crtico da formao de um patrimnio cultural e histrico. Pesquisas revelam que o fator mais importante no que se refere ao conhecimento e exerccios dos direitos, principalmente civis e polticos, a educao. Outra questo importante sobre a C.F./88 a evoluo no que se pensa sobre Patrimnio no Brasil quando se trata de discutir o Patrimnio Histrico, expandindo o conceito e trazendo a ideia de Patrimnio Imaterial e a sua ao em conjunto com o IPHAN e instituies com objetivos afins, atuando num processo de construo do patrimnio nacional, regional e local de maneira democrtica, sem perder o peso tcnico da instituio atravs das mediaes que so realizadas.
O desenvolvimento de ideias e metodologias de prticas docentes dentro da modalidade EJA, discutindo e executando a formao do Patrimnio em geral, pode vir a incentivar e alimentar ou contribuir com as polticas pblicas sobre o tema. Esta linha de pensamento se alinha com os avanos das discusses sobre Histria Pblica e sua relao com as propostas atuais de ensino de Histria e anlise destas por parte do meio acadmico. O campo de atuao do projeto ser realizado no Centro Educacional de Jovens e Adultos (CEJA SEEDUC RJ) localizado na cidade de Itaperuna RJ e ter como produto final realizado / protagonizado em conjunto com os alunos um produto flmico que dever tratar da importncia do tema pelo olhar do corpo discente da unidade em questo construindo assim uma noo do que tange ao patrimnio local, regional e talvez nacional.
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ST 07 - Sesso 3 - Sala 07 - Dia 18/09/2020 das 14:00 s 18:00 3v1b33
Local: Sala 07
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Adriana Minervina da Silva (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)
Literatura e resilincia: uma leitura decolonial de Kehinde em Um defeito de cor, de Ana Maria Gonalves
Resumo:Este estudo parte de uma tese de doutorado que b...
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Resumo:Este estudo parte de uma tese de doutorado que busca investigar a representao da mulher negra, bem como a construo da sua subjetividade na obra Um defeito de cor (2016), de Ana Maria Gonalves. Escrita dentro do contexto histrico do incio do sculo XIX, a obra trata sobre a vida da personagem Kehinde, uma mulher africana que foi capturada ainda criana e trazida ao Brasil para ser vendida como escrava. Ao atravessar o Atlntico, ela traz consigo a lembrana de sua av, me e irm, j mortas, e as memrias de sua terra de origem. Estando no Brasil, ela sofre muitas violncias e precisa superar as opresses impostas pelo sistema colonialista para, enfim, obter a sua liberdade e sucesso financeiro. Para tanto, a leitura de textos literrios ser de grande importncia em sua vida, pois a partir de seu gosto pela literatura que ela ir em busca do que deseja, o que posteriormente contribui para a sua mudana de vida. Propomos, assim, uma anlise dessa personagem a partir de um olhar decolonial, observando o modo como ela supera os contextos de violncia e sofrimento ao utiliza-se da leitura e da escrita. Para pensar tais questes, contamos com as contribuies de Quijano (2005), sobre a colonialidade do poder, quanto perspectiva de gnero e colonialidade, contaremos com as ideias de Lugones (2014), e ainda com Hall (1996) e Mignolo (2017) sobre identidade cultural e pensamento fronteirio, respectivamente. Para discutir as questes sobre decolonialidade, contamos com Bernardino-Costa e Grosfoguel (2016), Ballestrin (2013), sobre o giro decolonial e Mignolo (2017), que reflete sobre os desafios decoloniais nos dias de hoje. Em Um defeito de cor (2016), temos a narrativa dos sofrimentos da escravizao a partir da voz dos prprios escravizados, que tm a oportunidade de expor suas dores e sentimentos atravs da literatura.
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Augusto Machado Rocha (UFSM - Universidade Federal de Santa Maria), Camila Magalhes Linhares (UFPI - Universidade Federal do Piau)
A viagem e o conhecimento, valores de um Oriente "desconhecido"
Resumo:Ao adentrar o mundo de estudos orientais, especifi...
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Resumo:Ao adentrar o mundo de estudos orientais, especificamente o espao relativo religio e cultura islmica h de se, constantemente, justificar a motivao por trs de tal enfoque. Ainda que os estudos relativos ao Isl tenham sido ampliados ao longo das ltimas dcadas se cr em uma simplificao quando anlises e perspectivas, uma vez que h uma maior reflexo relativa ao presente do que ao ado desse grupo social. Perspectiva que se soma ao maior nmero de estudos que se debruam sobre um ado mais prximo, ou seja, o relativo cristandade que nortearia o conquistador do novo mundo.
Em especifico, no caso do Brasil, como aponta a antroploga Lidice Ribeiro (2012, pp. 289), o Isl est presente no Brasil, enquanto cultura religiosa, desde o princpio do trfico de escravizados, sendo hoje uma religio que abraa muitas pessoas decepcionadas com o Cristianismo. Porm, como a autora aponta, ainda so poucos os estudos, em territrio brasileiro, que analisem essa cultura, seja em seu presente ou ado
Em virtude disso, ao partir de Beatriz Bissio, realiza-se uma reviso bibliogrfica com o intuito de demonstrar o diferente valor da viagem para o mundo muulmano, objetificando ampliar anlises relativas ao Outro. Busca-se demonstrar o modo como jornada pelo conhecimento fazia parte da prtica da viagem para os muulmanos, para alm das prticas religiosas. Ao contrastar-se o valor do conhecimento entre Ocidente cristo e Oriente muulmano, se define a importncia de analisarmos o Outro com ateno, buscando ir alm de esteretipos e perspectivas simplistas.
O que se aponta, por fim, que a percepo do Isl enquanto modelo de barbrie a aceitao de um relato que aponta uma minoria que, no tempo presente, se lana a prticas fundamentalistas. Aponta-se que o que gera tal ao a constante supresso que, desde as prticas coloniais realizadas com o Oriente at o sculo XX, diminuem esse Outro.
Ainda que a linguagem rabe seja uma dificuldade para a leitura de muitos textos de origem no mundo islmico isso no cabe como justificativa para uma representao diminuta desse. Os perigos de uma histria mnima, ou nica, incorrer na incompreenso da multiplicidade que cerca o Outro. E aqui pode ser percebido como o conhecimento era valorizado pelo Isl, bem como os riscos para sua aquisio atravs da viagem. Se faz necessrio, demarcar mais uma vez a diferena com relao a cristandade, que compe, e imps, a matriz cultural em que vivemos, mas que valorizava o saber, a instruo e a difuso do conhecimento em escala diminuta, se compara com esse mundo muulmano.
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Camila Nadedja Teixeira Barbosa (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco)
Lutar, Ocupar, Resistir: Movimentos Sociais na Amrica Latina e os Estudos decoloniais
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Resumo:O artigo discute qual o lugar dos movimentos sociais na teoria decolonial. Nas ltimas dcadas, os estudiosos dos movimentos sociais aram a indagar as fronteiras do seu campo de pesquisa. Para alguns o conceito movimentos sociais deve ser modificado para Sociedade Civil, enquanto outros recomendaram que o mais adequado era falar em poltica do conflito. Nos dois casos, o ponto principal que o campo de estudo tornou-se limitado. Para entender onde est esse limite se faz necessrio entender as complexar imbricaes entre resistncia e colonialidade. importante tambm discutir se a categoria movimentos sociais no estaria impregnada de ideias coloniais, sendo assim melhor trabalhar com outros termos como formar de organizar grupos de resistncias no hegemnicos.
O artigo foi dividido em dois momentos, primeiro discute-se a formao do grupo Modernidade/Colinialidade (M/C) a partir de sua ruptura com os estudos subalternos - latino-americanos e indianos - , culturais e ps-coloniais, no final dos anos 1990 e suas principais ideias como forma de compreender como se d a continuidade da dominao moderna e eurocntrica na Amrica Latina. A reviso das epistemologias modernas impe-se como desafio terico. Assim, objetivamos afirmar o decolonial como uma possibilidade de sada para novas vises sobre a construo de grupos organizados no hegemnicos.
Em seguida, retoma-se o debate das teorias dos movimentos sociais em vistas a repensar a epistemologia produzida na academia, bem como estabelecer uma possvel abordagem latino-americana dos movimentos sociais. Por fim, ao discutir esta questo, o presente artigo busca examinar como a perspectiva decolonial pode colaborar na ampliao de novas epistemologia na construo das teorias dos movimentos sociais para uma denncia do eurocentrismo.
Palavras chave: Estudos Decoloniais, Movimentos Sociais e Amrica Latina
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Danilo Nagib Queiroz de Mattos (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)
O sujeito e a luta anticolonial: uma anlise comparativa entre Perspolis (2007) de Marjane Satrapi e O rabe do futuro (2015-2017) de Riad Sattouf
Resumo:Este trabalho tem como objetivo identificar confli...
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Resumo:Este trabalho tem como objetivo identificar conflitos e debates acerca do sujeito no contexto conhecido como ps-colonial. Para isso utilizaremos diversas possibilidades do mtodo comparativo da Histria para discutir a importncia de duas Histrias em Quadrinhos enquanto fontes para compreenso do sujeito ps-colonial em recortes espaciais diferentes, porm em um mesmo recorte temporal.
Perspolis, quadrinho da iraniana Marjane Satrapi conta seus conflitos internos em meio ao processo revolucionrios que o pas mergulhou e teve como produto, em 1979, um Estado teocrtico com base na religio islmica; O rabe do Futuro, obra do autor franco-srio Riad Sattouf que relata sua infncia seguindo o sonho de seu pai homem srio formado em Histria na Frana de atuar na libertao do povo rabe. Neste caso, trabalharemos apenas com os volumes em que o autor conta sua experincia na Sria, pas de origem de seu pai e que se encontra em meio ao recente regime de Hafez al-Assad.
A partir destes dois objetos pretende-se aprofundar debates sobre identidade, dispora, nacionalismo e resistncia cultural no contexto ps-colonial no Oriente Mdio, isto , como esta regio foi afetada pelas aes imperialistas do ocidente que ali se efetivou desde a dissoluo do Imprio Otomano e como os indivduos lidam neste processo de constante busca das razes culturais em meio influncia da cultura ocidental. A partir do mtodo comparativo temos em vista encontrar especificidades e semelhanas destes aspectos citados em cada contexto especfico permeado pelas fontes. Para tal, nos debruamos em autores do chamado ps-colonialismo, bem como de intelectuais que se engajaram diretamente nas lutas anticoloniais como, por exemplo, autores indianos dos Estudos Subalternos, Aim Csaire, Frantz Fanon, entre outros. Paralelamente, guiamos nosso trabalho em teorias e conceitos desenvolvidos acerca da micro histria e da histria a contrapelo de Walter Benjamin.
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Gabrielle Legnaghi de Almeida (UEM - Universidade Estadual de Maring)
Construo do coletivo e marcas do decolonialismo nos murais de Diego Rivera
Resumo:Podemos considerar o ps-colonialismo a partir d...
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Resumo:Podemos considerar o ps-colonialismo a partir de duas percepes. A primeira refere-se uma temporalidade posterior aos processos de descolonizao do que chamado de terceiro mundo, principalmente depois da primeira metade do sculo XX. Nisso, tal ideia faz referncia independncia, a libertao e emancipao das sociedades que foram exploradas no imperialismo e no neocolonialismo. J o segundo uso do termo faz aluso a uma srie de contribuies de tericos que, a partir dos anos de 1980, ganharam visibilidade (BALLESTRIN, 2013, p. 90).
Esse artigo tem por finalidade a reflexo sobre o pensamento decolonial aplicando-o no contexto do Mxico no sculo XX, fazendo uso de murais do pintor mexicano Diego Maria de la Concepcion Juan Nepomuceno Estanislao de la Rivera y Barrientos Acosta y Rodrguez, conhecido mundialmente por Diego Rivera (1886-1957). Em um cenrio de construo da identidade nacional, e considerando o decolonialismo mais como um processo, e no com um fato findado, buscaremos identificar marcas desse processo j na sociedade mexicana do sculo XX, abordando a influencia da Revoluo Mexicana (1910-1920) expressa na arte de Rivera.
A colonialidade pode ser compreendida como uma experincia heterognea, onde ocorre muitas formas de subalternizao, e a colonialidade de poder resume as bases estruturais de dominao no mundo, buscando explicar as relaes de poder que se estruturam desde o comeo da colonizao, compreendendo a Era Moderna (FONSECA, JERREMS, 2012, p. 104 ), sendo a proposta do pensamento decolonial essa desconstruo e critica. Entende-se como um processo histrico que tange a construo, a dominao ocidental, opresso econmica, poltica, e social de grupos subalternos. Esses mltiplos processos transformam-se em um aparato de dominao de um sistema fortemente influenciado pela modernidade europeia. A partir disso, buscamos analisar como a construo da identidade, a valorizao de grupos subalternos, e a construo de como exps-se as relaes de poder perante aos grupos marginalizados na sociedade aparecem e so fortemente representados nos murais de Rivera.
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